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iPhone X em Apple Store na China

Apple tenta evitar banimento de iPhones na China com atualização de software

No começo desta semana, a relação (já instável) entre Apple e Qualcomm sofreu ainda mais abalos. Conforme comentamos, a fabricante de chips solicitou o fim da importação e o banimento dos iPhones 6s, 6s Plus, 7, 7 Plus, 8, 8 Plus e X da China por infringirem duas patentes da empresa — e depois fez um pedido para que fossem incluídos o XS, o XS Max e o XR.

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Como é possível imaginar, a Apple não gostou nem um pouco disso. Após o requerimento feito pela Qualcomm nos tribunais, a companhia alertou que manter a proibição causaria “danos irreparáveis” não só à companhia, mas também aos fornecedoras e até consumidores, como divulgou a Bloomberg.

Além disso, um possível banimento desses gadgets poderia dar a impressão de que a Apple estaria “se sujeitando aos termos da Qualcomm”, fazendo com que outras fabricantes de celulares recaiam no método de cobrança anterior à briga judicial e paguem altas taxas de royalties, resultando em perdas irrecuperáveis para o mercado de smartphones.

Como dissemos, a Apple declarou que a proibição também prejudicaria fabricantes no país, como a Hon Hai/Foxconn Technology Group e outras empresas — afinal, a China é também a base de produção para a maioria dos iPhones, iPads, Macs e Apple Watches.

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Naturalmente, tal proibição custaria à Apple milhões de dólares por dia, o que por conseguinte também afetaria o governo chinês, com a perda de impostos das vendas de iPhones. Em 2017, cerca de 50 milhões de unidades do aparelho foram vendidas no país.

Atualização de software

Para resolver esse problema, ou pelo tentar amenizá-lo, a Apple divulgou ontem à noite que lançará uma atualização de software na próxima semana para resolver qualquer possível violação de patente, como divulgou a Reuters.

Com base nos modelos do iPhone que oferecemos hoje na China, acreditamos que estamos em conformidade. No início da próxima semana, vamos entregar uma atualização de software para usuários de iPhones na China, corrigindo a funcionalidade das duas patentes em questão do caso.

Isso significa que, apesar dos esforços da Maçã de tirar os dispositivos instalados com o iOS 12 da reta, a Qualcomm continua firme no seu posicionamento (e parece conseguir o que quer). Mais detalhes sobre a atualização ainda não estão disponíveis; de acordo com o AppleInsider, também não está claro se os donos de iPhones serão forçados a baixar a atualização.

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A Apple lançou no começo desta semana a primeira beta do iOS 12.1.2, que deve ser lançado oficialmente somente em janeiro. Portanto, é provável que a gigante de Cupertino libere uma atualização emergencial para os iPhones chineses (não essa que está atualmente sendo testada).

Pegatron

Concomitantemente a Maçã deverá, ainda, atuar mais incisivamente na produção de iPhones. Nesse sentido, o Nikkei informou que a companhia poderá transferir parte da produção desse gadget para a Pegatron, fabricante e montadora taiwanesa parceira da Apple, para fugir da possibilidade de banimento na China.

Conforme explicado pelo Nikkei, cada montadora do iPhone possui sua própria licença de patente com a Qualcomm, conduzindo essas negociações de forma independente. Desta forma, o contrato da Pegatron cobre uma parcela maior do catálogo de tecnologias da Qualcomm do que os acordos assinados pela Foxconn e pela Wistron.

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A Pegatron, inclusive, possui um contrato de licenciamento com a Qualcomm que abrange as duas patentes que originaram todo esse problema. A Apple acredita que, se a mão de obra da Pegatron for reforçada, ela poderá substituir, em parte, o número de dispositivos montados pelas outras empresas.

Apesar disso, o relatório informou que a Apple está no começo das conversas com a Pegatron e que está analisando se a empresa daria conta de receber mais pedidos de fabricação. Além disso, é claro que essa possível substituição não acontece da noite para o dia, mas o fato é que a Apple está usando todas as táticas legais para atrasar ou reverter a imposição da Qualcomm.

Federal Trade Commission

Além do desdobramento do caso entre Apple a Qualcomm na China, também surgiram novidades do imbróglio entre a fabricante de chips e a gigante de Cupertino nos EUA, relacionado, mais especificamente, à queixa da Federal Trade Commission (FTC) sobre práticas comerciais anticompetitivas da Qualcomm.

Após acusar a Maçã de ter fornecido segredos industriais à Intel, a juíza federal Lucy Koh decidiu que a Qualcomm não poderá usar evidências da mudança de fornecedores da Apple (como a Intel) para combater as alegações de monopólio e cobrança de royalties abusivos, conforme divulgado pela Reuters.

A Qualcomm argumentou em documentos judiciais que as “novas condições de mercado mostrariam que ela não detém o monopólio dos chips modernos” — alegação da FTC. Koh rejeitou o argumento da fabricante de chips e disse que o caso era sobre a conduta comercial da Qualcomm e não sobre seu poder de mercado.

Se a FTC vencer esse caso, os órgãos reguladores de diversos países poderão impor multas e forçar a fabricante a mudar algumas das suas práticas de negócios em torno do licenciamento e da cobrança de royalties das suas tecnologias — que garantem mais lucros à companhia do que a venda de chips em si.

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