“O quão sujos são os seus dados?” é o nome do mais recente estudo do Greenpeace a respeito das infraestruturas de computação na nuvem fornecidas por grandes empresas de tecnologia, incluindo Microsoft, Google, Facebook, Twitter e agora também Apple, que abrirá seu segundo (e gigantesco) data center neste ano. Mais precisamente, o foco dos ativistas está em como essas e outras companhias utilizam recursos naturais para manter suas grandes instalações de armazenamento funcionando em esquema 24/7 — o que certamente não é pouco.
Estima-se que data centers estejam aumentando sua demanda global por eletricidade a uma taxa de 12% ao ano, consumindo atualmente entre 1% e 2% do que é produzido no planeta. Parece pouco, mas nos números individuais de cada grande empresa que os operam, a Apple está em uma péssima situação: na área escolhida para sediar a sua maior instalação de computação na nuvem já construída, menos de 5% da energia utilizada virá de fontes consideradas limpas, como a solar ou a eólica. O resto vem das duas fontes mais “sujas”: carvão e combustível nuclear, respectivamente.
A dependência desses tipos de energia também é um forte defeito do Facebook, que obtém de usinas termelétricas mais de 50% da eletricidade necessária para abastecer suas instalações de armazenamento de dados. Yahoo! e Google, por sua vez, também incorrem nesse mesmo erro, mas são as únicas empresas que tentam reduzir ao máximo o uso de energia nuclear — que, apesar de não oferecer riscos diretos à temperatura do planeta, é proveniente de fontes altamente perigosas.
Conforme a dependência de usuários por serviços online aumentar, acredita-se que estes números se tornarão cada vez mais preocupantes. Ao contrário de campanhas mais sensacionalistas, este estudo do Greenpeace evidencia a necessidade de uma estratégia para a construção de data centers que possam operar sem afetar o consumo global de energia — para fins de comparação, a nova instalação da Apple exigirá nada menos do que a eletricidade necessária para alimentar 250 mil casas na Europa.
Visando chegar a esse objetivo, o Google nem está investindo tanto quanto a Apple em computação na nuvem, mas sim em áreas de geração de energia eólica que poderão balancear o consumo de eletricidade em suas futuras instalações. Tal iniciativa possui o aval do governo norte-americano, que também está trabalhando pesado na montgem de painéis solares em algumas áreas dos Estados Unidos que poderão, no futuro, se tornar data centers.
[via Guardian]