Marco Arment, desenvolvedor do aclamado Instapaper, ontem levantou a seguinte questão em seu blog: já que é possível ter um iMac quase tão poderoso quanto, mas bem mais barato que um Mac Pro, por que comprar a torre em vez do tudo-em-um? A pergunta é pertinente, principalmente se você puser lado a lado as configurações abaixo.
A tabela acima leva em consideração que o Mac Pro poderia ser facilmente customizado para
adicionar SSD e RAM de terceiros, em vez das opções oferecidas pela Apple.
Vendo esta comparação, fica nítida a diferença: o Mac Pro sai sempre uns US$1.200 mais caro que um iMac, na maioria das configurações. Isso quer dizer que todo usuário médio deve preferir o tudo-em-um, certo? Não sem antes levar em conta algumas coisas.
Marco e sua esposa, Tiffanny, têm um Mac Pro e um iMac, respectivamente, ambos comprados em 2008. A diferença entre as máquinas, hoje, é brutal: enquanto a torre “envelheceu” graciosamente, o iMac já está dando sinais de cansaço. Se levarmos em conta as necessidades especiais de Tiff, então, aí a coisa fica feia mesmo.
Ela é fotógrafa de casamentos e precisa manter arquivos RAW gigantes salvos, além de, é claro, editá-los constantemente. Isso resultou em duas coisas: o iMac já foi maximizado em RAM (4GB) e a mesa onde ele fica está atulhada de drives externos (inclusive um SSD ligado via FireWire para compensar a lentidão do HD padrão do iMac). Só alegria. 😛
E o Mac Pro de Arment, como vai? Suas quatro baias para HDs dão conta de tudo o que é preciso (exceto eventuais backups off-site, pro caso de a casa alagar ou pegar fogo). Todos os discos são mais silenciosos e rápidos, pois estão ligados diretamente em compartimentos internos do gabinete.
A hora de trocar de máquina também vai apresentar diferenças gritantes: junto com o iMac da Tiff vai o monitor de 24 polegadas (o mesmo que, se der algum problema, leva o computador junto). O disco interno, idem. A mesma coisa não acontece com o Mac Pro — o pior que pode ocorrer é de os monitores que ficam precisarem de adaptadores para se ligar à máquina nova. E o preço de revenda? Uma torre da Apple de 2006 ainda é vendável por US$900, hoje. Um iMac de 2008… arrecadaria uns US$600.
Conclusão: para um usuário que depende de força bruta, o extra que se paga por um Mac Pro é recompensado na forma de mais valor, versatilidade e vida útil. No fim das contas, o iMac não usa apenas componentes de um notebook: ele se comporta praticamente igual a um, em muitas situações. Portanto, leve isso tudo em consideração na hora de escolher seu próximo desktop Apple*.
O iMac pode ser charmoso, mas o ralador de queijo gigante tem muitos truques guardados na manga.
* E o Mac mini? Ah, café-com-leite: ele virou um Apple TV que vem com um Mac de brinde. Não dá mais pra dizer que ele é um desktop. 😛