O melhor pedaço da Maçã.

Apple ganha comissão por buscas em apps do Google nos seus produtos

A interdependência é ainda mais forte do que imaginávamos
meiwphotographer / Shutterstock.com
Google

Não é novidade para ninguém que a Apple recebe um formidável pagamento anual do Google para que o sistema de buscas da gigante permaneça como padrão nos sistemas da Maçã e no navegador Safari. Também não é novidade que, por conta desse e de outros acordos semelhantes, a gigante de Mountain View está na mira de órgãos antitruste do mundo inteiro por acusações de comportamento predatório e de inibição do crescimento de concorrentes.

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O que nós não sabíamos, ainda, é que o dinheiro que a Apple recebe não é só referente ao buscador padrão do seu ecossistema: a Maçã também é paga a cada busca feita em apps do Google no iOS/iPadOS e macOS. Em outras palavras, toda vez que você faz uma busca em aplicativos como o Chrome ou o próprio Google, o cofrinho de Cupertino é acrescido de mais algumas moedinhas.

A informação, trazida à esfera pública pela Bloomberg, foi revelada numa investigação recente do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O órgão, como se sabe, moveu uma ação contra o Google acusando a gigante de monopólio — e está realizando investigações acerca de outras gigantes tecnológicas, como a própria Apple, que poderão (ou não) também desdobrar-se em ações judiciais.

De acordo com a reportagem:

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O maior desses acordos [de busca] é estabelecido com uma das principais concorrentes do Google. Por ao menos uma década, o Google tem sido o buscador padrão em iPhones, iPads e no navegador Safari. O Google também é usado para algumas tarefas da Siri, a assistente digital da Apple. Eddy Cue, o chefe de serviços da Apple, é o principal negociador desses acordos, que em seu formato atual envolve uma partilha da receita gerada pelas buscas do Google em dispositivos da Apple. A Maçã também recebe uma fatia da receita das buscas realizadas em aplicativos do próprio Google, como o Chrome, instalado em iPhones, iPads e Macs, de acordo com uma pessoa familiar ao acordo que pediu para não ser identificada.

A reportagem também explica o porquê de a Apple ter permanecido com o Google ao longo dos últimos anos: o negócio é simplesmente importante demais para as finanças da Maçã, representando — em 2019 — cerca de 4% de todo o faturamento anual da empresa.

E por que outras gigantes da área, como a Microsoft ou o Yahoo, nunca se interessaram em oferecer um acordo melhor à Apple? Bom, não sabemos se alguma delas chegou a tentar, mas o fato é que é difícil bater o Google: a gigante de Mountain View tem uma receita por busca vastamente superior à das rivais, já que coloca anúncios no topo de cada pesquisa. Com isso, a parte do dinheiro direcionada à Maçã torna-se muito maior do que ela poderia ganhar fazendo um acordo com as rivais.

Isso tudo, claro, acende vários sinais vermelhos no Departamento de Justiça dos EUA e em outros órgãos antitruste ao redor do mundo. Não se sabe qual será a abordagem do Google em sua defesa ou quais ações serão tomadas pela gigante para escapar das acusações, mas certamente será interessante acompanhar essa história — e as consequências de tudo poderão, inclusive, respingar na própria Apple.

via Apple Terminal

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