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Apple queria abrir melhores recursos do iMessage para a concorrência

iMessage rodando no Mac e no iPhone

Um dos aspectos mais chatos da transição de quem vai do iPhone para o Android é deixar o iMessage para trás. Aqui no Brasil, esse problema é menos comum pelo puro e simples motivo de que o WhatsApp Messenger, mesmo com todas as suas polêmicas, é o mensageiro padrão de basicamente qualquer pessoa com um smartphone; nos EUA, entretanto, o uso do mensageiro da Apple é tão comum que muita gente simplesmente se vê perdida ao abandonar o ecossistema da Maçã em prol do robozinho.

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A jornalista Joanna Stern — que está bem longe de ser uma amadora na área de tecnologia, mas conta seu périplo na transição do iPhone para um Google Pixel 3 — relatou uma dessas histórias no seu mais novo editorial para o Wall Street Journal1Matéria fechada para assinantes..

A parte mais curiosa? Uma rápida participação de Scott Forstall, outrora um dos mais poderosos executivos da Apple e um dos líderes de desenvolvimento do iOS, demitido da empresa em 2012 após a morte de Steve Jobs (de quem era protegido) e o fracasso dos Mapas da Maçã. Segundo Forstall, o plano inicial da Apple era abrir os recursos mais importantes do iMessage para que eles fossem usados por todos, independentemente da plataforma — mas isso não vingou, como sabemos.

O engenheiro de software contou que a Apple criou o iMessage com a intenção de fazer “mensagens soarem mais como uma conversa” e, para isso, implementou uma série de recursos que o SMS2Short message service, ou serviço de mensagens curtas. não tinha (e não tem até hoje): suporte a multimídia, grupos, recibos de recebimento e leitura, indicadores de digitação e muito mais. Mas a Maçã tinha uma visão de expandir isso para todas as plataformas, levando os recursos acima para a própria tecnologia do SMS. Como afirmou Forstall:

Nós abordamos as operadoras para tentar adicionar recursos aos sistemas existentes de mensagens sem que isso acarretasse em custos extras para os consumidores. Por várias razões, da dificuldade em estender os padrões já existentes até os desafios da interoperabilidade entre os sistemas e as operadoras — e até o desejo das operadoras de proteger uma fonte significativa de receita —, as tentativas não deram em nada.

Por mais que essa possa parecer uma luta solitária da Apple em busca de um mundo ideal de mensageiros interconectados, é bom lembrar que uma espécie de solução para esse problema já existe e a Maçã deu as costas para ele: falo do RCS (Rich Communications Service), um padrão que leva ao SMS vários dos recursos de mensageiros modernos, como todos os listados acima.

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Várias fabricantes do Android já aderiram à tecnologia, incluindo o próprio Google, e ele já está em vias de chegar ao Brasil; se a Apple resolvesse abraçar o padrão, a comunicação dos usuários de iPhone com contatos do outro lado da cerca se tornaria muito mais completa mesmo sem o uso de serviços de terceiros, como o WhatsApp, o Telegram ou o Signal.

Isso, claro, é só uma ideia delirante — é mais fácil um boi voar do que a Apple abraçar padrões alheios, afinal de contas. Mas que seria legal, seria.

via Cult of Mac

Notas de rodapé

  • 1
    Matéria fechada para assinantes.
  • 2
    Short message service, ou serviço de mensagens curtas.

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