Tudo começou em julho do ano passado, com a Apple e a sua App Store. Logo depois, várias outras companhias no mundo dos dispositivos móveis fizeram o mesmo e, aos poucos, foram lançando espaços próprios para hospedar e controlar a compra/download de aplicativos para seus principais dispositivos móveis: o Google fez isso em outubro, junto da Research in Motion e o seu Application Center para BlackBerries. E a Palm entrou no meio disso logo depois, em dezembro, com a sua Software Store abrigando mais de 2.000 aplicativos e 1.000 jogos para Palm OS e Windows Mobile.
Ah claro, não podemos esquecer da Nokia Ovi Store e do Windows Mobile Marketplace, que deram o ar da graça ontem durante o GSMA Mobile World Congress 2009. Enfim, todas as grandes fabricantes de celulares e smartphones agora têm um lugar centralizado para hospedar aplicativos para os seus modelos mais populares, o que me faz voltar ao título deste artigo: elas precisam mesmo ou só estão querendo pegar onda no sucesso da Apple?
Não, caro leitor, não estou aqui para criticar nenhuma delas e favorecer aquela que teve a ideia primeiro — ou não, levando em consideração tentativas esporádicas de outras companhias em desenvolver algo do tipo no passado, inclusive a própria Microsoft. É sério: também apoio a ideia de que essas novas lojas apareceram porque as empresas que as idealizam acharam necessárias. No mundo móvel, acredito que um único local onde você possa escolher e comprar aplicativos para usar no seu telefone faz todo sentido, independente da plataforma. A inspiração dessas novas lojas na App Store mostra que elas estão seguindo o sucesso da Apple, não há como evitar. Mas isso não está acontecendo em vão: é uma inspiração em um projeto pioneiro nessa área que deu certo.
Paremos para pensar: há mais de 20 mil aplicativos na loja da Apple para iPhone OS, que também atingiu o seu meio bilhão de downloads há algum tempo. Desconsiderando quem a comanda, é fato que a sua estrutura é bem idealizada: quem compra obtém informações e escolhe o que quer facilmente, paga com segurança (se for o caso) e recebe na hora, ou seja, o usuário final conta com meio fácil de usar e seguro para adicionar novas funcionalidades ao seu iPhone ou iPod touch.
No lado de quem vende — não a Apple, mas sim quem desenvolve o que vai na App Store — a facilidade e a segurança também entram como diferencial. Qualquer aplicativo lá presente — caso não tropece em alguma das regras controversas da Apple — é capaz de ganhar a atenção de um interessado com facilidade: seja por meio de comentários, de listas de mais vendidos ou simplesmente em review ou outro feito por um bom site/blog ou publicação impressa, que geralmente traz impressões positivas. Por isso que vemos vários desenvolvedores fazerem pequenas fortunas: se alguém faz algo de qualidade, é quase certo que será reconhecido por isso de forma positiva.
Quando nos voltamos ao que outras companhias vêm fazendo nesse mesmo sentido, é óbvio que elas estão acompanhando o sucesso da Apple, porém elas também adaptam o conteúdo da melhor forma possível para seus usuários. E uma iniciativa dessas sempre é bem-vinda para quem busca tirar o maior proveito possível do seu celular/smartphone, mesmo que ele não seja um iPhone — é o meu caso, e não me envergonho em dizer isso. E quando lembro que quem sai ganhando nessas situações sempre é o usuário final, projeto ideias sobre como esse modelo de negócio evoluirá no futuro, com tantos trabalhando ao redor dele para torná-lo melhor em vários aspectos.
Por fim, acredito que a estrutura adotada pela Apple na App Store poderia ser aplicada para outras áreas, inclusive na própria forma como compramos/baixamos aplicativos e outros utilitários para nossos Macs — mas sem nenhuma restrição ou NDA, pelo amor de Deus!! 😛 Acho que esse tipo de projeto pode favorecer muito usuários e desenvolvedores em qualquer plataforma e abriria oportunidades para conhecermos melhor o trabalho de uma comunidade que sempre traz coisas interessantes para nossa vida digital. E você, sugeriria algo? 🙂