Você já imaginou quantas vezes por dia o seu iPhone recebe requisições de servidores/DNS 1Domain name system, ou sistema de nomes de domínio.? Com a grande quantidade de aplicativos que muitos de nós temos instalados, bem como o número considerável de notificações e mensagens recebidas a todo momento, os dispositivos ficam em constante contato com servidores para que todos os recursos funcionem.
Pensando nisso, o Cybernews realizou um teste para aferir quantas conexões um iPhone realiza com servidores externos, monitorando-as por meio de um serviço de DNS privado. Foram instalados os 100 apps mais populares na Alemanha em um iPhone SE com o sistema restaurado, embora o experimento tenha sido feito na Lituânia. Os apps foram abertos ao menos uma vez e conectados a novas contas do Google ou da Apple quando possível.
Então, o iPhone foi deixado de lado por cinco dias, mas ligado e com os apps em funcionamento. No período, foram realizadas 16.542 requisições de DNS ao dispositivo. Por dia, o número variou ente 2.711 e 4.178, com uma média diária de 3.308. Os números equivalem a 138 solicitações por hora, ou 1 a cada 26 segundos.
Por volta das 15h do fuso horário de Greenwich, em todos os dias, foi observado um aumento na atividade de requisições. Ao total, o iPhone registrou 42% mais conexões a servidores externos feitas “por si só” do que um dispositivo Android.
Quase 60% dessas requisições foram feitas por múltiplos servidores da própria Apple em todo o mundo, enquanto 12% foram por servidores do Google e 4,4%, da Microsoft. Em aparelhos Android, as solicitações de DNS que levam a servidores da gigante de Mountain View são de cerca de 24%.
De modo geral, no iPhone, apps de redes sociais como o Facebook receberam poucas solicitações — cerca de 20 por dia, contra 200 no Android. A exceção foi o Snapchat, o qual gerou mais de 100 requisições diárias no iOS, número quase inexistente no sistema do Google.
Em matéria de localização dos servidores, os Estados Unidos ficaram no primeiro posto, com 679 em 24 horas, seguidos por Suécia (468), Alemanha (136), Irlanda (96) e Polônia (79). Não houve solicitações de servidores da China — situação que muda ao abrir os apps, em especial os de empresas chinesas —, mas o app do Alibaba comunicou-se com servidores da Rússia cerca de 1 vez por dia.
Um aparelho Android, em contrapartida, registrou mais conexões a servidores russos (39 em apenas 3 dias) e chineses (15). Vale notar que esse fator geográfico depende de muitos fatores, incluindo onde o usuário está e onde as empresas mantêm servidores. Realizando o teste no Brasil, por exemplo, o iPhone poderá se conectar a servidores mais próximos do país.
Saber com quais servidores o iPhone comunica-se não permite saber quais dados são transferidos, mas com quais sites/empresas as conexões estão sendo feitas. No caso das da Apple, notou-se que estão relacionadas aos recursos da empresa, como o iCloud. O dispositivo também contatou com frequência os chamados CDNs 2Content delivery network, ou rede de fornecimento, entrega e distribuição de conteúdo., que transmitem conteúdo, como em downloads ou serviços de streaming.
Outras requisições incluem algumas advindas de empresas que controlam apps instalados (Microsoft e Google), bem como do Apple Push Notification e de servidores de monitoramento e estatísticas de apps. Aqueles que mais consumiram a bateria foram também, em geral, os com mais requisições de servidores, como o Snapchat.
O teste mostra quão intensas são essas conexões entre o iPhone e diferentes servidores — mesmo com o dispositivo deixado de lado. Atores maliciosos, vale notar, podem usar diferentes táticas para realizar ataques, inclusive disfarçando-se em domínios de empresas conhecidas.
via iMore
Notas de rodapé
- 1Domain name system, ou sistema de nomes de domínio.
- 2Content delivery network, ou rede de fornecimento, entrega e distribuição de conteúdo.
