E aí, você já está usando o OS X Lion? Uma das grandes novidades do novo sistema operacional, e devo confessar que foi uma das que eu mais festejei, foi uma mudança consideravelmente drástica na interface, inspirada pelo iOS: as barras de rolagem que somem. Menos interface, mais conteúdo — páginas da web ficam lindas sem barras de rolagem gigantes, de um azul brilhante, emoldurando-as.
Só que tem um probleminha. Olhe a imagem abaixo e adivinhe quantos apps eu tenho:
Não dá pra ver uma janela dessas e saber, só de olhar, que há muito mais conteúdo tanto para cima quanto para baixo — ou para a esquerda/direita. É por isso que, sempre que você troca de janela no Lion, ele mostra todas as barras de rolagem rapidamente e as faz sumir. Eu acho lindo, mas reconheço que muitas pessoas podem sentir falta de uma informação que, por anos e anos, foi simples de coletar em computadores pessoais. Bastava olhar de relance e você já saberia se há mais conteúdo em determinada direção e em que ponto você está, se no começo, no meio ou perto do fim.
Como o progresso é uma coisa fácil de perceber com as barras que somem (basta você se mover um pouco para a indicação aparecer), muitos designers já estão quebrando a cabeça para conceber uma forma de ter o bolo e comê-lo: ninguém quer as barras de rolagem de volta (graças a Deus!), mas também não querem que um usuário pare na primeira tela de um site ou app, pensando que não há mais nada para baixo ou para os lados.
E aí, #comofas
?
Jon Whipple propôs o uso de uma bússola nas janelas: uma “rosa dos ventos” com quatro pontos poderia se iluminar conforme houvesse mais conteúdo em cada uma das direções. No exemplo abaixo, a janela tem mais conteúdo à direita e abaixo.
Clique para ver o detalhe.
É uma solução válida, mas eu curti muito mais a proposta de Lukas Mathis: usar uma “página” sob o conteúdo, e as bordas dela indicariam se há mais coisas acessíveis por rolagem. A inspiração para isso veio do Pages: só de olhar pra uma janela dele, você pode ver que o documento não termina na janela, pois as “folhas de papel” são cortadas. Só que, apesar de ser intuitiva e discreta, ela come alguns pixels da tela — quase como barras de rolagem, só que menores.
Sem essas soluções, resta mesmo ao usuário tatear as páginas da web e as janelas do Finder, algo que funciona muito bem no iOS (afinal de contas, já estamos com a tela na mão), mas é um pouco deselegante no Mac.
Particularmente, eu prefiro tatear os apps a ser bombardeado por barras de rolagem o tempo todo. Elas estão devidamente desligadas aqui, assim eu posso me concentrar no que interessa: no conteúdo. A interface, eu quero mais que suma — acho que por isso estou me dando tão bem com apps em tela cheia.