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Superinteressante entra em terreno delicado e chama Steve Jobs de “Darth Vader”

A revista Superinteressante e repórteres chamados Alexandre realmente não combinam: em julho do ano passado, comentamos aqui sobre uma matéria super sensacionalista envolvendo o iPhone, escrita por um de sobrenome Versignassi. Agora foi a vez de outro, o Alexandre Carvalho dos Santos, emplacar a sua contribuição para a lista de baboseiras e presunções que já fazem parte do histórico da publicação.

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A reportagem em questão (de quatro páginas), veiculada na edição deste mês da “SUPER”, é intitulada “O império do mal de Steve Jobs” e já começa com a seguinte frase: “O gênio se afastou do comando da Apple. Como legado, deixou um rastro de sacanagens tão grandiosas quanto suas criações.”

Só aqui fica claro o tom que o cara quis dar ao texto e, não fosse a minha curiosidade e meu envolvimento com o mundo Apple no Brasil, teria parado de ler ali mesmo. Deixando de lado o fato que, para o Alexandre, Steve Jobs saiu e não mais voltará à empresa (são esses que deixam legados), a pessoa tem que ter uma moral e conhecimento de causa realmente muito profundo pra caracterizar desta maneira as criações de, como ele mesmo se contradiz, um “gênio” da informática.

Steve Jobs Vader na SUPER

Mas o Alexandre continua e, no primeiro parágrafo, diz: “Para produzir suas pequenas maravilhas, Jobs encarna um chefe tão filho-da-mãe que virou uma espécie de Darth Vader das empresas de tecnologia.” Virou pra quem, ô cara pálida? Esse aí certamente sonha todo os dias em um dia poder trabalhar para Steve Jobs ou, no mínimo, já teve currículo negado pelos caras de Cupertino e tá com ego doídinho.

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Sinceramente, a Apple pode não ser tema de matérias sobre bem-estar de funcionários, distribuição de lanches de graça em seus campi e oferta de diversões variadas para empregados, mas eu não sei desde quando isso significa que, como nos conta o Alexandre, Steve Jobs seria “contra o estímulo de ideias dos funcionários, contra a camaradagem entre chefes e subordinados, contra a abertura de projetos a consumidores”. De fato, a empresa de maior sucesso no meio tecnológico da atualidade, a que mais revolucionou o mercado com produtos inovadores e a que mais recebe mídia gratuita da mídia e blogs do mundo todo, realmente conquistou isso tudo por… milagre?

Steve Jobs Vader na SUPER

Bom, eu não vou entrar no mérito de ficar respondendo a cada anseira dita na matéria, mas é incrível que alguém que cita (e, espera-se, tenha lido) o livro A cabeça de Steve Jobs (de Leander Kahney) possa ter feito uma interpretação tão absurda e tendenciosa da coisa. E não adianta dizer que eu faço o mesmo, porque o MacMagazine é um blog opinativo, *parcial* (sim, meu caro Padawan), e nossas matérias quase sempre acompanham comentários pessoais de mim ou de qualquer um dos outros autores do site.

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O tom da reportagem da SUPER não é nem um pouco pessoal: ela conta a história de Steve Jobs e da Apple sob o pior ponto de vista possível, citando casos que ninguém nem sequer pode provar sobre o que acontece no dia-a-dia da empresa, como broncas dadas em funcionários e pressões constantes e aterrorizantes. Veja até mesmo a linha do tempo, ali no topo, que faz questão de só incluir os pontos que o autor achou convenientes para dar suporte ao seu ataque descabido.

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Leiam vocês mesmos e tirem suas conclusões.

[Imagens e dica: Joaquim Neves Júnior e Matheus Sanchez, obrigado!]

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