Obviamente a Apple TV não foi o ponto máximo do evento especial que a Maçã realizou ontem, mas o lançamento da sua quinta geração é, digamos, deveras importante.
Exatos dois anos após a introdução do modelo de quarta geração (confira aqui o nosso review completo), temos agora finalmente uma set-top box da Apple não só com suporte à resolução 4K, mas também ao modo HDR.
Pontuemos todas as diferenças:
Resolução 4K
A Apple TV de segunda geração só suportava saída de vídeo em 720p. Na terceira passamos para 1080p, o que se manteve na quarta.
Agora, na Apple TV 4K, temos nada mais nada menos que 4x o número de pixels em relação à anterior (mais densidade de pixels, maior nitidez de imagem). Mas, obviamente, para aproveitar isso você precisa conectar a set-top box a um televisor que seja 4K.
Para fazer streaming de conteúdos em 4K (ou, caso você prefira desta forma, 2160p), serão necessários pelo menos 15Mbps de conexão.
Modo HDR
A sigla HDR significa High Dynamic Range ou, em bom português, grande alcance dinâmico.
Na prática, televisores com suporte a HDR proporcionam — ao reproduzir conteúdos em HDR, é claro — imagens com cores mais vivas, com maior profundidade e imersão.
A Apple TV 4K suporta tanto Dolby Vision quanto HDR10.
Performance
Aqui, um salto e tanto: na Apple TV de quarta geração tínhamos um chip A8; na Apple TV 4K, passamos para um A10X Fusion (o mesmo dos iPads Pro atuais).
Na prática, isso significa que toda a navegação pela interface do tvOS e reprodução de conteúdos deverá ficar mais fluida/rápida, e obviamente isso também abre portas para apps/jogos mais complexos rodando na set-top box.
Controle remoto
O Siri Remote — chamado de Apple TV Remote nos países onde a Siri ainda não funciona na set-top box, tal como aqui no Brasil — não ganhou novos recursos (tal como aqueles rumorados feedbacks hápticos), mas obteve uma ligeira mudança visual:
Agora, o botão “Menu” tem uma bordinha branca. Segundo a Apple, isso ajuda a pessoas identificarem mais facilmente se o controle remoto está virado para cima ou para baixo.
Ele também teve o seu preço reduzido — de US$70 para US$50 nos Estados Unidos, e de R$550 para R$400 no Brasil.
Hardware
A caixinha da Apple TV é idêntica à anterior. Mesmas dimensões, mesmo peso. A menos que você olhe atrás dela:
Antes, ali em cima da porta HDMI havia uma USB-C utilizada para conectar a Apple TV a Macs a fim de fazer restaurações do sistema, captura de screenshots/vídeos ou para assistência técnica. Por algum motivo, a Apple resolveu retirá-la dali.
Embora visualmente as outras portas sejam iguais, a HDMI agora é versão 2.0a (a anterior, 1.4, não suportava reprodução de conteúdos em 4K com 60Hz e nem HDR) e a 10/100 Ethernet passou a ser uma Gigabit Ethernet.
Lá dentro, o chip Bluetooth 4.0 foi atualizado para um 5.0 (embora o Siri Remote em si ainda continue operando na versão 4.0).
Capacidades e preços
Até o evento de ontem, a Apple TV de quarta geração era vendida nos Estados Unidos em versões de 32GB e 64GB por US$150 e US$200, respectivamente (ou por R$1.100 e US$1.400, no Brasil).
Com o lançamento da Apple TV 4K, a Apple continuará vendendo apenas o modelo de 32GB da de quarta geração — e, curiosamente, não mexeu no preço dela. As novas chegarão por US$180 e US$200 (R$1.300 e R$1.400), nas mesmas capacidades.
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E aí, vale a pena?
A resposta mais óbvia/justa é “depende”, claro.
Se você já tem ou pretende comprar em breve um televisor com 4K/HDR (cujos preços estão caindo, mas ainda são proibitivos para muita gente), eu acho que não preciso nem responder isso.
Se não, aí eu penso que os ganhos em relação ao modelo de quarta geração podem não valer tanto a pena. Você terá, basicamente, uma Apple TV mais fluida/rápida para tudo e, obviamente, já preparada para quando, no futuro, você adquirir uma televisão nova.
Mas se você aí ainda estiver com uma Apple TV de terceira geração (ou anterior), aí o momento é muito bom para comprar essa nova.
Atualização 14/09/2017 às 18:10
Segundo o iDownloadBlog apurou, a Apple TV realmente não precisa mais da porta USB-C pois tudo pode ser feito sem fio — inclusive conectar ao Xcode para capturar screenshots e fazer gravações de vídeo, além de rodar ferramentas de diagnóstico.