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Quero ouvir meu iPod no rádio: Griffin iTrip nano

iTrip para iPod nanoNunca me esqueço do dia 26 de dezembro de 2003. Estava em Park City, Utah — Estados Unidos, em resumo. Como sempre, na minha rotina daqueles 4 meses de work experience, eram 7h30 e eu estava indo para o trabalho. No rádio do ônibus, só Beatles. Eu, como sou pouco fã, já fui correndo perguntar para a motorista que estação era aquela, ou se era CD.

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Não era estação nem CD. Era um transmissor FM que emitia a música do iPod para a antena do rádio, no canal que o usuário quisesse. O som tinha ótima qualidade, e fiquei surpeso por saber que aquilo funcionava. Quatro anos depois, tive a oportunidade de conhecer um dos vários modelos de transmissor FM para iPod, no meu trabalho. E agora vou dar minhas impressões sobre o iTrip nano, da Griffin, um modelo especialmente desenhado para o iPod nano de segunda geração.

O funcionamento desses brinquedos é bem simples, seja qual for a versão de iPod a usar: basta conectar, ver uma estação no rádio que não capte nada, apenas chiado, marcar ela no transmitter, e pronto! Essa é a teoria, e como sabemos, o caminho até a prática passa por umas estradas esburacadas tipo as que tem no sul do Brasil. Então, vamos nos aprofundar um pouco mais no real funcionamento de um transmissor.

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Em qualquer parte do mundo há rádios piratas — um abraço ao Paulo Ricardo, em tempo. Também há interferências de outros tipos de ondas, como as de celular. Então, botar um aparelhinho desses para funcionar pode ser um pouco frustrante, dependendo da sorte. Isso porque o transmissor tem que ter potência suficiente para emitir suas ondas na freqüência selecionada, sobrepondo-se ao que é captado pelo aparelho de rádio que se deseja utilizar para tocar as músicas do iPod.

Vamos supor que o usuário de um iTrip nano queira botar seu player na estação 87.9 do rádio do carro, valor que costuma não ter nenhuma emissora em nenhum lugar do mundo. Só que há lugares onde essas primeiras estações captam as ondas da TV analógica, quase sempre no canal que no meu televisor representava o 6 — para os cariocas, a antiga Manchete e a RedeTV!. Assim, ao estar dirigindo o carro pela cidade, essa estação pode acabar recebendo sinais nessa freqüência, e a música do iPod não chega limpa à antena do rádio, soando com pura interferência pelos alto-falantes. Dentro de casa, com um aparelho de som parado, talvez isso não ocorra — é achar a estação “vazia” e deixar o iPod com o transmissor, quietinho. Mas o iTrip foi criado exatamente pra quem sai de viagem, então…

Por outro lado, imagine que você tem um transmissor que emite ondas com bastante potência, que chegam nítidas à antena do rádio. Você vai e coloca na estação 103.7 — sempre FM, sai de São Paulo e vai para o Rio de Janeiro. Essa estação é a Antena1 Light FM na Cidade Maravilhosa. Ao parar em um semáforo, do lado do meu carro — que sempre estava sintonizado na 103.7 — eu de repente começo a ouvir um Zezé di Camargo e Luciano que não entendo como apareceu ali. Simplesmente o que está acontecendo é que seu transmissor teve força suficiente para se sobrepor à estação naquele alcance, e meu rádio captou os sinais. Exatamente por essa razão que na Europa alguns países proibiram a venda de tal espécie de apetrecho, como foi o caso, por muito tempo, do Reino Unido. Para autorizar suas vendas, os fabricantes têm que reduzir ao máximo a potência do transmissor, debilitando — e muito — a função final para a qual uma pessoa compra um iTrip nano, por exemplo.

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Esse produto foi feito sob medida para o iPod nano: tem uma base que encaixa perfeitamente, com um conector dock e mini-jack, uma luz indicadora de funcionamento, e um controle para ajustar a estação, além de uma entrada USB funcional, que estou utilizando neste momento para carregar a bateria do player. De resto, o conceito é o mesmo para qualquer transmissor. No caso do modelo da Griffin, eu não gostei da pouca potência que ele tem. Vim usando no carro hoje ao voltar do trabalho, e se eu não pusesse o conjunto iPod-iTrip muito perto do aparelho de rádio, não saía nada de som. Experimentei colocá-lo no canto inferior do pára-brisas, para ver se a antena externa captava o sinal, o que também funcionou precariamente.

Como ainda existem Belkin, Miglia, Xtreme Mac e outros fabricantes de transmissores, eu diria que o Griffin iTrip nano foi reprovado no teste. Em CNTP ele pode até funcionar bem, porém o dia-a-dia não é feito de situações otimizadas, então acredito que o produto não seja a melhor solução para tocar a música do seu iPod nano no aparelho de rádio. Pelo menos no de um carro, em movimento.

Espero fazer testes com outro modelo em breve, e vamos ver qual deles leva a melhor.

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