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Coletiva iPhone 4: sessão de perguntas e respostas com Jobs, Cook e Mansfield

Steve Jobs, Tim Cook e Bob Mansfield, ao final da apresentação acerca do iPhone 4, tiveram uma sessão de perguntas e respostas com os jornalistas que compareceram ao evento.

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Abaixo você confere algumas delas:

Pergunta: Steve, como vai sua saúde?
Jobs: Estou bem, eu estava melhor na minha semana de férias no Havaí.

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P: Vocês vão fazer algo mais para resolver o problema? Talvez mudanças no hardware?
Jobs: Sabe, o [iPhone] 3GS tinha o mesmo problema. Nós estamos recebendo relatos de consumidores dizendo que o 4 é melhor. Portanto eu não sei se alterar a antena ajudaria — não sei como o design da nossa próxima antena será.

P: Eu não consigo fazer meu [BlackBerry] Bold perder barras aqui, você pode me mostrar como fazer?
Jobs: Você pode não ver esse fenômeno em certas áreas.

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P: Vocês mostraram pessoas cobrindo praticamente os telefones inteiros com a mão, mas no iPhone 4 isso pode acontecer com apenas um toque. Você pode explicar a diferença?
Mansfield: Quando você toca o telefone, você se coloca entre o sinal e o aparelho, então ao tocar aquele ponto você pode atenuar o sinal, e se você o agarrar com a mão inteira, você atenua mais ainda. Não fazemos aparelhos com antenas [externas] no topo.

P: Vocês sabiam do [problema no] design antes de o telefone ser lançado?
Jobs: Você está se referindo ao artigo da Bloomberg BusinessWeek? É pura enrolação, e nós os desafiamos a mostrar provas daquilo. Se alguém tivesse dito que [o iPhone 4] tem problemas, nós teríamos colocado gente pra resolver o caso.

P: Vocês vão pedir desculpas aos investidores?
Jobs: Vocês sabem que ouvimos consumidores que adoram este telefone e têm uma ótima experiência com ele, e estamos fazendo muito para ajudá-los com quaisquer problemas que eles tenham. Aos investidores, você sabe, você investe na companhia que somos, então se as ações caem US$5… eu não acho que devamos desculpas.

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P: Vocês acham que estão fazendo os consumidores escolherem entre forma e função?
Jobs: Não, nós lutamos para chegar a ambas. Por exemplo, fizemos o telefone menor, para ele caber melhor no seu bolso… a tela Retina é como um livro de impressão fina, ela arrasa outras telas. Ela custa um pouco mais, mas a fizemos funcionar. O iPhone 4 tem uma antena externa, então ela não fica dentro de uma case e podemos criar uma bateria maior para propiciar mais autonomia. We try to have our cake and eat it, too; tentamos ter ótimo design e ótima performance.

P: Haverá ressarcimentos para os contratos da AT&T?
Resposta: Creio que sim.

P: Há algo que você pudessem ter dito na keynote de lançamento [do iPhone 4] para reduzir as expectativas?
Jobs: Não mesmo. Poderíamos ter dito “ei, se você segurar o aparelho de determinada forma você vai ver atenuação de sinal…” Somos humanos. Cometemos erros e procuramos resolvê-los depressa. É por isso que temos os melhores e mais fiéis clientes do mundo.

P: A partir de 30 de setembro as pessoas terão que adquirir cases?
Jobs: Não necessariamente. Nós as reavaliaremos. Talvez tenhamos uma ideia melhor. Talvez o Eminem apareça com um curativo que cobre o canto da antena e todo mundo vai querer esse.

P: Os ressarcimentos abrangerão cases de terceiros?
R: Há um número muito pequeno de cases fabricadas por terceiros à venda. Então não.

P: Bem, é interessante, não há muitas cases no mercado e está complicado conseguir cases agora. Se os compradores de cases de terceiros puderem apresentar recibos, por que não ressarci-los?
Jobs: É simples, se dissermos às pessoas o que nosso próximo produto vai ser, ela vão parar de comprar os produtos atuais. Às vezes sites roubam propriedade alheia e coisas vêm à tona… e fabricantes de cases têm um histórico de exibirem novas cases para nossos novos produtos. Os fabricantes de cases não têm um histórico de nos ajudar a manter nosso trabalho em segredo.

P (John Gruber): Algum de vocês usa uma case? Eu não uso.
Jobs: Bem, não usamos. E eu tenho uma recepção boa, seguro o iPhone assim [Death Grip®] e nunca vi nenhum problema.

Executivos da Apple com Bumpers

P: Vocês teriam feito algo diferente, sabendo o que sabem hoje?
Jobs: Bem, claro que o caso com a Consumer Reports foi ruim, e claro que gostaríamos de ter agido antes. Acabamos de conseguir estes dados, acabamos de descobrir de fato o que está havendo. Somos uma empresa de tecnologia, pensamos como engenheiros. Adoramos isso, achamos que é a forma certa de resolver problemas de verdade. Não acho que isso vá mudar ou que a forma como amamos nossa clientela vá mudar. Talvez seja da natureza humana — quando você vai bem, as pessoas querem te detonar. Eu vejo isso acontecer com o Google, gente tentando detoná-los. E eu não entendo isso… o que eles queriam? Que fôssemos uma companhia coreana e estivéssemos aqui na América guiando o mundo com esses produtos… talvez seja só porque as pessoas querem chamar atenção pros sites delas. Estamos aqui há 34 anos… será que não merecemos a credibilidade e a confiança da imprensa? Acho que recebemos isso dos nossos usuários. Não vi isso sendo demonstrado por parte da imprensa enquanto as coisas estavam sendo extrapoladas fora de proporção. Não estou dizendo que não erramos — não sabíamos que havia esses problemas, não sabíamos precisamente o que aconteceu com o telefone… mas tudo foi tão extrapolado. Só que ver como poderemos fazer melhor vai levar algum tempo.

P: Há alguma reestruturação do hardware nesta geração que poderia corrigir esse problema?
R: Você pode entrar na web agora e ver imagens de aparelhos da Nokia com adesivos na traseira dizendo “Não toque” — vá ao YouTube e veja esses. Mostramos a vocês três aparelhos hoje, todos bons telefones. Então atualmente o novo estado da arte na indústria inteira é que ninguém resolveu esse problema. Se eu quero que a Apple seja a primeira? Sim. Podemos fazer melhor agora? Talvez, veremos. Mas nem todo mundo está enfrentando esse problema — uma pequena parcela o encontrou. Para esses clientes nós daremos uma case, e se não funcionar, nós os ressarciremos. E continuaremos a trabalhar em antenas que não tenham este problema. Mas eu acho que nós estamos no mesmo ponto em que o resto da indústria se encontra agora.

P: Um recall chegou a ser cogitado?
Jobs: Recebemos emails e pessoas em todo o mundo falando de problemas. Somos muito sérios quanto a isso, tentamos resolver as coisas. Vamos até a casas dessas pessoas com equipamentos de testes, queremos ver registros. Tentamos coletar as informações e resolver isso…
Mansfield: Só pra constar, nós avisamos antes de aparecer.
Jobs: E não derrubamos nenhuma porta.

P: Alguma chance de uma solução via software, com base no que o New York Times relatou?
Jobs deu uma resposta comprida, desconversando. Forstall então assumiu e disse que o relato do NYT é completamente falso. Jobs complementou, dizendo que “vocês conversam muito entre si”.

P: Que tipo de impacto vocês acham que isto vai ter nas vendas?
Cook: Falaremos de finanças trimestrais na semana que vem [dia 20].

P: Gostaria de saber se o aparelho tem alguma influência em gerenciamento de sobrecarga… O problema de sobrecarga nas redes não diminuiu com o iPhone 4. Ele não desempenha nenhum papel no gerenciamento de sobrecarga?
Jobs: Eu gostaria de passar essa pro Scott num instante, mas antes, quando a AT&T quer pôr uma torre a mais no Texas, ela leva cerca de três semanas. Quando ela quer pôr uma a mais em San Francisco, leva três anos. Esse é o maior problema pontual que estamos tendo. Muito está sendo gasto para expandir a rede e nossas taxas de transferência de dados estão bem melhores no iPhone 4, mas a AT&T tem que expandir a rede e esse é um processo longo. Eu sei porque estamos constantemente perguntando sobre isso. Eles estão dando duro e às vezes eu acho que poderiam alistar usuários para ajudar na tarefa.

P: Vocês liberaram uma atualização de software pro iPhone cerca de dois anos atrás que melhorou o sinal. Vocês disseram agora que têm um bug de longa data que não mostrava bem as barras. Vocês podem associar essas duas coisas?
Jobs: Bem, deixa eu dizer uma coisa sobre a Apple. Não queríamos entrar em nenhum ramo no qual não tivéssemos controle sobre as tecnologias principais, pois se você não as controla, as pessoas que o fazem te derrubam. Nossa grande sacada há oito anos foi que o foco ia migrar das telas grandes e de cabeçotes ópticos, ou rádios como componentes mais importantes, e vimos que seria o software. E somos até bons em fazer software, mostramos isso com o iPod. Outras pessoas são boas, também, como a Palm, mas nós fizemos ótimos softwares para o mercado de smartphones. Conseguimos criar e distribuir atualizações de peso desde que o iPhone foi lançado, e tornamos o produto melhor gratuitamente. Todo mundo está nos copiando agora, mas fomos os primeiros a fazer isso. Respondendo à sua pergunta, a fórmula que usamos para calcular barras estava errada desde o princípio, e a última atualização corrige isso para o iPhone 4, 3G, 3GS… Eu só não sei se entendi a outra parte da pergunta.
P: Bem, vocês consertaram isso há dois anos e agora dizem que sempre houve um problema…
R: Provavelmente não são relacionados. Eu honestamente não me lembro de qual era o problema antes, mas provavelmente são coisas distintas.

P: Você tem se comunicado um bocado por email com consumidores — como isto está afetando a forma de lidar com esses problemas?
Jobs: Eu sempre fiz isso e, você sabe, o email está aí e eu sempre respondi às pessoas. Mas agora elas publicam na web… e algumas pessoas simplesmente inventam coisas. Então não acredite em tudo o que lê!

P: Vocês vão oferecer Bumpers gratuitamente fora dos EUA?
R: Sim.
P: E depois de 30 de setembro?
R: Avaliaremos.

A sessão terminou com agradecimentos e o desejo de que “tivéssemos feito isto antes, mas aí vocês não iam ter nada sobre o que escrever”. Ouch.

As perguntas e respostas acima foram traduzidas para o português a partir da cobertura ao vivo feita por Joshua Topolsky, do Engadget. O texto original, em inglês, pode ser visto aqui.

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