O melhor pedaço da Maçã.

Mac Society: “A Maior Empresa do Mundo”

1 trilhão de dólares

E então aconteceu: a Apple se tornou nesta semana a maior empresa de capital aberto do mundo. Além dos termos financeiros dessa conquista, alguns estudiosos dão essa mudança como o evento que põe fim à Primeira Era Industrial, na qual a riqueza era representada pelas monótonas e intermináveis esteiras de produção.

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A vitória do intelecto sobre a força de trabalho, da criação sobre a produção em massa.

A Apple alcançou o primeiro lugar em market cap no mundo, deixando para trás a Exxon Mobil, maior empresa produtora de petróleo do planeta; só que isso, meus amigos, sem produzir sequer um parafuso. Analisando de forma “pé no chão”, a Apple é uma empresa de ideias, de concepção tecnológica e de projetos ao mesmo tempo complexos e minimalistas. Sem dúvida uma mudança notável na história do mercado de capitais que começamos a perceber com o advento dos computadores, na segunda metade do século passado, mas que somente agora se consolida. Hoje vale mais criar do que produzir, vale mais uma boa ideia e um time de elite para concretizar seu projeto de produção do que milhões de barris de petróleo. Esse é sem dúvida um marco conceitual comparável à mudança da manufatura para a produção em escala industrial.

Seguindo essa tendência, ainda temos projeções de outras gigantes no mesmo caminho, empresas de tecnologia que nunca produzirão um só item físico, mas somente conceitos, desenhos, ideias, patentes, tomando a dianteira sobre produtoras de commodities, de bens de consumo tão essenciais.

E sob quase qualquer cenário até 2015 se tornará a primeira empresa a alcançar a marca de US$1 trilhão em market cap do globo, o que já ocorrerá com seu portfólio de produtos atual — nem me atrevo a pensar quais novos produtos revolucionários ainda podem se tornar bens de consumo nesses próximos três anos. E não me espantaria nadinha se esse número fosse alcançado na metade do tempo. Tire pelo iPhone: quatro anos de vida e ele responde agora por mais de 50% de todo o faturamento da Maçã, e o iPad, com pouco mais de um ano, já está no segundo lugar dentro do portfólio de produtos! Imagine o que mais três anos podem significar! É *UAU* mesmo.

1 trilhão de dólares

Essa grande conquista também traz no bojo a concretização de outra tendência muito falada nos últimos 20 anos (porém ainda pouco enxergada, pelo menos no Brasil): a pulverização do trabalho além de barreiras geográficas. Empresas com colaboradores espalhados por todos os continentes, programadores, produtores, artistas, gestores “virtuais”… mas todos com salários bastante reais. Seu próximo emprego poderá muito bem ser numa empresa da qual você nunca ouviu falar, sediada a 7 mil quilômetros de distância, e você vai trabalhar lá por anos, vai ser promovido, será demitido (ou vai pedir demissão) sem nunca sequer conhecer seus colegas e seu chefe pessoalmente. Isso porque existe toda uma nova geração de companhias especializadas em desenvolvimento de aplicativos, revistas, artes, etc., que são sucessos globais de vendas — graças, inicialmente, à Apple. Empresas que têm (quando têm) uma sede em locais como Islândia, Sérvia ou Cazaquistão, este último uma surpreendente nova Meca transcontinental comparável a Dubai ou a Abu Dabi, muito além de ser terra de Borat.

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O que antes era uma “tendência” — um “futuro” no mercado —, nesta semana se tornou realidade. Como diria Steve Jobs, esse marco da Apple “muda tudo”.

Vida longa e próspera à criatividade e à inovação!

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