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Presença ou falta de aceleração gráfica para vídeos no Flash Player 10.1 pode ser indiferente para Macs e iPads

Agora que o Flash Player finalmente está mostrando sinais reais de melhora no Mac OS X (especialmente com a versão 10.1, cuja terceira beta foi lançada hoje), imagino que chegamos a um momento interessante para entender como a antiga discussão oficial entre Apple e Adobe com referência à necessidade/falta de aceleração gráfica pode ter sido inútil. O fato é que, ao contrário do que esta havia deixado claro quando começou a esclarecer o problema, esse tipo de tecnologia não é a maior deficiência do plugin para prejudicar a experiência de uso no Mac e supostamente impedir sua aplicação no iPhone OS.

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Quem instalou a última beta da versão 10.1 do Flash Player pôde notar que seu desempenho geral está muito melhor que o da atual versão estável, principalmente no Safari. Muitos usuários e leitores já alegaram que o uso de memória e processador caiu bastante em diversos casos e até está mais razoável para ver vídeos (apesar de ainda acima da média). Segundo John Gruber, do Daring Fireball, isso prova que apenas acelerar o seu processamento com ajuda pesada da placa de vídeo não seria tudo para melhorar a qualidade final em todos os aspectos, visto que a Adobe foi forçada a iniciar a adoção de novas tecnologias para obter resultados mais positivos.

Além disso, há outras explicações que podem justificar a falta de interesse da Apple em permitir o uso de aceleração gráfica do Flash Player do jeito que a Adobe deseja. Mesmo que a criadora do Mac OS X quisesse, esse tipo de tecnologia não seria capaz de beneficiar todos os seus computadores, pois a GeForce 9400M seria a única GPU compatível com aceleração gráfica para vídeos baseados no codec H.264 (QuickTime). Nós já sabemos desde o lançamento do Snow Leopard que nem todos os computadores da Apple usam a GPU para acelerar o processamento de vídeos, mas isso não necessariamente significa que eles fazem isso de forma ineficiente.

Na visão da Apple, aceleração de hardware para vídeos aparentemente visa melhorar a reprodução de conteúdo apenas em Macs com envelope térmico e desempenho limitados — leia-se “MacBooks (+Pro)” e “Macs mini”. Parando para pensar nisso por um minuto, realmente não faz muito sentido habilitar esse tipo de função para qualquer desenvolvedor só conseguir tirar proveito de uma GPU que apenas está presente em uma parcela de toda a base atual de usuários. Ademais, quase nenhum dos Macs desktop atuais conta com opções de hardware gráfico dedicado, então eles são capazes de cuidar de todo o processamento de imagens e vídeos sem envolver o processador nessas tarefas.

O que deve ficar claro depois disso tudo é que, para o Flash Player se tornar melhor, acelerar o processamento de vídeos via GPU não é o maior dos problemas. Talvez você até use o QuickTime propriamente dito ou, indiretamente, para ver conteúdo em alguns aplicativos, mas se você faz isso com ajuda de pacotes de codecs (como Perian e Flip4Mac) ou usa players como o VLC e o recém-lançado RealPlayer SP Beta, também não existe nenhum tipo de aceleração de hardware envolvida na sua experiência com vídeos. A diferença é que, atualmente, nenhum desses produtos é pior que o Flash Player em termos de processamento — alguns você até deve usar com satisfação.

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Já que estamos falando de Flash Player, não podíamos deixar de oferecer um update sobre a opinião geral acerca da sua ausência no iPad, que continua até a despertar comentários curiosos de executivos da Apple. Desconsiderando tudo isso, existe uma remota possibilidade de que as falhas graves responsáveis por impedir a implementação do plugin no iPad não tenham relação apenas com desempenho, mas também com usabilidade geral de sites e web apps baseados nele.

Isso foi explicado em detalhes por um desenvolvedor que contatou um dos editores do RoughlyDrafted Magazine, mas não é difícil entender como usabilidade de conteúdo em Flash pode ser negativamente afetada em smartphones. A versão móvel do seu player é otimizada para touchscreens, mas isso não bate corretamente com o formato de muitos sites/jogos, que tiram proveito de “interação avançada” com teclado e mouse.

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Esse tipo de interação é simples de obter em desktops e notebooks, mas é praticamente impossível de reproduzir em um smartphone, pois não há como duplicar a simples identificação de um cursor de mouse sobre uma determinada área só com a tela sensível ao toque. Isso sem falar em outros sites e jogos que tiram proveito de teclado e cliques com botão direito para o seu correto funcionamento.

iPad — No Flash For You
No Flash For You!

A ideia que esse tipo de análise oferece sobre a falta de Flash Player no iPad é até interessante: não se trata apenas de performance ou substituição por HTML5, mas sim de garantir um padrão uniforme de experiência de uso na web. Pessoalmente, eu acho difícil optar entre ver um bloco de LEGO azul ou um site todo colorido no qual não conseguirei fazer nada direito, mas ninguém será capaz de dar o veredicto final sobre isso até que vejamos a opinião de usuários sobre o Flash no Android, por exemplo.

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