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Opinião: iDevices no auxílio de pessoas com autismo

Criança com autismo usando um iPad

Hoje vou contar um pouco da minha experiência pessoal no uso de iDevices — iPad, iPhone e iPod touch — que contribuem para quem possui, na família, crianças e/ou jovens autistas. Tenho um filhote de 10 anos de idade; eu e a minha esposa recebemos o diagnóstico de que ele era autista quando tinha 4 aninhos.

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Criança com autismo usando um iPad

Na época já morávamos no Japão e o fator língua dificultou bastante a chegada a um diagnóstico preciso. No período em sabíamos o que o termo significava ao certo, chegamos até a levar uma tradutora para nos auxiliar, mas aqui na Terra do Sol Nascente os médicos parece que tinham medo de confirmar o que o meu filho tinha, e me orientavam ir ao Brasil pois aquilo era apenas uma suspeita.

Pois bem: fomos para o Brasil, primeiramente para São Paulo, mas não tínhamos ideia de que tanto a AMA (Associação de Amigos do Autista) quanto a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) eram tão procuradas a ponto de não terem vaga para nos atender por bastante tempo. Ficamos desesperados e fomos para Fortaleza, pois tenho um sobrinho que mora lá e ele tinha me informado que conhecia uma médica a qual trabalha com pessoas especiais.

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Acabamos conhecendo a Casa da Esperança, casa esta que, como o nome já diz, tratou de nos tranquilizar desde que colocamos os pés lá. Os funcionários, todos sem exceção, possuem na família algum parente com autismo — da diretora Fátima Dourado a psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, enfim, todos são especializados. E lá eles nos deram o diagnóstico definitivo de que o meu filho é autista.

Depois de praticamente seis meses de um conjunto de tratamentos — terapias, fono, assistência psicológica tanto para os pais quanto para o meu filhote —, saímos de lá já com uma referência do que era o autismo e que não era o fim do mundo, afinal, são pessoas especiais.

Voltamos para o Japão e, em 2008, adquiri o meu primeiro iGadget: um iPhone 3G, cuja aquisição até então não passava pela minha cabeça o que representaria para mim. Na época meu filho, então com 5 anos de idade, começou a se interessar por alguns aplicativos, talvez atraído pelos sons e cores de alguns deles.

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Hoje ele possui um surrado iPad de primeira geração e um iPod touch de quarta geração branco, e posso afirmar com convicção: eles ajudaram a melhorar a coordenação motora, os reflexos e o raciocínio do meu filho Vinicius. Muitos games ele joga melhor do que eu, sendo que eu nem havia lhe ensinado como jogar ou proceder com determinado aplicativo. E não são apps voltados para autistas, não, o que ele gosta são títulos comuns tais como Angry Birds (qualquer versão) e Bad Piggies, em que ele dá muita risada com as expressões dos porquinhos. Vídeos do app YouTube também são um grande passatempo para ele, vira e mexe eu o vejo assistindo a vídeos que ele mesmo procura — sei lá como, porque eu não ensinei! 😛

Os autistas possuem dificuldade de coordenação motora, são estabanados e mais difícil ainda é melhorar o seu ajuste fino, o tato. É lógico que a escola onde ele estuda atualmente também tem o seu valor, pois lá só frequentam crianças e jovens especiais, incluindo muitos com Síndrome de Down.

Aplicativos específicos para ajudar no tratamento e terapia com crianças autistas existem e vou citar alguns — todos dicas do Dr. Alexandre Costa e Silva, psicólogo e presidente da Casa da Esperança: iPicto, Soundtastic, TalkBoard, Adobe Ideas, Pictello, ArtRage, iCommunicate., GRACE, Comic Life, Counting Bear, Puzzle Maker, entre outros.

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Hoje posso dizer que a terapia em um lugar especializado, depois uma escola específica, família preparada que não desiste do seu filho e também — por que não dizer? — os iDevices que foram obras de Steve Jobs, ajudaram e continuam ajudando (e muito!) no tratamento e na educação de pessoas com autismo.

Não percam a esperança… jamais! 😉

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