O melhor pedaço da Maçã.

A Microsoft quer ser a Apple quando crescer?

A Microsoft anunciou, há alguns dias, planos de abrir sua própria cadeia de lojas de varejo, como uma forma de fazer frente à rival Apple, que há tempos tem sido bem sucedida com suas lojas próprias. A maior companhia de software do mundo não informou quantas lojas pretende abrir com a sua marca ou quais linhas de produtos irá vender. Ela quer, com esta iniciativa, demonstrar melhor as vantagens deles e criar uma maior relação com seus consumidores, aprendendo mais sobre o que eles querem e como compram.

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Para pôr a ideia em prática, a Microsoft nomeou David Porter para o cargo de vice-presidente corporativo de varejo. Ele foi um dos principais membros do setor de distribuição mundial de produtos da DreamWorks desde 2007 e passou 25 anos trabalhando na rede Walmart, onde chegou a vice-presidente e gerente geral de merchandising do setor de entretenimento. Experiência, certamente não lhe falta. “Estou animado com a chance de ajudar os consumidores e informá-los sobre suas escolhas ao comprar um novo PC ou software, e assim compartilharemos aprendizado de nossas lojas com parceiros”, afirmou Porter.

A pergunta fundamental, em toda essa questão, é óbvia: conseguirá a Microsoft repetir o mesmo sucesso das Apple Retail Stores? Creio que não, e por uma questão muito simples: as lojas da Maçã funcionam não por si só, mas pelo fato de a Apple possuir uma linha limitada, coerente e integrada de produtos e serviços. Tudo funciona: MacBooks, iMacs, iPods, iPhones, acessórios dos mais diversos e o Mac OS X trabalham juntos e se integram com a precisão de um relógio suíço. A imagem que a Apple Retail Store passa a seus frequentadores, assim como seus produtos, é simples e ao mesmo tempo poderosa: “A vida poderia ser perfeita clean, funcional e exata como esta loja e os produtos aqui vendidos!” E compramos — felizes — essa ideia.

O que poderíamos esperar, nesse aspecto, de uma loja Microsoft? O Windows Vista, é claro, em suas sete versões diferentes (confuso, isso, não?!). Também teríamos o Windows 7, quando lançado; o indefectível Zune — que sempre foi uma piada de mau gosto —  e o Xbox 360. A salada de frutas se completa com mouses, teclados, telefones equipados com o Windows Mobile, PCs e notebooks de todos os tipos, marcas, modelos e tamanhos e certamente o My Phone, quando lançado. Linha limitada, coerente e integrada de produtos e serviços? Nem em sonho!

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A Microsoft sofre do mesmo mal que atacou a IBM no final dos anos 80 e início dos anos 90: um gigantismo sem sentido, falta de rapidez para entender às mudanças do mercado e do perfil de seu público consumidor, gastos excessivos com o desenvolvimento e manutenção de produtos/serviços que têm pouca ou nenhuma chance de se tornarem bem sucedidos e, principalmente, a total falta de entendimento da verdade mais óbvia — a mesma crise de miopia que ataca o pessoal do software livre: não perceber que não é o consumidor que deve se adaptar aos produtos e serviços fornecidos pela empresa, e sim estes que devem atender às necessidades de seus usuários.

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Um bom início para a Microsoft seria ler atentamente as observações de seu ex-colaborador Robert Scoble (em inglês) sobre como montar com sucesso uma loja de produtos eletrônicos, ouvindo os anseios de seus consumidores. Estas lojas têm também o grande potencial de mostrar aos mais céticos que utilizar um computador com sistema operacional Windows, integrado a dispositivos móveis de natureza diversa e com acesso à plataforma Windows Live, pode ser uma experiência bastante interessante. Não há uma previsão de quando as primeiras lojas da Microsoft abrirão, assim como não há ainda uma definição para os locais onde serão instaladas. É esperar para ver.

[Via: CrunchGear.]

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