O iPhone 4 se tornou a câmera mais popular no serviço de compartilhamento de fotos mais popular do mundo — isso quer dizer que a Apple fez alguma coisa boa com o último smartphone dela. Só que uma patente que veio à tona no começo do mês gerou um temor realmente merecido: a possibilidade de câmeras de celulares serem limitadas remotamente por entidades inescrupulosas.
A aplicação de um invento destes pode ser antipática (impedir que um fã registre um show da sua banda favorita), útil (fornecer informações adicionais quando você aponta o celular para uma peça de museu) ou até mesmo antiética (prevenir que um cidadão documente um abuso de autoridade). Procurando evitar que tal patente seja empregada de forma abusiva, o SaveTheInternet.com publicou um manifesto demandando que tal recurso nunca veja a luz do dia.
Se esta ferramenta cair nas mãos de regimes repressores ou corporações maliciosas, ela daria a tiranos e empresas o poder de silenciar uma das mais críticas formas de livre expressão. Pedimos que cessem imediatamente os planos para desenvolver tecnologias de censura de celulares.
Via de regra, toda e qualquer tecnologia pode ser usada para o mal, então não é surpreendente que tenham pensado numa aplicação perigosa para esta patente em particular. O que diferencia este caso é que ele diz respeito a algo que está muito em voga ultimamente, que são as lutas populares contra regimes ditatoriais embaladas pelo poder da comunicação através da internet móvel. Isso sem falar que é cada vez mais comum celulares serem usados para flagrar poderosos com a mão na massa.
Este caso realmente merece atenção especial: é bom que tal patente seja uma daquelas que não apenas nunca chegarão ao mercado, como também impedirão que concorrentes lancem algo parecido. Quer dizer, menos a parte de prover informações num museu — essa seria uma aplicação bem legal. Na pior das hipóteses, uma coisa é certa: o jailbreak não apenas faria sentido, como ganharia um apoio popular monstruoso.
[via TUAW]