A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reconheceu nesta semana que sua taxa digital global para gigantes da tecnologia (como Apple e Google) poderá não ser implementada em 2023, como era planejado originalmente.
O projeto foi aprovado por mais de 140 países em outubro do ano passado e prevê taxas de, no mínimo, 15% para as chamadas Big Techs em cada país onde elas operam. Era esperado que esses termos fossem votados ainda nos próximos meses e implementados no ano que vem.
De acordo com a Reuters, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, explicou durante uma apresentação no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), que detalhes técnicos estão impedindo que o projeto avance a contento.
Estabelecemos deliberadamente um prazo muito ambicioso para a implementação para manter a pressão… mas suspeito que seja mais provável que isso acabe com uma implementação prática a partir de 2024.
Dois dos principais apoiadores do projeto, os Estados Unidos e a União Europeia, estão tendo dificuldades para aprovar legislações locais que permitam a aplicação dessa taxa em seus territórios. Enquanto a aprovação se encontra estagnada no congresso americano, a UE ainda precisa lidar com a resistência da Polônia, que recentemente vetou uma das emendas do projeto.
Perguntando se a organização teme que os EUA abandonem a taxa caso o Partido Republicano (abertamente contrário à medida) saia vitorioso das eleições de novembro, Cormann explicou que uma desistência representaria uma desvantagem comercial para o país americano, o que torna essa possibilidade improvável.
Atualmente, os EUA cobram um imposto global parecido, de 10,5%, conhecido como “GILTI”. No Velho Mundo, o país com a menor taxa é a Irlanda, que mantém uma cobrança de 12,5% — o que faz com que várias companhias, incluindo a Apple, mantenham suas sedes europeias nessa região.
via AppleInsider