“A Microsoft deveria abandonar o Zune e seguir a estratégia da Apple para tentar fazer com que sua presença seja notada no setor de smartphones, que está em alto crescimento”, é o que afirma George Kurian, vice-presidente da Tradition Capital Management LLC.
Desenvolvido com o intuito de contra-atacar o sucesso do iPod, o Microsoft Zune foi lançado no final de 2006. Mesmo com todo o “poderio armamentista” da gigante de Redmond, o aparelho tem lutado (fracassadamente) para afastar o domínio de seu rival. “Se o Zune fosse fazer algum movimento forte contra os players da Apple, ele já o teria feito”, concluiu Susan Kevorkian, analista da IDC.
Os rendimentos do setor de Entretenimento e Dispositivos da Microsoft (que inclui o Zune) tiveram uma redução de 42% durante o período fiscal que terminou em junho, totalizando apenas US$211 milhões. Como comparação, as vendas do iPod caíram 11% durante o mesmo período, com rendimentos de US$1,5 bilhão — aproximadamente 18% de toda a arrecadação da Apple.
De acordo com uma pesquisa realizada, apenas 4,8% dos entrevistados responderam ser donos de um Zune, enquanto 61% afirmaram possuir algum modelo de iPod: “Não é para dizer que o jogo acabou, apenas que é improvável que a Microsoft derrote a Apple em seu próprio jogo.”
Mesmo com planos para lançar uma novo aparelho em breve — o Zune HD, que competirá diretamente com o iPod touch —, as chances da Microsoft serão poucas: segundo Kurian, a percepção de mercado do Zune é tão desapontadora que muitos dos varejistas desistiram completamente de vendê-lo. Creio que, além de um novo aparelho, a empresa terá que investir pesadamente na mudança da imagem/percepção de seu gadget, assim como ela tem feito com campanhas para o Windows e para o Bing.
A principal sugestão do analista é que a Microsoft desista de vez do Zune e se concentre no segmento de telefonia; para isso, a melhor saída seria a compra da Palm. Com isto, ela ganharia uma plataforma multi-touch moderna (Pre) despendendo pouco investimento.