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App do WikiLeaks é aprovado na App Store e depois é apagado — talvez por um motivo trivial [atualizado]

Ícone - WikiLeaks

WikiLeaks - iPhoneO final de 2010 possivelmente vai entrar para história como um período em que um homem usou a internet para fazer governos de todo o mundo suarem frio. Estou falando de Julian Assange e do WikiLeaks, site usado para expor documentos de governos do mundo todo divulgados por fontes anônimas, muitas delas inseridas em órgãos estatais. Agora vem a pergunta com a resposta clássica: quer ficar informado sobre tudo a respeito do WikiLeaks? “There’s an app for that!” Se bem que, neste caso, a contração “there’s” significa “there was”.

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No fim de semana passado, o WikiLeaks App, criado por Igor Barinov e publicado pela Hint Solutions, foi ao ar na loja de aplicativos da Apple, custando US$2 — e ele prometia doar US$1 de cada venda para a causa defendida por Assange. Eis que, passado o fim de semana, o desenvolvedor recebe um fatídico email da Maçã dizendo que seu app foi tirado da loja. Por quê? Bem, a mensagem não trazia nenhuma explicação.

O AppleInsider nem trabalha com revisão de apps e foi em cheio num motivo trivialíssimo para o app ser apagado da loja: “aplicativos que incluem a possibilidade de se fazerem doações a organizações de caridade reconhecidas devem ser gratuitos”, de forma que “doações devem ser feitas pelo Mobile Safari ou via SMS”. Já falamos da polêmica que essa regra causou neste fim de ano: por que a equipe da Apple não usou isso como explicação? Será que não queriam ter que aprová-lo depois, se ele ficasse gratuito — e fizesse BEM mais sucesso?

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Talvez a Maçã queira apenas ficar de fora da polêmica e das pressões governamentais envolvendo tudo relacionado ao WikiLeaks, o que é até compreensível — ela é uma companhia que quer ganhar dim-dim, não uma organização revolucionária com planos de dobrar governos sob o peso da verdade. Não vai ser nem a primeira, nem a última a lavar as mãos dessa forma.

Uma pena: seria bem épico ver a maior empresa de tecnologia do mundo defendendo uma causa dessas. Vive la révolution!

[via TechCrunch]

Atualização (às 15h30)

Uma porta-voz da Apple informou ao New York Times o motivo oficial para o WikiLeaks App ter sido removido, e não tem nada a ver com os planos de doação:

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Removemos o WikiLeaks porque ele viola as regras para desenvolvedores. Um app deve obedecer a todas as leis regionais. Ele não pode colcoar um indivíduo ou grupo determinado em perigo.

No SAI essa resposta não pareceu colar muito: o pessoal de lá resolveu cutucar um pouco mais a Apple, perguntando que indivíduo ou grupo estaria em perigo por causa do WikiLeaks (os membros da diretoria da Apple, talvez, heh). Obviamente, a resposta a esta pergunta foi o clássico “sem comentários adicionais”.

Fica no ar a questão: um app jornalístico (o vindouro The Daily, digamos) seria removido, caso publicasse algum documento do WikiLeaks que pudesse pôr vidas em risco? Fazia um tempinho que a App Store não colocava a Maçã numa saia justa!

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