Em meio às crescentes regulamentações ao redor do mundo sobre o funcionamento das lojas de aplicativos e suas estruturas de comissões, o Google anunciou ontem o lançamento de um programa piloto projetado para explorar o que chama de “escolha de cobrança do usuário”.
Mais precisamente, o programa permitirá que um pequeno número de desenvolvedores participantes, começando pelo Spotify, ofereça uma opção adicional de cobrança — além do próprio sistema de cobrança do Google Play — em seus aplicativos. Embora a gigante de Mountain View já tenha um sistema semelhante na Coreia do Sul (para cumprir uma determinação local), essa é a primeira vez que testará o sistema em vários outros países.
O Spotify disse que a opção de pagamento alternativa será lançada em todos os mercados onde o Spotify Premium está disponível — em 184 países/regiões. O Google, no entanto, alertou que o programa começará a ser testado em mercados selecionados, os quais ainda não foram divulgados.
O Google não detalhou quais outros desenvolvedores poderão integrar os testes, mas observou que o Spotify era um “parceiro natural” no projeto, devido ao seu alcance global. A gigante sueca também foi uma das empresas mais vocais sobre as mudanças regulatórias nos sistemas de cobrança das lojas de aplicativos, testemunhando perante o Congresso dos Estados Unidos sobre o assunto, se unindo a grupos de lobby e apoiando a legislação das lojas de aplicativos — incluindo o Open App Markets Act [PDF], ao qual a Apple se opõe fortemente.
Questionado, o Spotify se recusou a dizer que tipo de comissão pagaria ao Google como parte desse teste piloto, observando que o acordo entre as duas era confidencial. Mas um porta-voz da empresa sugeriu que os termos comerciais atendem aos “padrões de justiça” do Spotify.
O Google também se recusou a detalhar a estrutura de comissões envolvida. No entanto, observou que o faturamento pelo sistema alternativo, como é o caso da Coreia do Sul, ainda envolverá uma taxa de serviço, independentemente da opção de pagamento escolhida pelo usuário.
Vale notar que o novo sistema não está disponível imediatamente — levará tempo até que as equipes do Google disponibilizem a opção, nos próximos meses. A Apple, por outro lado, ainda está tentando se adequar às legislações de países específicos — portanto, não existe uma previsão para a companhia lançar um programa como o do Google no futuro próximo.
via Bloomberg