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Resenha: celular Sony Ericsson K790i

Sony Ericsson K790iHá pouco mais de 4 meses, apresentei aqui no BLOG um lançamento da Sony Ericsson que imediatamente havia se tornado meu novo sonho de consumo em celular.

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Desde janeiro de 2005, como lhes falei, possuía um Nokia 3660, que finalmente e felizmente foi aposentado na última quinta-feira, com a chegada do meu K790i. É dele que irei falar neste post.

O que o site da Sony Ericsson diz sobre o telefone:

Um novo padrão em comunicação visual: telefone de frente dupla, com tecnologia líder em imagem, transferência de dados rápida e design clássico.

Totalmente conectado
Internet rápida, email e fontes RSS, com armazenamento e transferência de dados, fazem dele uma ferramenta de trabalho valiosa. E tem diversão também.

Sinta-se completo
O design clássico e elegante complementa sua imagem. A tela grande, o teclado confortável e o handsfree estéreo portátil completam o pacote perfeito.

Realmente, ele é tudo isso e mais um pouco. Exceto, claro, o argumento de venda parcial da empresa afirmando que ele seria um “pacote perfeito.” Analisando o pacote, realmente, os benefícios são muitos. Mas, em 3 dias de uso intenso do aparelho, posso afirmar que ele, apesar de excelente, não é perfeito.

Dimensões, peso e design

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Nunca compraria algo que não acho bonito, então, de cara, minha opinião pessoal sobre o K790i é de que ele é lindo. É, também, muito pequeno e leve, principalmente quando comparado ao meu antigo 3660: 105 x 47 x 22 mm, pesando 115 gramas. A tela é TFT de 262.144 cores, com uma resolução de 240×320 pixels.

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Sony Ericsson K790i (9/13)

Dois botões na parte superior do telefone, dos dois lados do falante principal, nem parecem botões, o que é muito bom. Só fui descobrir as funcionalidades de ambos após ler o manual, e eles são específicos para uso com a câmera do celular.

O joystick me parece resistente e é bem sensível, já me acostumei muito bem. Alguns amigos me falaram para ter cuidado com ele — já tiveram aparelhos semelhantes e o joystick acabou quebrando sem justificativa. Espero que isso não aconteça comigo e, se realmente havia algum problema com os modelos mais antigos, que tenham sido resolvidos nesta nova geração.

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Sony Ericsson K790i (11/13)

Na lateral esquerda, um botão para o recurso “PlayNow” da Sony Ericsson serve como Play/Stop de ringtones que podem ser baixados e comprados pela web. Achei que forçaram um pouco a barra, já que até hoje ele não teve qualquer utilidade pra mim, mas também não atrapalha.

Logo abaixo dele está o compartimento para acesso ao cartão de memória, que ainda não descobri como abrir. O K790i vem com um cartão Memory Stick Micro (M2) de 64MB.

Sony Ericsson K790i (13/13)

Na outra lateral temos dois botões para controle geral do volume do aparelho que, em modo câmera, funcionam como zoom — claro, digital. Não uso e não recomendo que usem, é como você tirar a foto sem zoom e depois dar um crop no Photoshop para o mesmo tamanho da foto original. Em outras palavras, é desperdício de qualidade.

Logo abaixo há o botão de disparo da câmera que, apesar de bem fácil de se esbarrar, não gera nenhum efeito no aparelho, caso não esteja em modo câmera.

Por fim, temos o sensor infravermelho, que provavelmente nunca será utilizado por mim, mas é bom saber que existe.

Sony Ericsson K790i (12/13)

A traseira é composta pelo falante externo do aparelho e por todos os seus componentes Cyber-shot: lente da câmera, flash, iluminação AF e espelhinho para auto-retratos (êba!).

Ao contrário do meu 3660, ele possui uma capinha deslizante que protege a lente da câmera e, mais que isso, já funciona como um atalho para que o aplicativo da câmera seja aberto no celular. Idem quando ela é fechada: automaticamente o aparelho volta para a tela principal. O legal é que ele nem precisa estar destravado para que se tenha acesso à câmera: basta abrir a capinha que ela é ativada e, ao retornar à tela principal, ele volta a bloquear o teclado.

Câmera Cyber-shot

Tal como havia comentado anteriormente, também, a idéia de comprar um celular com uma câmera de 3,2MP seria para substituir minha já bem corrida Sony Cyber-shot DSC-P92. É uma câmera de 5MP que comprei na Nova Zelândia em agosto de 2003 e que, inclusive, ganhou prêmios de algumas revistas, naquele ano, com a melhor relação custo/benefício da época.

É uma ótima câmera, realmente, mas é uma câmera. O que quero dizer com isso? Eu sempre tenho que lembrar de levá-la para onde quiser e, não só isso, é mais um trambolho (mesmo que relativamente pequeno) pra carregar pelos lugares. Ter uma câmera no celular mata os dois problemas de uma vez só: sempre estarei com ele e não me pesa nem mais 1 grama no bolso.

Minha preocupação quando decidi substitui-la foi de comprar um aparelho com uma câmera com qualidade mínima que me permitisse pelo menos imprimir fotos 10×15 com boa qualidade. Sabia que não pegaria, hoje, um celular com uma câmera tão boa quanto a minha, com zoom ótico e muito menos 5MP ou mais, mas também não preciso disso tudo.

A idéia, caso meus planos dêem certo, é de passar este ano juntando uma boa grana para, no começo de 2008, investir em minha primeira semi-profissional. Aí, sim, terei algo que justifique carregar para lugares especiais ou quando houver necessidade.

Sony Ericsson K790i (8/13)

Feliz fiquei quando descobri que a câmera do K790i é, no fundo, uma Cyber-shot. Em suma, não muda muita coisa pra mim, já que ela funciona muito como uma.

O celular é usado com a câmera na horizontal, com botões de zoom na parte superior esquerda e um botão de disparo na parte superior direita. Olhando para a tela, dois botões de fácil acesso à esquerda permitem mudar o modo de fotografar (presets de iluminação e etc.) ou se quer tirar fotos normais, BestPic (tira 9 fotos em seqüência para você escolher a melhor), panorama ou com frames. O joystick permite alterar entre o modo de foto e vídeo e outros atalhos controlam flash, foco e resolução da foto.

A qualidade das imagens é surpreendente para um celular, estou bastante satisfeito. Claro que megapixels não é tudo na hora de analisar as capacidades de câmeras fotográficas digitais, e é aí que os celulares de hoje em dia ainda pecam bastante: limitações em lentes. Uma lente boa é tudo o que você precisa para tirar fotografias maravilhosas. Por isso, um pouco de trabalho no Photoshop é mais necessário com as fotos do K790i do que com as da P92. Mesmo assim, o K790i traz um estabilizador de imagem que funciona muito bem, e consegui tirar fotos com ele muito menos tremidas do que com a minha atual câmera.

A melhor parte fica para o seu revolucionário flash xenon, algo que eu nunca tinha visto em um celular. Até então, os chamados “flashes” de câmeras nada mais eram do que umas luzinhas brancas um pouco mais fortes do que o normal que acendiam um pouco antes da foto ser batida. No K790i estamos falando de um flash de verdade, que funciona muito bem. Até iluminação AF e redutor de olhos vermelhos o bichinho tem.

Gravação de vídeos

Os vídeos são gravados no K790i com uma resolução bem baixa, a 176×144 pixels, e em formato 3GPP. Ficaria muito contente se pudesse gravar vídeos a 320×240, mas vou me contentar simplesmente com o fato dele já gravar vídeos, com áudio, e tudo bastante sincronizado. O tamanho dos arquivos fica bem pequeno, também; para terem uma idéia, um vídeo de 1’41” que gravei ontem ficou com apenas 1.8MB.

Bluetooth

Apesar de funcionar perfeitamente como troca de arquivos entre meu Mac e o K790i, este modelo específico ainda não é suportado pelo iSync. A cada atualização do Mac OS X novos aparelhos são adicionados, então, como ele ainda pode ser considerado um modelo recente, acredito que até a versão 10.4.9 do sistema ele já passe a ser compatível. Estou torcendo.

Desesperado com a impossibilidade de passar minha enorme lista de contatos para o celular de forma rápida e fácil, fui atrás de uma solução desenvolvida por terceiros, e encontrei. A nova media possui plugins do iSync para uma série de aparelhos de diversas marcas, entre eles o próprio. Resolvi fazer o investimento e estou bastante satisfeito; funciona muito bem, e se integra totalmente com o Address Book.

Agenda de telefones

O sincronismo do celular com o Address Book foi perfeito, mas nem todas as informações transferidas foram completas ou corretas.

O gerenciador de contatos da Apple permite, por exemplo, que marquemos uma caixinha que especifica que determinado contato é uma empresa, e não uma pessoa qualquer. Imediatamente, ele substitui os campos de nome e sobrenome por um único “Companhia”, onde você preenche o nome da mesma. O K790i não identifica isso muito bem, e tive que sair alterando manualmente todas as empresas dos meus contatos para o modo normal e colocar o nome delas no campo de nome mesmo, diretamente.

Ele também não transfere as fotos das pessoas que já estão no Address Book, apesar de suportar fotos — estou tendo que tirá-las manualmente, via o próprio celular. Uma pena.

Outro detalhe que chegou e me irritar bastante nele durante as primeiras horas de uso foi a busca por contatos, que não é lá muito inteligente. No Nokia 3660, eu podia digitar qualquer parte do nome da pessoa e ele ia, em tempo real, filtrando a lista dos resultados compatíveis. O K790i só procura linearmente, ou seja, é preciso digitar sempre o começo do primeiro nome da pessoa. Eu, que tenho, por exemplo, 9 contatos chamados Lucas na lista, nunca procurava-os pelo nome, e sim pelo sobrenome. Agora, tenho que ir até o primeiro Lucas e então, com o joystick, correr para o que eu realmente quero falar.

Rádio

O K790i traz um rádio FM embutido, com função de busca e RDS (radio data support – suprimentos de textos digitais transmitidos por estação de rádio). Ele funciona quando conectado aos fones de ouvido, que funcionam como antenas de recepção.

Sony Ericsson K790i (4/13)

A qualidade é ótima e ele possui até 20 espaços para você guardar as estações preferidas — as 9 primeiras são acessadas rapidamente via as teclas numéricas do celular. É possível, inclusive, ouvir o rádio enquanto faz outras coisas no aparelho — ele fica minimizado. E, claro, no momento em que você recebe uma chamada, ele é automaticamente pausado e retorna assim que ela é finalizada.

Bateria

Um dos maiores pontos negativos que sempre nos batemos quando falamos de aparelhos que convergem duas tecnologias até então independentes é a autonomia da bateria. O problema ocorre também com a linha W da Sony Ericsson (e com todas as outras fabricantes de aparelhos, idem), que valoriza muito mais o lado da música do que de fotografias de digitais, por isso o W, de Walkman. No momento em que a bateria morre, você fica sem câmera fotográfica (ou sem “iPod”, hehe) e, ao mesmo tempo, sem telefone, também, o que é muito mais importante.

No site oficial do produto, a Sony Ericsson promete uma autonomia de 7 horas de conversação ou 350 horas em modo de espera para o K790i. Ainda não posso confirmar tal afirmação e nem sei que configurações eles utilizaram para chegar nesses números, mas certamente é algo muito variável e contestável.

Sony Ericsson K790i (6/13)

Após receber o aparelho, utilizei a carga de fábrica até o final e depois deixei-o carregando a noite toda — um pouco mais do que as 4 horas sugeridas pelo vendedor e pelo manual do aparelho. Uma carga normal demora até 2 horas e meia para ser completada.

Após isso, passei um dia inteiro de uso ativo do celular (nada intenso, mas também não esqueci ele no bolso) e ela caiu para a casa dos 40%. Fiquei um tanto assustado, mas depois percebi que o indicador da bateria não corria de forma constante; ele cai com bastante velocidade no início, depois estabiliza um pouco.

Mesmo assim, é uma bateria de relativa curta-duração: a fabricante deve ter feito uma avaliação e decidiu que o tamanho e peso do aparelho eram mais importantes do que uma bateria de maior capacidade, neste caso.

O que me deixa tranqüilo é que estamos falando de baterias de polímeros de íons de lítio (ou algo assim, claro: Lithium ion polymer batteries), que permitem cargas sem a necessidade de que o celular morra e nem que esteja desligado durante o processo. Você pode conectá-lo quando quiser, até mesmo se ela estiver quase cheia, com 80% da capacidade, por exemplo. A única recomendação que já ouvi dessas baterias é não tirá-lo da tomada e ligá-lo novamente pouco tempo depois; até por quê, isso não faz sentido.

Sistema

O K790i, acreditem, é apenas o 4º aparelho que tenho. Até então, sempre tive Nokia’s: dois bem básicos e depois o 3660 que, apesar de muito problemático, é um ótimo aparelho.

Agora, quase 2 anos depois, comprei um Sony Ericsson. Acreditem, é um baque. Ele funciona muito diferente do meu aparelho antigo, apesar de ser, no geral, tão fácil de usar como: as mudanças vão desde como travar o teclado: no 3660, apertava menu e asterisco. No K790i, tenho que apertar asterisco e depois o botão de seleção direito, logo abaixo da tela.

De uma forma geral, ele é muito legal, completo e bem mais bonito do que o que eu estava acostumado até então. Também possui suporte a temas, é altamente customizável. Também é flexível e “expansível”: instalei dois aplicativos nele sem problema algum: um para acesso ao Gmail, oficial, e o ShoZu, para postar fotos no Flickr. Todos estão funcionando nos trinques.

Conclusão

Acho que me estendi mais do que deveria, mas quis apresentá-lo de forma bem completa, com tudo o que já analisei e descobri até então. Estou super feliz com a minha compra e torço para que a Apple adicione logo suporte ao iSync para o K790i que, torço, resolva os problemas de troca de informações com o Mac, principalmente com o Address Book.

Mais fotos do aparelho no Flickr.

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