A internet como conhecemos hoje pode, em breve, se tornar obsoleta, segundo o Times Online. Os mesmos cientistas que trabalharam na sua criação estão agora desenvolvendo um substituto super-rápido, capaz de baixar filmes completos em poucos segundos.
Com uma velocidade cerca de 10.000 vezes mais rápida que uma conexão banda-larga comum dos dias de hoje, o “grid” poderá enviar, por exemplo, toda a discografia dos Rolling Stones de Londres para Tóquio em menos de 2 segundos. Com isso, ele irá proporcionar a capacidade necessária para a transmissão de imagens holográficas, possibilitar jogos online com centenas de milhares de jogadores simultâneos e vídeo-conferências em alta-definição pelo preço de ligações locais.
O poder do “grid” será testado de fato até o meio do ano, quando os cientistas da CERN (European Organization for Nuclear Research) definiram o “dia do botão vermelho”, no qual eles ligarão o Large Hadron Collider (LHC), novo acelerador de partículas que trabalhará na busca pela origem do universo. O “grid” será ativado ao mesmo tempo, para capturar os dados que ele gerará.
A estimativa é que o LHC gere dados anuais equivalentes a 56 milhões de CDs — o equivalente a uma pilha com 65 quilômetros de altura. Desta maneira, a web como conhecemos hoje — inventada por Tim Berners-Lee no próprio CERN em 1989 — não poderá ser utilizada para tal projeto, pois poderia sofrer um colapso global.
Em comparação com a atual infra-estrutura para a internet, o “grid” foi todo concebido a partir de cabos de fibra óptica e centros de roteamento modernos, eliminando quaisquer componentes desatualizados que possam desacelerar a transmissão de dados. Já existem 55.000 servidores instalados e o número deve subir para 200.000 nos próximos dois anos.
A novidade nos fazer pensar em algo que já foi levantado por aí, há algum tempo. No futuro, com um projeto como o “grid”, as pessoas deixarão de usar seus computadores para o armazenamento local de informações, pois todos os dados estariam na rede, acessíveis de qualquer lugar.
Inicialmente, é claro, a nova tecnologia não estará disponível para usuários domésticos — pelo menos não diretamente. Muitas operadoras de telefonia e grandes negócios já estudam a sua adoção. Outra área de bastante interesse é a de pesquisas acadêmicas, incluindo astrônomos e biólogos moleculares. O “grid” já está sendo usado para a criação de novas drogas contra a malária, por exemplo. Pesquisadores o utilizaram para analisar 140 milhões de substâncias — uma tarefa que demoraria cerca de 420 anos via uma conexão comum atual.
Quanto tempo até isso se disseminar? Deus sabe…