Com a licença médica de Steve Jobs (que supostamente voltou a trabalhar nesta semana), Tim Cook teve mais uma chance de se afirmar como capaz de tocar os negócios da Apple nos últimos seis meses. Deixando de lado a preocupação e o descrédito inicial de investidores e boa parte da opinião pública, que fez as ações da companhia passarem por altos e baixos, ela se manteve sólida e continuou longe dos holofotes, enquanto trabalhava em novos produtos que recentemente nos surpreenderam em alguns pontos.
A atuação do executivo como chefe de operações, apesar de desconhecida na maior parte do tempo, ajudam a colocá-lo como referência na posição que exerce. Isso é tão importante e decisivo dentro de uma empresa fechada como a Apple que, nos últimos 24 meses, Dell e Motorola tentaram contratá-lo, sem nenhum sucesso. E para solidificar ainda mais a sua imagem, o The Wall Street Journal, autor de uma matéria interessante sobre sua vida profissional, relata que lhe será oferecida uma cadeira no quadro de diretores da Apple em breve.
Tal rumor, se concretizado, não seria em vão: o trabalho dele nos últimos meses ganhou mais e mais atribuições, sendo que o seu cargo nem mudou para CEO interino — o que aconteceria na ausência de Jobs. Em vez disso, manteve-se estável com seu salário anual, estimado pelo jornal em US$800 mil. Além disso, ele também faz parte da diretoria da Nike.
Mesmo com o seu CEO de volta, a Apple ainda não poderá contar com ele em turno completo, devido à sua recuperação da intervenção cirúrgica que sofreu recentemente, o que fará Cook continuar com algumas responsabilidades que adquiriu no período. Ainda assim, ele deverá manter sua posição atual com uma atuação maior, respondendo diretamente a Steve Jobs conforme for retomando sua posição interna e externa, como apresentador dos eventos que a companhia costuma realizar durante o ano.
Mantendo a companhia estável, Tim Cook se tornará ainda mais visado por analistas e outras empresas, o que sugere que ele tem tudo para virar uma referência na profissão que exerce. Para Stephen Mader, vice-presidente do conselho e diretor-gerente da Korn/Ferry International, “Tim Cook pode gerir qualquer empresa de tecnologia. Ele é um dos candidatos mais atraentes a CEO, tanto da Apple, quanto fora dela”, disse.