É claro que a mídia está se focando no Android como alvo das acusações da Apple no seu processo contra a HTC, mas é bom lembrar que há dispositivos com Windows Mobile na lista de infrações cometidas pela fabricante parceira do Google. Apesar de a Microsoft não ter envolvimento direto no caso (assim como a gigante de buscas), o conselheiro geral da empresa de Redmond expôs sua opinião sobre o conflito recentemente, ao falar de propriedade intelectual num centro de convenções em Washington (Estados Unidos).
Brad Smith não chegou a demonstrar apoio para nenhum dos lados no caso Apple vs. HTC, mas fez uma afirmação que colocou uma das suas principais parceiras no ramo de telefonia móvel em maus lençóis. Para ele, “o fato de que há acusações nessa área não é necessariamente algo ruim”, referindo-se a quebras de patentes do iPhone registradas pela turma de Steve Jobs — quebras estas que, sejamos francos, não devem estar sendo cometidas apenas pela HTC.
Isso não é suficiente para caracterizar nenhuma movimentação da Microsoft contra uma parceira sua no Windows Mobile Phone, até porque Smith está certo por um lado. Em termos legais, é fundamental que empresas sejam penalizadas por quebrar propriedade intelectual e assim tenham motivação para inovar sem “roubar” por aí — afinal de contas, a própria Apple corre o risco de sofrer nas mãos da Nokia e de outras trocentas empresas, é bom lembrar.
Em processos como esse, uma questão fica no ar: como exigir e fazer valer a propriedade de invenções que cobrem tecnologias e recursos já adotados por diversas empresas? Eu sei que vimos o iPhone ser o primeiro telefone celular a fazer uso total de touchscreen e multi-touch, mas isso não significará muita coisa nos tribunais quando o uso desses recursos for constatado em um monte de aparelhos de diversos fabricantes e seu uso livre começar a ser cogitado. Algo que o time legal de Cupertino lutará com afinco para evitar, claro.
[via SlashGear]