De acordo com o The Register, o Google está testando um navegador baseado no Blink que não utilizaria o WebKit da Apple, o que afrontaria as regras da App Store.
Sabemos o quão “fechado” o iOS pode ser para os desenvolvedores, os quais precisam obedecer os termos da Apple caso queiram estabelecer seus apps no sistema. Isso acontece com os navegadores, que necessariamente precisam utilizar o WebKit (motor de renderização utilizado pela Apple); como consequência, os apps se comportam semelhantemente ao Safari, com menos capacidade e flexibilidade de recursos.
Então, os desenvolvedores por trás do Chromium estão trabalhando em um “navegador experimental” para iOS e iPadOS que tentaria burlar as restrições do WebKit. Como consequência, porém, é possível que o app sequer seja aprovado pela App Store e jamais esteja disponível aos usuários.
O Google teria afirmado que não há intenção de disponibilizar o navegador pro público, mas que ele seria apenas “um protótipo experimental” que visa “entender certos aspectos do desempenho no iOS” e que continuaria cumprindo com as políticas da Apple.
Mesmo com a declaração, um grupo de desenvolvedores que criticam as políticas restritivas da Maçã acredita que esse seria o início de uma maior liberdade. Ou seja, essa iniciativa por parte do Google poderá pressionar órgãos antitruste, por exemplo, para enfrentarem a proibição criada pela Maçã para impedir mecanismos de navegador alternativos em sua plataforma.
Não é de hoje que a gigante de Cupertino tem sido alvo de escrutínio antitruste não só por parte de outras empresas, como também de diversos órgãos governamentais no mundo todo. O caso mais recente aconteceu na semana passada, nos Estados Unidos, quando a administração do governo de Joe Biden criticou as políticas anticompetitivas da App Store e do Google Play.
Múltiplos casos semelhantes já surgiram em diversos cantos do mundo, como Rússia, Austrália, França, entre outros. Inclusive, na União Europeia já existe a Lei de Mercados Digitais, que quer obrigar a Apple a permitir lojas de aplicativos de terceiros (sideloading) e também suspender as tais restrições do mecanismo de navegador já no próximo ano.
Entretanto, se a Apple vai se dobrar às petições facilmente, já são outros quinhentos…
via MacRumors