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História de bastidores: algumas curiosidades sobre a Apple Union Square e empregados das lojas

A nova loja da Apple em San Francisco foi inaugurada. E não estamos falando de qualquer loja, não. A empresa não mediu esforços para fazer algo realmente bacana não apenas do ponto de vista visual mas, também, conceitual (como um novo espaço para atendimento do Genius, uma praça aberta 24 horas por dia para consumidores, entre outras coisas).

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Apple Union Square

Nós já mostramos todos os detalhes da loja — incluindo a inauguração do espaço —, mas é sempre legal também ficar por dentro de algumas curiosidades relevantes sobre esse tipo de projeto. Quer exemplos? O Patently Apple listou alguns custos envolvidos, como por exemplo o espaço em si (US$19 milhões), a tradicional escada feita de vidro (US$1 milhão), as melhorias no sistema anti-incêndio (US$2,28 milhões), o telhado que capta energia solar (US$800 mil), a estrutura interior/exterior (US$250 mil), entre outros investimentos menores.

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Empregados da Apple

Saindo de San Francisco e ampliando o escopo das lojas, um ex-empregado experiente de uma Apple Store inglesa (trabalhou para a Apple de 2011 a 2015) resolveu compartilhar com o Business Insider algumas curiosidades sobre como é trabalhar para a empresa. A entrevista é longa e conta com muitos detalhes (sendo muitos repetitivos/amplamente conhecidos), mas é interessante notar como acontece praticamente de tudo com esse pessoal.

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Já sabemos, por exemplo, quão secreta é a cultura da empresa. Mas você sabia que os empregados das lojas assinam um termo de confidencialidade no primeiro dia de trabalho que os impede de falar publicamente sobre o dia-a-dia ou até mesmo tirar uma selfie no Facebook com a famosa camiseta azul?

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Há ainda um lado mais sombrio — ao menos no Reino Unido, país onde este ex-empregado trabalhava —, como empregados sendo impossibilitados de serem promovidos internamente (ou até mesmo de passar de meio período para turno integral). A grande maioria recebe cerca de 8 libras esterlinas por hora (o que dá mais ou menos R$42, ou US$12), o que é incompatível até mesmo com o preço dos produtos da Maçã — muitos deles sofrem para adquirir os próprios produtos que vendem.

Não importa se você vende um produto (um iPad de entrada) ou 20 (Macs Pro, que são bem mais caros) por dia; o seu salário não vai mudar. Do ponto de vista financeiro (para o empregado), isso deixa de ser um incentivo para que ele tenha um desempenho cada vez melhor. Por outro lado, é exatamente aí que a cultura da Apple entra: a ideia não é vender o item mais caro para o consumidor e sim o que ele necessita (não adianta empurrar um MacBook Pro de 15″ para alguém que precisa apenas de um iPad mini, afinal, esse consumidor lá na frente se sentiria enganado e muito provavelmente não voltará à loja).

Empregados da Apple

Ao menos segundo este empregado, a Apple não demite pessoas por elas não venderem a quantidade de produtos esperada, e sim as que não têm aquela atitude desejada pela empresa, de tratar o cliente como um amigo/familiar. Nesse sentido, há tanta pressão que gerentes chegam a pedir para um empregado atender uma pessoa e descobrir qual é o sorvete favorito dela (justamente para desenvolver esse lado de atendimento mais humano). 😕

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Há, também, clientes “malucos” com que os empregados precisam lidar todos dos dias. A maioria deles perde o controle quando o produto deixa de funcionar, mas alguns passam do ponto e chegam a xingar por problemas que fogem totalmente ao controle deles (como um acessório de outra marca que deixou de funcionar). Esse empregado em questão já viu um colega de trabalho receber um “chega para lá” de um cliente e também já recebeu uma ameaça de morte por não consertar um produto que estava fora da garantia — nada muito diferente do que já relatamos sobre as lojas da Apple aqui no Brasil.

Agora junte clientes “malucos” com um dia turbulento e você terá a receita do desespero! A cobrança incrível por um atendimento satisfatório e a quantidade de clientes que devem ser atendidos em um dia de lançamento, por exemplo, não deixam as coisas nada fáceis para quem topar esse desafio. Há dias em que os empregados simplesmente não conseguem ver o chão, de tão cheia que fica a loja.

Ainda que você seja um empregado da Apple, há, sim, uma certa divisão. De acordo com essa pessoa entrevistada, você na verdade é um empregado de varejo da Apple, e não um empregado da Maçã (como os corporativos se sentem). E com a falta desse plano de carreira para quem quer prosperar internamente, basicamente apenas as pessoas que querem continuar sendo vendedores continuam no cargo.

Como tudo na vida, há também o lado bom de se trabalhar numa loja da Apple. A começar pelo processo seletivo, que é mais difícil do que entrar em Harvard (ao menos de acordo com as estatísticas da própria Apple) e seleciona pessoas que, em tese, são mais educadas e criativas. Ou seja, se você entrou, é porque é bom! 😉

Além disso, empregados contam com um belo desconto para adquirir produtos Apple e 15% de abatimento nas ações da companhia (que podem ser compradas de seis em seis meses, sendo que os 15% são aplicados em cima do menor valor da ação neste período).

Como comentamos acima, você também não é avaliado pela quantidade de produtos que vende; e sim pela qualidade do seu atendimento (se deixou consumidores satisfeitos). E, por conta do processo seletivo bastante… seletivo, acaba que essa pequena comunidade formada pelos empregados são pessoas bem bacanas.

Empregados da Apple

Entretanto, temos que levar em consideração que todo o cenário descrito acima foi comentado por um ex-empregado de uma loja no Reino Unido. Ainda que tudo isso seja mesmo verdade (e temos que levar em consideração que ele é um ex-funcionário e pode ter saído da empresa de uma forma não muito amigável), não necessariamente reflete a realidade de outras lojas no país — imagine em outros pontos de venda ao redor do mundo!

No mais, mudanças podem ter surgido na administração de Angela Ahrendts às quais este empregado não teve contato (eu definidamente torço por isso, pois não entra na minha cabeça essa história de a empresa não oferecer um plano de carreira para empregados que desejam e querem prosperar).

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