Na semana passada, falamos aqui sobre a primeira produção original francesa da Apple — o drama de espionagem “Liaison”, estrelado por Eva Green (“Penny Dreadful”) e Vincent Cassel (“A Bela e a Fera”). Agora, parece que a Maçã precisará investir ainda mais em filmes e séries produzidos no país.
De acordo com a Variety, o governo da França aprovou recentemente um decreto que obrigará as empresas de streaming estrangeiras a investir entre 20% e 25% da sua receita gerada no país em produções locais. Isso vale, claro para o Apple TV+ e todos os seus concorrentes que operam em território francês, como a Netflix, o Amazon Prime Video e o Disney+.
O acordo envolve também a aquisição de direitos de exibição de filmes franceses por parte das plataformas de streaming. As empresas que optarem por dedicar 25% da sua renda anual na França terão direito a acessar filmes produzidos no país até 12 meses após seu lançamento nos cinemas; enquanto isso, as que preferirem dedicar 20% da receita terão acesso a filmes com mais de 12 meses de lançados.
A novidade é significativa porque, atualmente, os serviços de streaming só podem adquirir os direitos de filmes franceses 36 meses após o lançamento nos cinemas. E o foco da França está realmente na produção cinematográfica: do total do valor investido pelas plataformas, 80% poderá ser dedicado a produções audiovisuais em geral, enquanto 20% precisarão ser investidos especificamente em produções a serem lançadas nos cinemas.
É bem verdade que essas janelas de acesso ainda podem ser alteradas, caso o governo não chegue a um acordo com as empresas e distribuidoras. A Netflix, por exemplo, declarou a intenção de investir 20% da sua receita local e ter acesso a filmes lançados há menos de um ano; redes de TV francesas, por outro lado, acreditam que uma redução poderia favorecer as plataformas de streaming e colocar as exibidoras locais em uma posição vulnerável.
O fato é que a Apple começa a entrar num terreno que parece ser cada vez mais discutido — a França é o primeiro país a passar uma regulamentação do tipo para plataformas de streaming, mas o Reino Unido já manifestou um interesse parecido e outros países também realizam discussões sobre o tema. Vamos ver no que isso vai dar.
via PCMag