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Guia completo: como testar um Mac usado antes de comprá-lo

Um passo a passo para determinar se o seu futuro computador tem condições de ser, de fato, seu
Craig Federighi abrindo o MacBook Air com M1

No geral, o mercado de Macs usados é mais vibrante e movimentado do que o de outros tipos de computadores — e o motivo não é muito difícil de compreender: com os preços cada vez mais exorbitantes dos modelos zero-quilômetro, escolher um computador da Apple de segunda mão tem sido uma opção cada vez mais atraente para usuários novos e antigos do ecossistema da Maçã.

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Junte isso ao fato de que, geralmente, Macs têm uma vida útil bem superior em relação a PCs com Windows (tanto em termos de durabilidade quanto em atualizações) e você tem uma ótima opção para entrar — ou permanecer — no mundo da Maçã economizando uns bons trocados. Para começar a sua busca, os Classificados do MM Fórum podem ser um bom início, inclusive.

A questão é: como se certificar de que o Mac que você está comprando está em perfeitas condições (ou, ao menos, nas condições descritas pelo vendedor)? E, neste caso, a não ser que você conheça e tenha plena confiança na outra parte do negócio, não tem jeito: a melhor forma de evitar estresses posteriores é testando o computador no ato da compra, presencialmente.

E é exatamente para isso que estamos aqui: detalhar, passo a passo, as etapas que você deve seguir para verificar a integridade e as condições do seu (provável) futuro Mac antes de fechar negócio.

1. Antes do encontro

Se o vendedor do Mac em questão tiver alguma familiaridade com o sistema e com as tratativas de negócios online, ele certamente publicará as informações completas da máquina já na descrição do anúncio.

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Ainda assim, não custa pedir a ele uma screenshot da tela “Sobre Este Mac” (acessível clicando na Maçã no canto superior esquerdo da tela), pela qual você poderá verificar informações importantes como o modelo específico da máquina, o processador, a memória e os gráficos — informações que, muitas vezes, são compartilhadas de forma incompleta nas descrições de venda. Não se preocupe, você verificará tudo isso pessoalmente depois; a ideia, aqui, é só fazer um filtro inicial para descartar qualquer máquina que esteja fora do seu interesse ou necessidades.

Screenshot do macOS Sierra beta
Tela “Sobre Este Mac” do macOS Sierra

Você também pode, se quiser, pedir algumas screenshots extras — se o Mac em questão for portátil, uma boa ideia é pedir uma imagem da tela Sobre Este Mac » Relatório do Sistema » Alimentação, para que você possa conferir quantos ciclos possui a bateria do computador atualmente.

Dados de Bateria no Relatório de Sistema do macOS

Se a máquina estiver dentro das suas necessidades e expectativas, hora de marcar o encontro presencial. E aí, aquelas velhas dicas de sempre: local movimentado (uma praça de alimentação de shopping center é um clássico), vá de preferência com outra pessoa acompanhando e vamos à verificação física.

2. Inspeção externa

A primeira coisa a se fazer, claro, é dar uma boa olhada na aparência externa da máquina. A ideia, aqui, é procurar por possíveis marcas que indiquem mau uso do computador: amassados, riscos mais profundos, deformação nos cantos e outros sinais do tipo. Esses danos podem ser apenas estéticos (e aí vai do seu julgamento decidir se isso é importante para você ou não), mas em casos mais extremos, podem representar problemas também para os componentes internos da máquina.

Abrindo a tampa do computador (caso estejamos lidando com um MacBook, claro), verifique o vidro que reveste a tela: preste atenção para pequenos riscos e pequenos trincos invisíveis à primeira vista — aqui, uma boa ideia é acender a lanterna do celular e refleti-la na tela sob vários ângulos. Faça o mesmo no trackpad (que, lembre-se, também é de vidro) e dê uma boa olhada na condição do teclado.

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Verifique, então, as laterais e a condição visual das portas físicas: algumas marcas de uso são perfeitamente compreensíveis, mas arranhões, descolorações ou amassados muito drásticos são sinais de que houve algum abuso na utilização da máquina.

3. Inspeção interna

Esse é um passo opcional, mas se você tiver uma mínima familiaridade com a parte interna dos Macs, é uma boa ideia levar com você um jogo de chaves de precisão para abrir rapidamente o computador e dar uma olhada na sua parte interna. Lá dentro, você pode analisar a condição dos seus componentes principais e detectar, por exemplo, um indício de bateria estufada ou sinais de que aquela máquina já entrou em contato com líquidos.

Desmonte do novo MacBook Air feito pela iFixit
MacBook Air (2018) por dentro

Esse passo é especialmente importante se você está comprando um MacBook mais antigo, daqueles em que a maioria dos componentes internos (RAM, HDD/SSD, drive de CD/DVD, bateria) ainda eram substituíveis, porque você pode verificar se os componentes em questão são originais — ou, se não, ao menos de boa qualidade.

4. Diagnóstico Apple

Até agora, toda a inspeção foi realizada com o Mac desligado. Finalmente, chega a hora de ligá-lo — e, fazendo isso, uma boa ideia é começar rodando o Diagnóstico Apple, uma ferramenta do macOS que detecta possíveis problemas de hardware no computador e os exibe na tela.

Ferramenta de diagnóstico do macOS

Essa página dá mais detalhes sobre o processo, mas basicamente tudo o que você precisa fazer é ligar o Mac e, logo em seguida, manter a tecla D pressionada até que uma barra de progresso surja na tela ou o sistema pedir que você escolha um idioma.

Em seguida, basta seguir os passos na tela e obter o diagnóstico. Verifique todos os possíveis avisos que surjam na tela e veja se eles batem com a descrição do anúncio — lembrando que, se você estiver em um local sem disponibilidade de tomadas, não será possível testar a capacidade de carga do computador e a ferramenta exibirá isso como se fosse um erro (que você pode, portanto, ignorar).

5. Verificar senha de firmware e número de série

Uma vez feito o diagnóstico, reinicie a máquina em seu modo normal de início. A primeira coisa a verificar é se o computador está completamente desbloqueado — isto é, sem uma senha de firmware para realizar a inicialização. Se o Mac pedir esta senha, peça-a ao vendedor; se ele não souber, é sinal de que há algo errado com a máquina e ela pode ser irregular ou mesmo roubada (e você não poderá ter acesso a ela); não siga com o negócio.

Número de série no macOS

Verificado isso, é hora de checar o número de série do computador, o que pode ser feito nessa página da Apple — isso é especialmente importante para você checar se ele tem uma data de compra válida (importante para obter suporte, mesmo fora da garantia) e se a garantia ainda está valendo (caso o vendedor afirme isso, claro). Para obter o número de série do Mac em questão, basta ir à tela “Sobre Este Mac” (você pode copiá-lo diretamente de lá, inclusive) ou checar na sua tampa inferior.

6. Testes finais

Se tudo estiver nos conformes, agora é hora de aproveitar que o Mac está ligado e conferir tudo o mais que diz respeito a hardware e software. Vamos por partes:

  • Confira a conexão Wi-Fi e se o Mac consegue conectar-se a uma rede próxima (ligue o Acesso Pessoal do seu celular, se necessário).
  • Cheque o Bluetooth — idealmente, tenha com você um acessório do tipo, como um fone de ouvido ou uma caixinha de som, para testar a conexão.
  • Teste as portas físicas do Mac. Quais são elas dependerá muito do modelo que você está comprando, mas é sempre uma boa ideia levar acessórios compatíveis com as portas em questão para conferir seu funcionamento: um pendrive, um cartão SD, um par de fones de ouvido com conexão de 3,5mm, um periférico USB-C e assim por diante.
  • Idealmente, esteja num lugar que tenha uma tomada próxima para testar o carregador.
  • Abra o Editor de Texto e pressione cada tecla do Mac, prestando atenção em possíveis cliques estranhos, repetições de registros ou teclas não responsivas. Use as teclas de controle de brilho do teclado (F5 e F6) para checar se a retroiluminação está plenamente funcional.
  • Teste o trackpad: clique, movimentação do cursor e resposta a gestos multi-toque, como a pinça para dar zoom.
  • Se o Mac em questão tiver Touch ID, cadastre a sua digital e confira se o sensor está funcionando nos conformes.
  • Analise bem a tela, procurando por possíveis pixels mortos, pontos mais escurecidos, amarelamento ou outros sinais de falha. Use as teclas de controle de brilho (F1 e F2) para checar se ele está plenamente funcional.
  • Abra o Photo Booth e teste a câmera.
  • Abra o Gravador e teste os microfones.
  • Reproduza algum som (tenha algum arquivo de áudio em mãos ou simplesmente abra o YouTube, caso haja conexão) para testar os alto-falantes.
  • Enquanto estiver fazendo tudo isso, preste atenção também em sinais preocupantes do sistema, como travamentos, lentidões (ou lentidões incompatíveis com a configuração da máquina, pelo menos), comportamento das ventoinhas ou possíveis episódios de superaquecimento.

7. Feche o negócio!

Se o Mac passar em todos os testes, você pode ter uma boa dose de segurança de que a máquina está em boas condições para compra. Aí, basta finalizar o negócio com o vendedor da forma previamente combinada e partir para o abraço.

Divirta-se com a sua aquisição! 😀

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