Ah, lobbying. Por questões que vão muito para trás na história e nas constituições de cada país, cada lugar tem uma visão diferente sobre a prática — no Brasil, por exemplo, ela é vista com maus olhos e sempre relatada como uma prática que existe por debaixo dos panos. Já em outros locais, como os Estados Unidos, o lobbying é legal, praticado em plena luz do dia, e as empresas relatam seus gastos com a prática periodicamente.
Após gastar um valor recorde com lobbying governamental ao longo de 2017 (primeiro ano de Donald Trump na Casa Branca, é bom notar), a Apple manteve-se estável em 2018, com um gasto ligeiramente inferior na prática. Registros das empresas ligados a gastos governamentais, liberados hoje, mostram que a Maçã gastou US$6,6 milhões ao longo de 2018 com o lobbying no Congresso dos EUA — uma pequena queda em relação aos US$7,1 milhões de 2017.
Mesmo com a pequena diminuição, a Apple tem gastado muito mais com a prática sob o governo atual que em administrações anteriores — antes de Trump assumir o Salão Oval, o ano em que a Maçã mais tinha gastado com lobbying tinha sido 2016, sob o governo Obama: US$4,6 milhões. Isso pode ter várias explicações, desde as diferenças (práticas e ideológicas) entre a empresa e a administração, até o próprio crescimento da Apple nos últimos dois anos.
Mesmo assim, a Apple gasta muito menos com lobbying do que suas principais concorrentes: no mesmo período, o Facebook gastou US$12,6 milhões com a prática, enquanto a Amazon investiu US$14,2 milhões e o Google despendeu US$21 milhões — a empresa de tecnologia que mais abriu a carteira para a prática em 2018.
Não se tem como afirmar com certeza quais questões, propostas e interesses foram os que mais levaram a Apple a investir nos congressistas americanos. Sabe-se que a empresa tem tido vários embates com o governo Trump por assuntos ligados às importações chinesas, às políticas de imigração dos EUA e de inclusão social de pessoas LGBTQ, mas a gigante de Cupertino também tem sido bem vocal na expansão de regulamentações médicas, legislações quanto a produtos de mídia e sistemas de carros auto-guiados.
Os efeitos práticos desse gasto, nós veremos ao longo dos próximos anos. Ou não.
via Cult of Mac