O melhor pedaço da Maçã.
Jony Ive participando do TechFest 2017

Em entrevista, Jony Ive diz que “detesta” a maioria das coisas e que a Apple ainda pode revolucionar

O sotaque mais sexy deste lado de Greenwich proferiu mais algumas raras palavras. O chefe de design da Apple, Jonathan Ive, deu uma breve entrevista ao vivo para o jornalista David Remnick como parte do evento TechFest 2017, da revista The New Yorker. No bate-papo, o designer tocou em alguns pontos importantes, como o ímpeto que move a sua alma profissional, a influência de Steve Jobs no seu desenvolvimento dentro da Maçã e, crucialmente, a capacidade da empresa ainda inovar (numa época em que, inegavelmente, vemos um “marasmo” de criatividade lá dentro).

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O papo começou falando sobre o iPhone e o que motivou a Apple a projetar o seu próprio smartphone — segundo Ive, o principal catalisador para a inspiração foi a insatisfação dos engenheiros e designers da Maçã com seus próprios celulares pré-iPhone.

Quando nós trabalhamos no iPhone, certamente uma parte significativa da nossa motivação era a repugnância pelos telefones que nós estávamos usando à época. [Por que? Eles ficavam horríveis na mão? Eles não funcionavam? Eles tinham uma aparência horrorosa? Era isso?] Acho que tudo isso. Eles eram feitos de forma tão horrível… Para mim, eles eram testemunhas da conveniência e da falta de ambição. Eu só acho difícil não confrontar isso. Eu acho que nós fomos importantes e nós merecemos pelo menos uma tentativa sincera.

Em uma parte interessante, Ive falou de um dos seus primeiros encontros com seu mentor Steve Jobs. De acordo com o designer, a conexão entre os dois foi imediata a partir do momento em que o executivo chegou à empresa criticando a tudo e a todos — inclusive o próprio trabalho de Ive.

Ele [Jobs] chegou ao estúdio e logo percebeu uma dissociação dentro do trabalho que nós estávamos fazendo e fez uma observação sobre o quão ineficiente eu estava sendo enquanto chefe de design. […] A situação era ainda mais dura que as palavras dele.

Sobre o possível impacto negativo do iPhone — e dos smartphones em geral — na sociedade (tópico que já foi tratado por Tim Cook nessa entrevista, aliás), Ive falou:

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Nós temos consciência disso. Eu tendo a me preocupar tanto com o que estamos trabalhando no momento. Como qualquer ferramenta, há um uso fantástico e há como ela ser mal utilizada. Claro que eu fico feliz quando os produtos se conectam com as pessoas. Nós recebemos feedback; nossos clientes são fabulosos e não são reticentes em relação a isso. Nós recebemos tantas cartas, e quando alguém tira um pouco do seu tempo para escrever uma carta, isso significa alguma coisa.

Quando perguntado sobre o que seria a má utilização de um iPhone, Ive foi categórico: “O uso constante.”

Perguntado sobre que coisas no mundo ele detestava, Ive declarou que “a maioria delas, na verdade” — o que deve mover seu espírito de designer para construir coisas melhores, creio eu. Segundo ele, a maioria das coisas é feita para obedecer a um orçamento ou a uma agenda, e não são construídas para pessoas. A Apple, por outro lado, tenta construir coisas para pessoas — ao menos assim crê o chefe de design da empresa.

Em relação à capacidade de revolucionar da Apple, Ive também acredita que a empresa ainda a tem intacta dentro de si, acrescentando que sua equipe tem acumulado experiência e está incrivelmente animada com uma série de novas tecnologias (que, obviamente, ele não pode detalhar no momento).

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Por fim, uma pergunta interessante, sobre a falha mais interessante do designer:

Que boa pergunta. Eu não sei se falhas são interessantes. Eu penso que nós cometemos vários erros. Mas eu estou confiante que esses erros nasceram de omissões ou de um sentimento de autosatisfação que é inevitável. Nós somos um grupo de indivíduos extremamente ansiosos e preocupados, que temos certeza de que uma coisa não vai funcionar… até que ela funciona.

via Business Insider

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