Eu ia chamar este post de “Depois dos videogames, iPhone e iPad agora vão matar as câmeras fotográficas”, mas preferi algo mais agnóstico. Mas deixa pra lá. Segundo estimativas da IHS iSuppli, a ascensão de smartphones e tablets multifuncionais está levando o mercado de eletrônicos a uma redefinição na qual aparelhos dedicados estão perdendo espaço.
O iPhone, por exemplo, está crescendo às custas de reprodutores de mídia (os iPods, principalmente), consoles portáteis (a Nintendo tá aos prantos) e câmeras digitais (RIP, Flip). Ah, claro, dumbphones também estão sentido a pressão — só que a única direção pro crescimento desses, com ou sem Apple, é pra baixo.
Evidentemente, isso não quer dizer que nunca mais ninguém vai fabricar nenhuma câmera digital porque todos os fotógrafos do mundo, profissionais e amadores, vão começar a usar iPhones para registrar casamentos. Não. O que vai acontecer é que aquela sua tia n00b, em vez de comprar uma câmera digital, um celular, um leitor de ebooks/PDFs e um “joguinho”, vai optar por um produto apenas. São uma CyberShot, um LG sem-nome, um Kindle e um Nintendo DSi a menos no mercado; por outro lado, é um iPhone a mais — e depois mais um iPhone pro seu primo, um iPad pra sua prima e, se você for um bom sobrinho, pode ganhar um iPod touch.
Fotógrafos profissionais vão continuar comprando câmeras mais caras que um MacBook Pro e com mais lentes que uma óptica em dia de liquidação, traças de livros vão preferir e-ink para ler na praia, gamers hardcore vão continuar se recusando a tocar em qualquer coisa que não tenha passado pelo menos cincos anos sendo produzida e tenha no mínimo 60 horas de duração — ou seja infinito, como World of Warcraft. Os outros 90% da população mundial, porém, vão preferir algo que faça tudo de forma boa o bastante — é nessa direção que a bola está rolando.
[via AppleInsider]