Em sua recente visita à China, Tim Cook apareceu em uma entrevista falando sobre a censura no país, suas fornecedoras por lá e mais.
Em julho, uma grande polêmica surgiu pelo mundo depois que a Apple retirou aplicativos de VPN1Virtual private network, ou rede de comunicações privada. da App Store chinesa. A discussão ficou por conta de que os apps ajudavam a burlar a censura de sites e apps no país, sendo, portanto, tidos como uma ameaça para o governo. Então, o mundo apontou os dedos para a Maçã, afirmando que ela teria cooperado com as autoridades.
Na época, Cook explicou exatamente a razão de a empresa ter feito isso e, agora, durante o Fortune Global Forum, em Guangzhou, o CEO2Chief executive officer, ou diretor executivo. pareceu bastante confiante de que os apps voltarão para onde não deveriam ter saído, conforme noticiou a Reuters:
Minha esperança ao longo do tempo é que alguns apps que foram retirados, voltem. Eu tenho uma grande esperança e estou otimista em relação a isso.
Depois da aparição de Cook na World Internet Conference, o senador Patrick Leahy, que questionou a iniciativa da Apple anteriormente, falou agora à CNBC afirmando que “a Apple tem oportunidade e obrigação moral de promover a livre expressão e outros direitos humanos básicos em países que normalmente negam esses direitos”. Ele continuou: “A Apple é claramente uma força para o bem na China, mas também acredito que ela e outras empresas de tecnologia devem continuar a se posicionar contra a repressão chinesa sobre a livre expressão.”
Partindo para assuntos mais brandos, durante o Forum, Cook ainda falou sobre como a China tem se desenvolvido cada vez mais e está muito diferente do país em desenvolvimento que visitou há 25 anos.
Tratando especificamente sobre a mão de obra chinesa, que costumeiramente sabemos que é mais barata do que em outros locais, Cook reiterou algo dito anteriormente sobre o interesse da empresa ser mais nas “habilidades” dos trabalhadores do que no custo em si:
Há uma confusão em relação à China. A concepção popular é que as empresas vêm para a China por causa de baixos custos de trabalho. Não tenho certeza para qual parte da China eles vão, mas a verdade é que a China deixou ser um país com baixo custo trabalhista há uns anos. Do ponto de vista das fornecedoras, esse não é o motivo para vir para a China, mas sim por causa da habilidade.
Além das polêmicas — e mesmo a Apple tendo apenas 15% do mercado chinês de smartphones (o que, para ela, já representa bastante financeiramente) —, o CEO afirmou que “não poderia estar mais feliz” com as vendas do iPhone X no país.
Com essa visita, talvez a Maçã consiga aumentar ainda mais sua popularidade por lá, quem sabe?
via MacRumors, AppleInsider
Notas de rodapé
- 1Virtual private network, ou rede de comunicações privada.
- 2Chief executive officer, ou diretor executivo.