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Apple e segurança

Firma israelense contratada pelo FBI afirma, agora, ter a capacidade de desbloquear qualquer iPhone — o que é inédito

iPhones são seguros e basicamente impenetráveis. Essa é a máxima que a Apple adora repetir a cada oportunidade e, sendo realista, para as nossas vidas cotidianas e que não envolvem crimes federais e atos de terrorismo (assim eu espero… pelo menos), é verdade: nós provavelmente nunca teremos de nos preocupar com nossos aparelhos sendo invadidos caso eles sejam perdidos ou roubados enquanto estiverem bloqueados com uma senha, nossas digitais ou nosso rosto.

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Existe uma outra esfera, muito acima da nossa vida cotidiana, entretanto, onde as coisas são muito mais complicadas — falo, é claro, dos iPhones de suspeitos de crimes que são recuperados e podem servir como evidência para solucionar casos e punir culpados.

Todos certamente lembram-se do espinhoso caso do iPhone 5c de um dos atiradores de San Bernardino, que gerou uma briga deveras pública entre o FBI e a Apple — o primeiro pedindo à empresa que criasse uma versão especial do iOS que lhe desse acesso a todos os iPhones em existência, mesmo bloqueados, e a segunda recusando repetidamente, afirmando que a criação de algo assim criaria um precedente perigoso e causaria um desastre caso caísse nas mãos erradas.

No fim das contas, o FBI aquietou-se após conseguir desbloquear o iPhone com a ajuda não da Apple, mas da Cellebrite, uma empresa israelense de extração de dados. À época, acreditava-se que apenas aquele modelo específico de iPhone tinha uma vulnerabilidade que permitia à firma invadi-lo, mas agora, aparentemente, a história é outra: de acordo com uma reportagem de hoje da Forbes, a Cellebrite está divulgando aos seus clientes que pode acessar qualquer dispositivo móvel da Apple rodando o iOS 11.

Senha sendo digitada num iPhone

A firma não anunciou a novidade oficialmente — a Forbes apurou a informação por meio de fontes anônimas, que a obtiveram através de contatos com representantes de grandes empresas e governos de alguns países, que são os clientes usuais dos israelenses — e tampouco colocou a funcionalidade em algum dos seus produtos destinados para o consumidor final, por razões óbvias: liberando a ferramenta para as mãos do público, a Apple consertaria seja lá qual for a vulnerabilidade do iOS descoberta por eles em segundos; mantendo a brecha em segredo, eles podem lucrar bastante até que o problema seja corrigido (se é que será, algum dia).

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Mandados obtidos pela Forbes mostram que um iPhone X, pertencente a um indivíduo envolvido num caso de tráfico de armas, foi recebido pela Cellebrite em 20 de novembro passado e devolvido ao FBI duas semanas depois, em 5 de dezembro. Um iPhone 8, de acordo com uma das fontes da reportagem, também foi desbloqueado com sucesso pelos israelenses — ou seja, apesar de que ninguém sabe no momento qual a vulnerabilidade que está sendo explorada pela firma ou de onde ela vem, aparentemente nenhum iPhone escapa das técnicas de invasão dela.

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A notícia, obviamente, é importante por uma série de motivos. Nunca antes uma empresa declarou-se capaz de desbloquear qualquer dispositivo iOS, independente de modelo ou versão; com isso, agências legais e governos do mundo todo podem aproveitar a habilidade para fins nobres… ou talvez outros não tão nobres assim. Isso, é claro, sem mencionar a possibilidade de a ferramenta cair nas mãos erradas e gerar um pesadelo de segurança para a Apple e seus consumidores — mas isso, claro, é uma perspectiva bastante improvável.

Como eu disse no início do texto, essas são notícias que certamente nunca nos afetarão — a não ser que você dê motivos para que o governo desembolse milhares de dólares para desbloquear o seu telefone, o que me soa improvável. Ainda assim, fica o aviso: por mais que a Apple goste de se gabar da segurança do seu ecossistema e faça esforços reais e sinceros em fortalecê-la a cada atualização, nós nunca estamos totalmente seguros no mundo digital, em qualquer plataforma. Portanto, fiquemos de olhos abertos.

via Apple World Today

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