A essa altura, a cartilha já está basicamente desenhada: no segundo semestre, a Apple apresentará — a não ser que uma hecatombe aconteça daqui até lá — três iPhones. Dois deles, atualizações pontuais aos que já temos hoje em dia; o terceiro, um modelo novo, com recursos (supostamente) impressionantes em comemoração aos dez anos do advento do smartphone da Maçã.
Muitas questões ainda pairam no ar, mas uma delas trata-se de até que ponto a Apple conseguirá manter o seu pioneirismo no mercado dos smartphones. O consenso geral entre a imprensa especializada é que a Maçã terá que se virar nos 30 para superar concorrentes formidáveis que surgiram nos últimos meses — e eu não estou falando só do incrível Galaxy S8, mas também do LG G6, do OnePlus 3T e até do Google Pixel, que já carrega um semestre (o equivalente a décadas no mundo da tecnologia) nas costas.
Bom, se levarmos em conta esta pesquisa da comScore, pode-se dizer que a Apple tem tudo para respirar aliviada. De acordo com os dados, o iPhone nunca foi tão popular como é hoje no seu principal mercado, o americano. E, para melhorar, a maior fatia dos donos de smartphones da Maçã ainda carrega nas mãos os modelos 6/6s, ou seja, a chegada do “iPhone 8” certamente será um atrativo e tanto para estes usuários — em outras palavras, o mercado estará “maduro” para um “superciclo” de atualizações de mais de 30 milhões de usuários.
Entrando em números exatos, a firma estima que existam hoje 85,8 milhões de iPhones em uso nos EUA — considerando apenas usuários de 13 anos ou mais. Destes, 7,5 milhões são iPhones 7, 5,1 milhões são iPhones 7 Plus e 3 milhões são iPhones SE. Os iPhones 6 e 6s representam a maior fatia, com 33,4 milhões de aparelhos, enquanto os iPhones 6 Plus/6s Plus também têm um excelente share, com 15 milhões de aparelhos — estranhamente, para estas gerações, a firma separou os modelos por tamanho, e não por geração.
Quem também ainda tem uma participação para lá de considerável são os iPhones 5, 5s e 5c, que, juntos, ainda representam 17,8 milhões do universo de iPhones no país. Os modelos mais antigos — 3G, 4 e 4s (e provavelmente o 3GS, que não foi citado provavelmente por engano) — ainda são 4,1 milhões. Se isto não for um atestado da longa vida média de um iPhone, eu não sei o que é.
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Enquanto os números acima apontam para um ano de 2018 bastante positivo para a Apple — em relação aos seus smartphones, ao menos —, a predição de uma analista pode jogar ligeiramente contra este prospecto. Segundo o Business Insider, Katy Huberty, da Morgan Stanley, estima que o ASP1Average selling price, ou preço médio de venda. do iPhone subirá significantemente no ano que vem.
De acordo com a analista, o número subirá para US$753 em 2018, contra os US$675 atuais. As razões são claras: a popularidade crescente dos modelos Plus, que são naturalmente mais caros, e também a expectativa da chegada do “iPhone X”/”iPhone 8”, que, ao que tudo indica, será ainda mais caro que o mais dispendioso dos modelos atuais — podendo cruzar a temida barreira dos US$1.000.
A analista, entretanto, corrobora a opinião de que 2018 será um ano de “superciclo” para a Apple, em que uma grande quantidade de usuários atualizará seus iPhones por modelos mais novos, trazendo um lucro acima do normal para a empresa — ou seja, mesmo pagando mais, tudo indica que o público fiel dos smartphones da Maçã manterá (e até mesmo expandirá) sua fidelidade ao longo do ano que vem. Será?
[via 9to5Mac, iClarified]
Notas de rodapé
- 1Average selling price, ou preço médio de venda.