Ninguém sabe exatamente como vai o HomePod em termos de desempenho comercial. A Apple não divulga números concretos de venda e os relatórios das firmas de análise não são definitivos — alguns deles pintam um cenário mais otimista, enquanto outros mostram uma situação bem desconfortável para a Maçã.
Agora, a Consumer Intelligence Research Partners (CIRP) veio com uma nova pesquisa [PDF] que mostra um fato (quase) incontestável: se Tim Cook e sua turma quiserem crescer mais no concorrido mercado de alto-falantes inteligentes, terão que pensar seriamente em vender uma versão mais barata do aparelho.
De acordo com o relatório da firma, a fatia de mercado da Apple no segmento continua a mesma divulgada há pouco mais de um mês, em cerca de 6%. Fazendo as contas, a CIRP estima que apenas 2% dos clientes da Apple no mundo têm um HomePod, o que soa como um índice muito baixo para um produto que pode representar o epicentro das intenções da empresa no universo dos gadgets domésticos.
De fato, muito mais clientes da Maçã possuem dispositivos Amazon Echo ou Google Home do que HomePods, o que são notícias piores ainda para a Apple.
Falando em Amazon e Google, as empresas aumentaram suas fatias de mercado entre os alto-falantes inteligentes e, mais que isso, estão vendo o índice de consumidores que possuem mais de um dispositivo do tipo em casa crescer cada vez mais — a oferta de opções mais baratas é propícia a esse tipo de fenômeno e, segundo o analista da CIRP Josh Lowitz, é um caminho que precisa ser considerado pela Apple se ela quiser competir com mais contundência perante as concorrentes.
Como exemplo para essa estratégia, Lowitz toma o caso do outro dispositivo doméstico da Maçã. 20% dos compradores de produtos de Cupertino possuem uma Apple TV, o que é um índice bem superior ao apresentado pelo HomePod justamente porque a Apple oferece modelos da caixinha preta com preços mais ou menos em linha aos da concorrência — claro, tirando da equação dispositivos muito mais baratos, como o Chromecast.
A receita, portanto, está posta na mesa. Resta saber se a Apple vai segui-la ou se vai continuar insistindo na ideia de um produto (teoricamente) superior e bem mais caro que o da concorrência.