O melhor pedaço da Maçã.

Pela primeira vez desde 2003, número de downloads de faixas cai — e as gravadoras têm culpa no cartório

iTunes Store

A Billboard divulgou recentemente números do mercado musical estadunidense relativos ao primeiro trimestre de 2010, e eles revelaram um fato inédito: a quantidade de faixas baixadas legalmente (leia-se “compradas”) pela primeira vez enfrentou uma queda ano após ano. Nada de aterrador, porém, pois dependendo de como se considerem os períodos comparados, pode ter sido uma diminuição da magnitude de 1% a 0,09%. Muito pouco, mas, ainda assim, uma queda num setor que só conhecia crescimento.

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Agora é hora de apontar o dedo e indicar o culpado. Tem quem diga que a era de downloads estava fadada a acabar — como se fôssemos voltar de bom grado aos CDs ou os modelos de assinatura fossem o futuro. Acho mais fácil os torrents serem a primeira alternativa pra muita gente… 😛 Mas, afinal, onde entra a Apple nesta história?

Como maior distribuidora de músicas nos EUA, a iTunes Store certamente imprime um considerável impacto no setor, então a transição do preço único de U$1 por faixa para acomodar hits a US$1,30 e algumas poucas músicas a US$0,70 deve ser levada em conta nesta queda. Mudar a estratégia de preço único foi ideia da Maçã? Não, foram as gravadoras que puseram pressão. Infelizmente, apesar da queda de 1%, a inflação de 30% nos preços das faixas de maior sucesso (ah, vá: quase todas as relevantes) deve ter aumentado tanto os lucros que dificilmente veremos essa queda ser sentida. A queda nas vendas de faixas deve ter tido efeito unicamente psicológico.

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No mercado como um todo, as vendas de álbuns estão caindo mais devagar, tendo reduzido a queda de 13,5% em 2009 para 7,9% neste ano. Por outro lado, e isso é algo a se notar, em meios não tradicionais de comércio (incluída neste bolo a loja da Apple) os álbuns cresceram 13,3%. É relativamente fácil de entender isso, pois há um certo incentivo para a compra de obras completas nas quais várias faixas de US$1,30 podem ser adquiridas por apenas US$10 (Almost Alice é um bom exemplo). O relatório foi positivo ainda para artistas independentes, que venderam 10,3% álbuns a mais que no mesmo período de 2009, e para a Lady Antebellum, grupo que vendeu mais álbuns no período (1,65 milhão), com Need You Now (outro exemplo de incentivo para compra do álbum, em detrimento das faixas).

P.S.: executivos de gravadoras, vão se danar! Parem de inventar escassez num mercado em que ela não existe. Beijos.

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Em Cupertino, são 9 horas e 42 minutos — ou seriam 41?

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