Logo que a Apple anunciou sua entrada no mercado de publicidade móvel com sua rede oficial iAd, o mercado se agitou: “quer dizer que esse segmento é promissor a ponto de despertar o interesse da Maçã?”, muitas grandes empresas pensaram. O resultado foi que, como o pessoal de Cupertino não dá conta de (e nem tem interesse em) atender todo mundo que quer ter uma propaganda num app de smartphone, acabou sobrando para a concorrência.
Isso aconteceu justamente por uma mudança de percepção em grandes empresas, conforme conta o Wall Street Journal. O mercado de publicidade móvel começou a ser mais visado e até recursos que seriam alocados em propagandas para a TV acabaram sendo redirecionados para peças que apareceriam em gadgets como o iPhone ou Androids. A entrada da Apple, em vez de asfixiar, fez foi legitimar o mercado — agora imagine o que teria acontecido se fosse a Microsoft. 😛
Por focar-se em clientes de nível altíssimo e cobrar taxas mais altas ainda, a Maçã acabou permitindo que empresas como AdMob (Google), Medialets, Crisp Wireless e 4INFO ganhassem atenção de quem não tem bolsos tão fundos quanto, digamos, uma Nissan da vida. Isso sem contar com empresas que ficam frustradas com a demora e o controle excessivo exercido pela Apple e decidem abandonar o barco — como a CHANEL, que acabou recorrendo à Medialets e já teve um anúncio interativo veiculado no app do New York Times.
Apesar disso, não podemos afirmar que a gigante de Cupertino está de brincadeira nesse segmento: após começar a instalação de sua equipe num escritório maior, anunciar a expansão da iAd para o Japão (em breve também pra Europa, isso se já não estiver rolando) e às vésperas de adicionar milhões de iPads à lista de gadgets compatíveis com suas “propagandapps” (adapps?), a concorrência vai ter que correr mais e mais rápido para não ficar para trás.
“Quando a Apple entra na jogada, ela eleva os padrões para todo mundo”, disse Phuc Truong, da Mobext. “É como uma maré alta que faz todos os barcos subirem.”