A marca PlayStation pode ser hoje um dos ativos mais valiosos da Sony, mas isso não significa que a gigante japonesa passará os próximos anos focando exclusivamente nos seus consoles próprios: de acordo com uma apresentação recente da empresa, o seu foco na área dos videogames passará a ser cada vez mais dividido entre o PS4/PS5 e plataformas externas, como desktops e smartphones.
A previsão foi dada na conferência anual para investidores da Sony, realizada hoje mais cedo. Em um dado momento da apresentação, a Sony fez uma análise das vendas dos seus jogos próprios, separando o desempenho comercial entre os títulos para PS4/PS5, PCs e dispositivos móveis.
Em 2019, como é possível notar, mais de 90% dos videogames da Sony eram títulos do PS4, enquanto menos de 10% representavam títulos para PCs. Para 2022, a estimativa é muito mais variada: cerca de 70% ficarão com um misto entre os dois consoles atualmente vendidos pela empresa, enquanto 20% serão jogos para PCs e pouco mais de 10% serão de títulos para smartphones e tablets.
Por outro lado, a previsão para 2025 é ainda mais drástica: até lá, a Sony planeja diversificar seu catálogo a ponto de ter quase 50% do seu total de lançamentos focado em PCs e dispositivos móveis — com uma proporção maior pesando para o lado dos desktops, mas cerca de 20% de títulos para o universo mobile.
A razão para tal estratégia é simples: existem muito mais donos de PCs, smartphones e tablets ao redor do mundo do que donos de consoles. Com isso, a Sony pode ampliar sua presença em outras plataformas propícias para as sessões de jogatina, expandir a sua marca e as suas franquias e, quem sabe, até mesmo atrair potenciais jogadores para a compra dos consoles PlayStation.
Os números estão ao lado da lógica: com o lançamento de alguns dos principais títulos da empresa (Horizon Zero Dawn, Days Gone e o mais novo God of War) no PC, a receita de vendas da Sony em jogos para computador cresceu de US$35 milhões, no ano fiscal de 2020, para uma estimativa de US$300 milhões no ano fiscal de 2022.
A Sony também já começou a mexer os pauzinhos para aplicar a estratégia: no ano passado, a empresa contratou Nicola Sebastiani, então chefe de conteúdo do Apple Arcade, para focar em novos lançamentos do catálogo do PlayStation no universo mobile. A gigante também pretende ter cerca de 12 jogos de serviço ao vivo (isto é, jogos com “temporadas” e focados no multiplayer) operantes até 2025 — uma outra área que, segundo a empresa, ainda tem um enorme potencial de lucro não explorado.
Obviamente, os detalhes específicos dos planos da Sony ainda são incertos, e teremos de aguardar alguns anos antes de sabermos o que a companhia tem em mente. Por outro lado, as chances de vermos um God of War (ou outra franquia renomada) no iPhone num futuro não muito distante são, agora, bem maiores.
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via The Verge