A Apple anunciou ontem o seu novo serviço de sincronização de dados, o iCloud… mas será que essa nuvem conseguirá fazer chover dinheiro em Cupertino? Não que eles costumem acertar muito, mas convém ouvirmos os analistas para saber o que aguardar dessa nova e agressiva iniciativa da Maçã, que foi a mais destacada por especialistas do mercado financeiro.
Brian White, da Ticonderoga Securities
O novo serviço fortalece ainda mais o ecossistema digital da Apple, provendo mais funcionalidade, facilidade de uso, eficiência e recursos interessantes aos consumidores, o que deverá impulsionar a adoção de seus gadgets no futuro. A presença de Steve Jobs participando ativamente do evento de ontem foi um claro sinal positivo.
Chris Whitmore, do Deutsche Bank
O iCloud foi o ponto alto da apresentação, e seu preço deverá incentivar a adoção em larga escala e aumentar grandemente a permanência de usuários na plataforma da Apple, especialmente quem tiver mais de um aparelho. Tudo isso deverá promover mais ainda a liderança das plataformas da Apple entre desenvolvedores e consumidores.
Charlie Wolf, da Needham
O diferencial do iCloud é sua invisibilidade para o usuário e a forma como tudo é enviado para o gigantesco data center da Apple na Carolina do Norte. Não há nenhum serviço que concorra nem de longe como iCloud — que, ainda por cima, é gratuito.
Bill Shope, da Goldman Sachs
Os anúncios de ontem foram um significativo passo à frente para o iOS, dado que eles basicamente eliminam a necessidade de um PC ou Mac para usar um iGadget. Isso deverá ampliar sensivelmente o valor da plataforma, além de ser algo que poucas companhias no mundo poderiam replicar.
Mike Abramsky, da RBC Capital
A keynote de ontem não trouxe surpresas, mas trouxe uma possível revolução. Ao “cortar os cabos”, a Apple ampliou seu mercado potencial grandemente, englobando agora pessoas que desejam ter um iGadget, mas não um PC. Conforme o esperado, não houve a apresentação de um novo iPhone — mas ele ainda é aguardado para setembro.
Shaw Wu, da Sterne Agee
Os anúncios mais interessantes foram o iMessage, a integração com o Twitter e o modo PC Free. O novo sistema de mensagens instantâneas deverá replicar adequadamente a funcionalidade do BlackBerry Messenger (BBM), enquanto a adição do Twitter foi conseguida sem uma aquisição da companhia — algo que poderia fazer sentido, no futuro. O fim da necessidade de usar um PC ou Mac com iGadgets alimenta a discussão sobre a possibilidade de estes aparelhos substituírem computadores tradicionais.
Gene Munster, da Piper Jaffray
A Apple conseguiu aumentar as chances de cada consumidor adquirir diversos produtos. A grande novidade é o fato de o iCloud ser gratuito, quando esperava-se que ele fosse custar algo entre US$25 e US$100 por ano. O iTunes Match tem uma boa vantagem de preço em relação ao Amazon Cloud Player, dado que este pode custar até US$200 ao ano, enquanto aquele tem uma taxa anual única, de US$25, sem limites de músicas. Além disso, ficou mais fácil um usuário ter um iPhone ou iPad como seu computador primário.
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Todos apontaram recomendações de compra para a NASDAQ:AAPL e um preço-alvo por volta de US$465 — exceto Brian White, que aloprou com US$612. Os papéis da Maçã fecharam o dia em baixa de 1,77%, cotadas a US$332,04, um claro sinal de “compre com os rumores, venda com as notícias”.
[via Fortune Tech]