O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está nos Estados Unidos com o objetivo principal de falar sobre, adivinhem, tecnologia. Para tal, o líder reuniu-se no último domingo (25/6) com uma série de altos-executivos das principais companhias do ramo em Washington, D.C., e falou sobre as novas oportunidades oferecidas pela Índia aos interessados em expandirem suas operações por lá.
Dentre os participantes da reunião, claro, estava um certo CEO de nome Tim Cook — cuja companhia tem um olho deveras adiposo no pujante mercado do sul da Ásia.
No momento, o governo de Modi está implementando uma série de mudanças nas políticas protecionistas da Índia para atrair o investimento de empresas estrangeiras no país, e este foi um ponto repetidamente ressaltado pelo primeiro-ministro durante a reunião. Ele ouviu os desejos dos executivos presentes no caso de uma possível incursão de suas companhias em território indiano, e destacou as iniciativas — tanto da sua administração como de empresas e startups — que estão fazendo o seu país tornar-se cada vez mais um pólo tecnológico fortíssimo e convidativo.
Em relação a Cook, não se sabe exatamente quais os termos da sua conversa com Modi, embora não seja difícil deduzir que os dois tenham discutido sobre a presença da Apple no país e a recém-instaurada fábrica de iPhones em território indiano. Aliás, os primeiros iPhones “Assembled in India”, montados por uma sucursal da Wistron no país, já começaram a ser vendidos por lá, embora com os mesmos preços daqueles fabricados em outros países (cerca de ₹27.000, ou R$1.400).
· • ·
Enquanto a Apple busca formas de expandir a sua presença em território indiano, uma das suas maiores parceiras está enfim procurando um lugar para se estabelecer no país-natal da empresa de Cupertino. A Foxconn confirmou que está analisando sete Estados americanos para construir a sua primeira fábrica em solo estadunidense — onde serão fabricados principalmente displays e tecnologias relacionadas a nuvem.
Segundo Terry Gou, CEO da Foxconn, os sete Estados no páreo são Ohio, Pensilvânia, Michigan, Illinois, Wisconsin, Indiana e Texas — grupo que o executivo classifica como “o coração do setor de manufatura no país”. Alguma dessas unidades federativas receberá um investimento de cerca de US$10 bilhões para que a parceira da Apple abra o seu complexo de produção local, que supostamente criaria algo em torno de 30.000 a 50.000 empregos.
Gou afirma ainda que a criação de uma fábrica nos Estados Unidos poderia representar um custo ligeiramente elevado na fabricação de peças, mas esses gastos superiores seriam contrabalançados com uma economia nas taxas de envio e nos impostos de importação. Além disso, a iniciativa conta com o apoio do governo Trump, que, desde o seu início, tem tomado medidas para trazer de volta ao solo americano várias atividades de manufatura há décadas transferidas para países asiáticos.