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Face ID

Senador dos Estados Unidos envia carta a Tim Cook fazendo questionamentos acerca do Face ID [atualizado: Apple responde]

Desde que surgiu o rumor de que a Apple trocaria o funcional e popular Touch ID por um sistema de reconhecimento facial, que a Samsung inclusive já tentou deslanchar, alguns questionamentos em relação à segurança surgiram.

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Na keynote de apresentação do Face ID na última terça-feira, a empresa afirmou que a taxa de falsos positivos dessa nova tecnologia é de 1 em 1.000.000, contra 1 em 50.000 do Touch ID. E, ainda que afirmem que tudo é protegido pela conhecida Secure Enclave, que já acompanhava o Touch ID e mantém os dados seguros no aparelho, os pormenores dessa segurança ficaram no ar.

Por isso, o senador dos Estados Unidos Al Franken, membro do Comitê Judiciário do Senado que trata sobre privacidade, tecnologia e Direito, enviou uma carta [PDF] a Tim Cook com alguns questionamentos sobre a tecnologia.

Mulher usando o Face ID do iPhone X

Entre as preocupações contidas na carta, Franken pergunta sobre como a Apple planeja usar os dados de reconhecimento facial no futuro, a diversidade do seu treinamento, como a empresa responderá aos pedidos de aplicação da lei — que já causaram problemas anteriormente — para os dados da Face ID ou ao seu sistema, além do recorrente questionamento se ele pode ser enganado por uma foto ou uma máscara.

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Embora os detalhes sobre o dispositivo e a sua dependência na tecnologia de reconhecimento facial ainda estejam emergindo, eu sou encorajado pelas etapas que a Apple afirma ter implementado responsavelmente o sistema. No entanto, continuam a haver questões substanciais sobre como o Face ID afetará a privacidade e a segurança dos usuários do iPhone, e se a tecnologia funcionará igualmente bem em diferentes grupos de pessoas.

Para oferecer clareza aos milhões de americanos que usam seus produtos, peço que você forneça mais informações sobre como a empresa processou essas questões internamente, bem como quaisquer etapas adicionais que ela pretende tomar para proteger seus usuários.

Como argumento para seus questionamentos, o senador faz questão de lembrar alguns problemas já encontrados em outros sistemas de reconhecimento facial que, por exemplo, não funcionam tão bem com pessoas com tons de pele mais escuros e que podem ser explicados pelo simples fato de não terem testado o sistema em uma diversidade maior.

Face ID distingue máscaras de pessoas reais

Várias perguntas feitas pelos senador até já foram respondidas pela Apple, porém aparentemente ele quer algo mais elaborado, documentado. Entre as dez perguntas feitas por ele, algumas são:

  • A Apple pode extrair dados do Face ID de um dispositivo, a Apple algum dia vai armazenar os dados do Face ID remotamente, e a Apple pode confirmar que não tem planos de usar os dados de expressões faciais para fins diferentes do Face ID?
  • Onde foram produzidos as 1 bilhão de imagens utilizadas para testar o Face ID e quais os passos que a empresa realizou para garantir que o sistema tenha sido testado em um conjunto diversificado de rostos?
  • O Face ID procura perpetuamente um rosto e a Apple retém localmente as fotos originais dos rostos usados ​​para desbloquear o dispositivo? A Apple conservará as impressões faciais de indivíduos diferentes do proprietário do dispositivo?
  • Como a Apple responderá aos pedidos de aplicação da lei para acessar os dados de expressões faciais da Apple ou do próprio sistema do Face ID?

Além disso, o senador dá voz ao que todos nós que já pensamos e pergunta se existiria alguma proteção contra a pessoa ser forçada a desbloquear o celular. É meio bizarro, mas se pensarmos que é necessário que a pessoa esteja com os olhos abertos, olhando para o aparelho para que ele seja destravado, vai ser preciso haver proteção sim em casos como este (hehe):

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A fronteira dos EUA. O futuro próximo.

O mesmo senador já fez uma solicitação parecida assim que a Apple anunciou o Touch ID, no iPhone 5s. Agora, ele pede que Cook responda às suas questões até 13 de outubro de 2017.

Mesmo assim, a empresa não é obrigada a responder, porém acredito que não há problemas em fazê-lo; na verdade, será até uma ótima propaganda para ela.

via AppleInsider

Atualização 17/09/2017 às 10:10

Dentro do prazo estipulado pelo senador, a Apple enviou uma carta-resposta com as questões sobre o Face ID, escrita pela vice-presidente de políticas públicas da Maçã nas Américas, Cynthia Hogan.

Nela, a VP tratou sobre as questões de segurança e privacidade que já vimos ser abordadas pela empresa, assim como relatou o processo de treinamento da nova tecnologia:

Trabalhamos com participantes de todo o mundo para incluir um grupo representativo de pessoas que comprovem gênero, idade, etnia e outros fatores. Nós aumentamos os estudos, conforme necessário, para fornecer um alto grau de precisão para uma gama diversificada de usuários. Além disso, uma rede neural treinada para detectar e resistir a falsificação defende contra tentativas de desbloquear seu telefone com fotos ou máscaras.

Além disso, a carta também incluiu algumas informações extras sobre os produtos da Apple.

Assim que a empresa enviou a resposta, o senador Franken voltou a responder, porém elogiando a empresa:

A todo tempo, aprendemos e experimentamos novas tecnologias e inovações que há alguns anos eram difíceis de se imaginar. Embora esses desenvolvimentos sejam sempre excelentes para famílias, empresas e a nossa economia, eles também levantam questões importantes sobre como protegemos o que eu acredito que estão entre os problemas mais urgentes que os consumidores enfrentam: privacidade e segurança.

Agradeço a disposição da Apple de envolver meu escritório nesses assuntos, e fico feliz em ver o caminho tomado pela empresa para abordar questões de privacidade e segurança do consumidor.

Planejo acompanhar a Apple para descobrir mais sobre como ela planeja proteger os dados dos clientes que decidem usar a última geração da tecnologia de reconhecimento facial do iPhone.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre o Face ID, pode acessar também o documento de suporte da própria Apple, assim como dar uma olhada em outras diversas entrevistas com executivos da Apple.

Confira a carta-resposta da Maçã na íntegra, abaixo:

via AppleInsider

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