Proponho aqui que façamos uma breve viagem no tempo. Concentre-se, feche os olhos e lá vamos nós: é fim de tarde de um dia qualquer do ano de 1996, você chega em casa meio entediado e procura algo para fazer. Nada na TV, como sempre. A solução e ligar o seu PC — uma máquina novinha em folha, com processador AMD K6 2, 32MB de RAM e 8GB de disco rígido — espera o Windows 95 carregar, clica no mágico ícone do Winsock TCP/IP e, enquanto seu fax/modem chia preparando para conectar-se ao seu provedor de acesso, você vai à cozinha buscar alguma coisa para comer.
Ao voltar, sua conexão já está pronta e é só começar a navegar. Lembre-se de que não havia Orkut, Facebook, Yahoo!, MSN (o ICQ, vovô dos mensageiros instantâneos, só surgiria um ano depois, em 1997), Digg, MacMagazine, Wikipédia ou Google. As páginas web eram estáticas e meio sem-graça, como a do UOL:
Ainda não havia, também, o Internet Explorer, o navegador dominante era o Netscape Navigator e as pessoas passavam, em média –acredite! — 30 minutos *por mês* navegando na grande rede. O maior e mais popular mecanismo de busca era o Altavista e, cá no Brasil, tinhamos o Cadê?, alguém se lembra?
Para quem não viveu essa época dos descobrimentos no ciberespaço, a revista Time publicou há alguns anos uma lista com os melhores sites de 1996, dentre eles o da Bblioteca do Congresso Americano, a Hot Wired e a Amazon.com, na época inaugurando o conceito de comércio eletrônico. Saca só o visual:
O que dizer da usabilidade de uma página como essa? Repare que não há nada saltitando ou piscando na tela, pois o flagelo dos GIFs animados e popups ainda estava para acontecer.
É impressionante como as coisas mudaram nesses últimos 13 anos e certamente mudarão ainda mais em um futuro próximo, quando o acesso móvel à internet ultrapassar o acesso convencional — o que não demorará muito tempo para acontecer. O que diremos, em 2022, da internet de 2009? Confesso que estou curioso para saber.
[Via: Slate Magazine.]