É bem possível que amanhã vejamos uma nova geração do Apple Watch, mas o primeiro smartwatch da Apple ainda enfrenta alguns problemas para se firmar no mercado. Um relatório divulgado hoje pela firma de pesquisa IDC mostra bem isso; entretanto, o problema pode não estar especificamente no dispositivo da Maçã: o mercado como um todo está vendo uma preferência por dispositivos vestíveis mais básicos em detrimento dos relógios mais avançados.
A pesquisa divide o mercado dos vestíveis em duas categorias: os “básicos” e os “inteligentes”. A diferença é que a segunda turma suporta aplicações de terceiros, portanto, é nela que cai o Apple Watch e todo o grupo de relógios mais sofisticados com Android Wear ou Tizen, por exemplo. E os números não mentem: os aparelhos mais simples estão ganhando de lavada em vendas gerais.
Sinal disso é que a líder inquestionável do segmento continua sendo a Fitbit, com seus medidores de desempenho esportivo. A empresa deteve no segundo trimestre 25,4% do mercado, ainda mais que do que os 24,9% conquistados no mesmo período do ano anterior. Foram 5,7 milhões de unidades despachadas no segundo trimestre do ano, contra 4,4 milhões no de 2015 — um crescimento de respeitáveis 28,7%.
A Xiaomi tomou da Apple o segundo lugar do segmento, mas não dá pra dizer que foi por mérito próprio: a companhia chinesa despachou os mesmos 3,1 milhões de vestíveis no segundo trimestre deste ano e do ano passado, e viu a sua participação no mercado cair de 17,2% para 14%.
Não, a responsabilidade da subida de posição da Xiaomi é da própria Apple, que foi muito mal nesse trimestre em comparação ao segundo trimestre de 2015. Foi uma queda de absurdos 56,7% em unidades despachadas — apenas 1,6 milhão de Apple Watches despachados no período em relação aos 3,6 milhões na comparação ano-a-ano —, que fez participação no mercado cair de 20,3% para apenas 7%. Garmin e Lifesense completam o Top 5, seguida por um bolo de empresas dentro da categoria “Outros”.
Apesar disso, o mercado dos vestíveis como um todo cresceu bastante na comparação ano a ano: 26,1%, segundo o relatório da IDC. A firma acredita que o sucesso dos dispositivos mais básicos se dá pelo valor mais atrativo e pelo fato de que os relógios inteligentes mais sofisticados ainda não justificam seus preços altos com recursos atraentes.
Uma vez que este segmento comece a apresentar alternativas mais robustas e que agradem mais ao público — o que sem dúvidas não demorará a acontecer —, os reloginhos poderão respirar mais aliviados. A Samsung já deu um belo passo neste sentido; será que veremos o próximo amanhã?
[via MacRumors]