Eu vou ser sincero e admitir que, após o turbilhão das últimas semanas, tinha esquecido-me ligeiramente da emocionante novela que Apple e Qualcomm protagonizam nos tribunais.
Não sei se vocês sentem a mesma coisa, mas, de qualquer forma, aí vai um lembrete dos mais relevantes capítulos dessa alucinante história, em ordem cronológica (do mais antigo ao mais recente):
- Após a FTC ir em cima da Qualcomm com acusação de monopólio, Apple também abre processo contra ela [atualizado]
20 de janeiro de 2017 - Qualcomm contra-processa a Apple, alegando que seria “impossível existir o iPhone” se não fosse a sua tecnologia
11 de abril de 2017 - Enquanto brigam, Apple decide parar de pagar royalties à Qualcomm — que sente o baque
28 de abril de 2017 - A coisa tá esquentando: Qualcomm quer banir a entrada de iPhones nos Estados Unidos
3 de maio de 2017 - FTC afirma que a Qualcomm tem, sim, um monopólio; Samsung e Intel também reclamam da empresa
15 de maio de 2017 - Novo capítulo: Qualcomm agora quer que a justiça obrigue as fornecedoras da Apple a pagar royalties
25 de maio de 2017 - Qualcomm quer banir a importação de iPhones e iPads para os Estados Unidos
6 de julho de 2017 - Fornecedoras da Apple entram na briga e agora também estão processando a Qualcomm
19 de julho de 2017 - Qualcomm sofre novo revés ao ver Google, Microsoft, Samsung e outras se juntarem à Apple na disputa [atualizado]
21 de julho de 2017
Recuperou o fôlego? Pois vamos para o próximo capítulo: a Qualcomm acabou de sofrer mais duas derrotas deveras doídas no imbróglio — o que, considerando os acontecimentos recentes, não é boa notícia para a gigante dos microchips. Isto é, de uns tempos para cá, todas as decisões da justiça têm sido desfavoráveis a ela.
A primeira das decisões ditou que a Qualcomm não pode impedir a Apple de mover processos contra a parceira/adversária(?) em outros países como fez nos Estados Unidos. Já a segunda tem a ver com a intenção da empresa de obrigar as parceiras da Apple, como a Foxconn e a Pegatron, a pagarem os royalties de licenciamento das suas tecnologias — royalties esses que a Maçã deixou de pagar já há algum tempo. A justiça determinou que o pedido é improcedente e, portanto, a gigante dos chips não receberá um centavo sequer das vendas de iPhones enquanto a questão não for resolvida.
Com isso, é possível que estejamos chegando ao final dessa montanha-russa de emoções: a Qualcomm, afinal, está efetivamente perdendo dinheiro a cada iPhone vendido e certamente se mexerá para acertar suas diferenças com a Maçã (e com todo o resto do mundo da tecnologia, aliás) o mais rápido possível para estancar a ferida.
Nessa tônica, é bom notar que o presidente do departamento de licenças da empresa, Derek Aberle, anunciou que deixará a empresa no fim do ano — ou seja, certamente indicando uma mudança no modus operandi das coisas por lá e uma outra perspectiva no horizonte.
Vejamos o que será dessa história nos próximos meses…
via AppleInsider