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Denúncia: apps vendem seus dados de localização para dezenas de anunciantes

Privacidade digital é um negócio complicado — mesmo quando você acha que a controla, a verdade é que é muito difícil ter algum manejo real sobre ela. Mesmo quando você deposita suas confianças numa empresa que diz cuidar dos seus dados, como a Apple, a verdade é que sempre terá alguém sedento por eles — informações pessoais, afinal, são uma das principais moedas da contemporaneidade.

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Tome, por exemplo, seus dados de localização. O iOS oferece uma forma relativamente simples de conceder permissão ou não para que apps acessem essas informações e a Apple afirma que os dados compartilhados são sempre “anonimizados” (ou seja, não podem ser rastreados de volta para você) e utilizados apenas para que os serviços desses aplicativos sejam aprimorados. Bom, aparentemente não é bem o caso.

Uma reportagem do New York Times revelou uma série de aplicativos que acessam seus dados de localização, conseguem informações precisas de onde você esteve (o nível de precisão chega a detectar em que cômodo você está dentro de um ambiente) e, com isso, determinar sua identidade e vender suas informações para uma série empresas — que, por sua vez, usarão esses dados para lhe exibir anúncios ultradirecionados. Pois é, nada legal.

A matéria destaca um aplicativo chamado WeatherBug, um dos mais populares do mundo no segmento de clima. Sob o pretexto (perfeitamente compreensível) de determinar sua localização para mostrar a previsão do tempo do local onde você está, o aplicativo captura informações detalhadas de onde você está e esteve; segundo apuração do NYT, os desenvolvedores do app vendem dados precisos de latitude e longitude dos usuários para até 40 empresas.

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Outros culpados? Podemos citar apps como o theScore, que captura sua localização para mostrar resultados esportivos relevantes das suas redondezas e, segundo a matéria, foi descoberto vendendo essas informações para 16 anunciantes. Até mesmo aplicativos renomados como o The Weather Channel foram citados — aparentemente, dados capturados pelo app estavam sendo analisados por outras empresas da Weather Company, subsidiária da IBM da qual o app faz parte (o programa de análise já foi encerrado, entretanto).

No total, 20 aplicativos do iOS e do Android foram testados; a maioria, como revelaram pesquisadores e fontes da indústria, estava vendendo dados de geolocalização identificados dos usuários.

No caso específico da Apple, segundo o NYT, o problema é que os controles de privacidade não são suficientes: uma vez que um app obtém permissão para capturar os dados de geolocalização do usuário, ele pode fazê-lo da forma que bem entender, seja da forma mais simples (utilizando a triangulação de redes Wi-Fi, o que não dá uma localização exata) ou da mais precisa possível, que determina exatamente onde você está no planeta — os apps citados na matéria fazem uso exatamente da segunda opção e, combinando esses dados (que são entregues pela Apple como anônimos) com outros capturados sobre seus hábitos, podem determinar quem você é e onde você está ou esteve.

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O 9to5Mac sugeriu uma possível solução para esse problema: seria interessante, por exemplo, ver uma opção extra nas permissões de localização em que um aplicativo pudesse determinar somente a cidade onde você está, sem obter acesso a dados mais precisos de geolocalização.

Enquanto isso não acontece, fica a dica: conceda acesso aos seus dados apenas aos apps que você realmente confie e, ainda assim, saiba que nem todo o marketing de privacidade da Apple pode lhe proteger de ter sua identidade revelada para anunciantes. Estar no mundo digital, infelizmente, é fazer escolhas — e ter uma existência virtual completamente anônima é basicamente impossível. O que vai determinar seus passos na rede mundial de computadores é justamente o quanto isso lhe incomoda.

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