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Aaron Sorkin na D10: fazer um filme de Steve Jobs é como fazer um filme dos Beatles [atualizado]

Miniatura de Aaron Sorkin da conferência D10

Conforme comentamos, além de Tim Cook (CEO da Apple), Aaron Sorkin, roteirista do filme biográfico de Steve Jobs (falecido cofundador e ex-CEO da Apple), também participou da conferência D10: All Things Digital, realizada pelo Wall Street Journal — e, obviamente, a entrevista de Sorkin envolveu assuntos sobre o filme.

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Aaron Sorkin na conferência D10

Assim como Jobs, Sorkin, que recentemente trabalhou em projetos como The Social Network (A Rede Social), A Few Good Men, Charlie Wilson’s War, entre outros, disse que seu processo criativo (no caso, escrever) é movido pelo gosto pessoal, ou seja, ele escreve tentando se agradar, agradar os amigos, e depois cruza os dedos na esperança de que todos gostem e ele possa continuar fazendo isso.

Falando do filme, Sorkin disse que os trabalhos ainda estão na fase inicial e, neste momento, tudo que ele faz é observar e tentar imaginar como será assistir ao filme. Na opinião do roteirista, cinebiografia é algo complicado de se fazer sem utilizar certas fórmulas. Exatamente por isso, ele não pretende escrever uma. Em vez disso, ele tentará encontrar a essência da história, o ponto-chave (conflito) e dramatizar em cima disso — algo bem parecido com o que vimos no filme sobre o Facebook.

O filme de Jobs é um “campo minado de decepção”, porque é como um filme sobre os Beatles. Muitas pessoas sabem muito sobre ele, muito mais do que eu.

Aaron Sorkin na conferência D10

Uma das perguntas mais imaginadas foi questionada por Walt Mossberg, jornalista do WSJ: quem irá interpretará Jobs? Fugindo (ou não) da verdadeira resposta, Sorkin disse que não sabe, mas que ele terá que ser um baita de um ator. Além disso, terá que falar rápido e ser inteligente, pois inteligência não é algo que dê para disfarçar.

Falando especificamente do falta de atenção ao assitir algo na televisão — hoje em dia todos mundo faz duas, três, dez coisas ao mesmo tempo —, Sorkin disse que seus trabalhos não funcionam muito bem como música de fundo. Sobre a experiência de ver algo na tela pequena, ele disse: “Quando você tem o iPad em sua mão, você não está recebendo o som que eu quero que você ouça, ou a imagem que eu quero que você veja — não é a maneira ideal para assistir. Mas eu vou aceitar, porque eu quero que você veja.” Contudo, a maneira como as pessoas assistem a seus trabalhos (iPads, iPhones, TVs, etc.) não influencia o modo de trabalho dele.

Sobre as ferramentas digitais, Sorkin acha ótimo que ferramentas como um notebook e um iPhone, por exemplo, possibilitem a alguém criar coisas incríveis.

Acho que podemos ver é uma espécie de cinema digital tornando-se o novo filme indie. Mas ainda temos que distinguir entre o que vai ser bom e o que não vai ser bom.

Aaron Sorkin na conferência D10

Já na sessão de perguntas e respostas, Sorkin foi questionado sobre por que hoje existem tantos anti-heróis, o que aconteceu com os heróis de verdade, e onde se encaixa Steve Jobs nisso tudo. O roteirista disse que acabou de fazer um trabalho (A Rede Social) o qual destaca um anti-herói, mas que prefere mesmo os heróis, e que eles estão presentes da maioria de seus trabalhos. Já sobre Jobs, Sorkin falou que o ex-CEO da Maçã era uma pessoa complicada, assim como Mark Zuckerberg, mas que, ao escrever um filme, ele não pode julgar o caráter — o personagem precisa ser necessariamente um herói, pra ele.

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Ao falar sobre Jobs na conferência, Tim Cook disse que o cofundador da Apple mudava de opinião sobre algo constantemente, mas que enxergava isso como uma qualidade, já que nada na vida permanece igual o tempo todo — o que não é bom hoje pode ser amanhã. Questionado por Mossberg, Sorkin concordou com Cook, dizendo que é importante dizer “eu estava errado, e aqui está o motivo”.

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Steve Jobs fez coisas que as pessoas queriam. Nós fazemos isso em Hollywood, também. Estamos fazendo um monte de lixo, mas ainda fazemos coisas de que as pessoas gostam.

Não sei você, mas eu aposto muito nesse filme. Vale ressaltar que este, da Sony Pictures, é totalmente diferente do independente, no qual Ashton Kucther faz o papel de Jobs, Josh Gad fará o de Steve Wozniak e Ahna O’Reilly interpretará Chris-Ann Brennan, primeira namorada de Jobs.

Atualização

Veja o vídeo (em Flash) com os destaques da entrevista:

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