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Review: iPhone 6s

No ano passado, nós falhamos e interrompemos um ciclo que vinha desde 2009 ao publicarmos os nossos reviews anuais de iPhones: 3GS, 4, 4s, 5 e 5s. Acabamos cobrindo muito dos iPhones 6/6 Plus em artigos separados no site, falamos bastante deles no nosso podcast e demoramos tanto para mergulhar no review em si que, quando nos demos conta, já era tarde demais. Pedimos, a vocês, desculpas por isso.

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É claro que errar uma vez assim é suficiente. Nós já cobrimos o lançamento dos iPhones 6s/6s Plus, trouxemos mais detalhes, explicamos como o recurso Live Photos funciona, lemos a história por trás do 3D Touch, descobrimos que eles têm 2GB de RAM, mostramos benchmarks, demonstramos a diferença do Taptic Engine, apresentamos testes de resistência, verificamos sua resistência a água, derrubamos o #chipgate, conferimos as suas entranhas (até a da tela, separadamente) e lhes trouxemos a nossa série #iPhone6snoMM com vídeos de hands-on, unboxing, diferenciais/novidades e primeiras impressões.

Caixa do iPhone 6s

Agora, após algumas semanas de uso, vamos mergulhar no nosso review detalhado do iPhone 6s. Assim como no ano passado, optei pelo modelo de 4,7 polegadas — então o foco será nele. Como sempre, gosto de separar a minha análise pelos mesmos tópicos escolhidos pela Apple para destacar as novidades do aparelho. Vamos a eles, então!

3D Touch

A novidade mais marcante do iPhone 6s não é visível por fora. Aliás, se você pegar o aparelho e continuar usando como sempre usou talvez demore um pouco para perceber que há, ali, uma nova camada de interação com a interface. É o chamado 3D Touch, novo nome que a Apple deu à sua tecnologia Force Touch.

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O 3D Touch é composto de camadas de novos sensores na estrutura da tela que identificam a pressão que você está fazendo com o dedo, em diferentes níveis. Isso significa que agora você pode não só tocar com um dedo, tocar com múltiplos dedos, tocar e segurar, deslizar, etc. na tela, mas também apertá-la. E, a depender de quanto apertar, pode ver coisas diferentes acontecendo no sistema operacional ou dentro de apps.

iPhone 6s prateado com 3D Touch sendo usado com uma mão

O exemplo mais simples/óbvio do 3D Touch está na Tela de Início do iOS 9. Nos novos iPhones, você pode pressionar em ícones de apps que já incorporaram essa novidade para abrir um pequeno menu com atalhos para determinadas funções. No Telefone, você pode criar um novo contato ou falar diretamente com pessoas próximas; no Safari, pode abrir uma nova aba1Com ou sem navegação privada., mostrar favoritos ou ir para a sua Lista de Leitura; na Câmera, pode tirar uma selfie, gravar um vídeo, gravar um vídeo em câmera lenta ou tirar uma foto normal; no Música, pode fazer uma busca, mandar tocar a rádio Beats 1 ou continuar uma reprodução anterior; e por aí vai. A Apple oferece a desenvolvedores uma API para esses atalhos, que felizmente é algo bem simples de implementar e já está se disseminando rapidamente2Até o WhatsApp Messenger já ganhou a novidade, vejam só!.

Mas a Apple não desperdiçaria uma tecnologia tão avançada assim somente para atalhos em ícones. Se você pressionar e arrastar o dedo na lateral esquerda da tela, pode agora acessar a interface de multitarefa ou voltar rapidamente para o último app que estava usando. Quando estiver numa lista de mensagens ou emails, você pode pressionar levemente (o que a Apple chama de “Peek”) para ver um pedacinho do conteúdo e, se pressionar mais forte (o chamado “Pop”), entra no conteúdo tal como se tivesse dado um toque simples desde o começo. Em qualquer link que vir, pressionando levemente nele você pode conferir rapidamente o conteúdo do site numa janela flutuante. No novo Notas do iOS 9, ao fazer um desenho, a pressão na tela determina quão grosso/forte são os seus traços. E se você estiver diante de uma Live Photo ou um Live Wallpaper, pressionando na tela você vê tudo se mexer.

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O 3D Touch não chega a mudar a nossa vida tanto quanto ocorreu, por exemplo, quando os iPhones ganharam telas Retina. Ou talvez nem tanto quanto o Touch ID, algo que você necessariamente utiliza toda vez que pega o aparelho. Mas é uma tecnologia que entra no seu gosto muito rapidamente e que não só é divertida, como agiliza a nossa vida em diversos momentos. Para mim agora é muito estranho alternar entre o meu iPhone e o meu iPad, e tentar realizar certas ações pressionando a tela do tablet.

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Mas tem um recurso do 3D Touch que realmente fez diferença no meu uso diário do iPhone e é até relativamente pouco falado, que é a possibilidade de você pressionar o teclado para mover o cursor de digitação e pressionar mais forte para fazer uma seleção. Amigos, depois que você se acostuma com isso simplesmente não há mais volta.

Vejo muita gente por aí tentando “se convencer” de que essa novidade é balela por parte da Apple, afirmando que isso não depende de hardware, mas sim de software. Eu até compreendo alguém não considerar o 3D Touch um diferencial suficiente para justificar a compra do iPhone 6s, mas quem afirma isso nunca pegou em um. Primeiro porque ele ainda permite a interação de tocar e segurar sobre um mesmo elemento que também pode ser pressionado; é o caso dos ícones da Tela de Início, que continuam podendo ser reordenados tocando e segurando até começarem a tremer. Depois que a resposta do aparelho à pressão é instantânea, o que muda tudo.

Taptic Engine

Os iPhones 6s/6s Plus não são os primeiros aparelhos da Apple a incorporar o 3D Touch. A Apple ainda chama de Force Touch, mas essa mesma tecnologia ela testou implementou primeiro no Apple Watch. A principal diferença é que, no caso do relógio, você pode pressionar em qualquer lugar da tela e a interação é uma só — afinal, ele é muito pequeno. Nos iPhones, o sistema considera tanto a pressão quanto o local onde você está tocando.

Mas foi no desenvolvimento do Watch que a Apple percebeu que não bastava a interface gráfica responder à pressão do dedo. O usuário precisava sentir isso. Daí, surgiu o Taptic Engine — que também veio do relógio para os novos smartphones da Maçã.

O Taptic Engine é um novo componente que substitui o antigo motor vibratório dos iPhones. Ele é maior (tanto que até fez a Apple reduzir um pouco o tamanho da bateria dos novos aparelhos), bem mais rápido e preciso, e também silencioso. É difícil de explicar em palavras, mas você sente uma resposta diferente nas mãos a depender do tipo de interação que estiver realizando. Lembram do “Peek” e do “Pop”? Pois é, eu não preciso nem olhar para a tela para saber se estou em um ou em outro. A resposta é tão intuitiva que, por uma simples e breve vibração, você sente que não precisa pressionar a tela mais do que já pressionou para saber se algo diferente irá acontecer.

Câmeras

Se tem alguma coisa que a Apple muda em *toda* nova geração de iPhones é a câmera, especialmente a traseira. Desta vez ela resolveu mexer nas duas e fez algo raro: aumentou a resolução (quantidade de megapixels) de ambas.

A câmera iSight (traseira) passou de 8 para 12 megapixels. Mais até do que essa quantidade extra de pontos que obtivemos em fotos, o legal é que ela agora filma vídeos em resolução 4K3São quatro vezes mais pixels que em um vídeo Full HD 1080p.. Já a câmera FaceTime HD (frontal) passou de mero 1,2 para 5 megapixels — fazendo jus à era das selfies.

iPhone 6s prata de lado e flutuando

A iSight continuou com a mesma pequena protuberância em relação à parte traseira do iPhone, traz o mesmo flash True Tone e a mesma abertura f/2.2. Outra coisa que não mudou, e me decepcionou bastante, é que apenas a do 6s Plus (de 5,5 polegadas) conta com estabilização óptica; a do modelo menor continua sendo apenas digital, e isso faz uma diferença tremenda especialmente em vídeos. Mas apesar do aumento de 50% no número de pixels, os ganhos em qualidade de imagens tiradas por ela não é tão perceptível quando eu esperava após o lançamento. As fotos tiradas com os iPhones 6/6 Plus já eram excelentes e agora estão ligeiramente melhores, ponto.

Câmera FaceTime HD do iPhone 6s com flashJá a FaceTime HD obteve uma melhoria bem mais perceptível nessa geração, e isso é bom não só para fotos mas também em chamadas de vídeo-conferência. A Apple não só aprimorou bem a resolução dela, como incluiu um chip dentro do aparelho que permite que a sua própria tela seja usada como flash frontal. Alguns apps já faziam isso antes, mas agora o flash é bem mais eficaz pois esse chip faz a tela brilhar até três vezes mais do que com ela definida em brilho máximo.

Com o aumento no número de megapixels, o iPhone 6s também permite que seus panoramas fiquem muito maiores do que antes — chegando a até 63 megapixels, agora. Só não brinque muito com isso, porque uma imagem desse tamanho não pesa nada pouco. 😛

Por outro lado, fiquei chateado pelo modo Câmera Lenta (Slo-Mo) não ter obtido nenhuma melhoria nesta geração; ele continua indo até 240 quadros por segundo em resolução HD 720p ou a 120qps em Full HD 1080p. Minha torcida, para o ano que vem, é que tenhamos uma nova opção de 480qps a HD 720p, a de 240qps chegue a Full HD 1080p e a de 120qps vá a 4K. Será demais!

Nem me arrisco a colocar aqui um comparativo de fotos do iPhone 6s com modelos anteriores, porque nunca faria um trabalho tão bem feito e completo quanto o realizado por Lisa Bettany. Para a galeria de vídeo, também já publicamos uns interessantíssimos aqui no site.

Live Photos

Já que estamos falando das câmeras, vamos então destacar um novo recurso de software que a Apple implementou ali em cima por meio de um ícone com vários círculos um dentro do outro: as Live Photos.

Com esse iconezinho ativado (seja usando a iSight ou a FaceTime HD), quando você tira uma foto com o iPhone 6s o aparelho captura 1,5 segundo antes e 1,5 segundo depois do disparo. Ao olhar a foto você não vê nada diferente, mas se pressionar nela você vê esses 3 segundos em movimento — inclusive com áudio.

Conforme já explicamos aqui no site, esses 3 segundos não compreendem exatamente múltiplas fotos de 12 megapixels cada tiradas em sequência — tanto é que você ainda pode tocar e segurar o botão de disparo para tirar múltiplas fotos de vez. Para viabilizar o recurso, a Apple utiliza uma compressão especial de vídeo mas mantém o formato original da foto em JPEG; no final das contas, uma Live Photo ocupa mais ou menos o dobro que uma foto normal. Ou seja, é um recurso que deve ser usado com parcimônia. Especialmente se você optar pela versão de 16GB (falo disso em detalhes mais adiante).

Live Photos

Uma Live Photo é bem menos suave do que um vídeo normal de 3 segundos capturado pelo iPhone, devido à sua compressão e menor quantidade de quadros (frames). Elas me lembram muito aqueles jornais que se mexem dos filmes “Harry Potter”, e no final das contas a sensação de vê-las é muito similar também. Se uma imagem vale mais do que 1.000 palavras, uma Live Photo vale um pouco mais ainda. A depender do sujeito da fotografia o recurso pode não fazer muita diferença, mas especialmente quando você está fotografando pessoas/animais elas podem capturar momentos de uma maneira fantástica. Se já é divertido vê-los agora, imagine revê-los daqui a 5, 10, 15 anos?

Uma coisa que me incomodava bem ao tirar Live Photos a Apple praticamente corrigiu por completo no iOS 9.1, que era a captura do movimento mesmo quando “baixávamos” o iPhone logo após o disparo. Ora, estamos muito acostumados a bater uma foto e de imediato guardar o aparelho então eu já estava meio que tendo que me “re-educar” a manter o iPhone apontado pro sujeito mesmo após o disparo de forma que a Live Photo ficasse bacana. O iOS 9.1 agora detecta e corta isso automaticamente, ou seja, nem sempre as suas Live Photos terão 3 segundos de duração.

Além de os iPhones 6s/6s Plus já virem com alguns novos Live Wallpapers (aqueles famosos dos peixes e alguns de fumaça colorida), você pode colocar na sua Tela Bloqueada qualquer Live Photo. Taí uma coisa superbacana para você demonstrar para amigos/parentes. 😉

Chip A9, dos iPhones 6s/6s PlusChip A9 + 2GB de RAM

O A9 é o mais novo system on a chip (SoC) desenhado pela Apple, desta vez fabricado por ambas Samsung e TSMC. Trata-se da terceira geração de processadores de 64 bits da companhia e ele agora incorpora o coprocessador de movimentos M9 em seu interior.

A Apple promete uma performance de CPU até 70% maior em relação ao chip A8, e até 90% maior de GPU. Esses números não nos dizem muita coisa, é usando o aparelho que você sente o quão responsivo e fluido ele é — ainda mais considerando que ele é equipado com o dobro de RAM de antes, chegando agora a 2GB.

A minha experiência com o iPhone 6 não era ruim, mas é incrível como poucos segundos em tarefas diárias com o aparelho tornam a coisa melhor. É um prazer usar o iPhone 6s; eu sinceramente não consigo pensar em nada que faço com ele que tenha que esperar ser executado enquanto olho parado para a tela. Tudo roda muito bem, as respostas são imediatas e os 2GB de RAM contribuem para que você possa rodar ainda mais aplicativos ao mesmo tempo ou, por exemplo, ter múltiplas abas abertas no navegador sem que elas tenham que ser recarregadas tão frequentemente.

Design

Mantendo a sua tradição em linhas “s”, a Apple não mudou o visual externo dos iPhones 6s/6s Plus. Mas ela introduziu uma quarta nova cor — a ouro rosé — e agora marca na traseira, abaixo do nome “iPhone”, a letra “s” em volta de um quadradinho com cantos arredondados. Se o seu iPhone 6s/6s Plus for cinza espacial, prateado ou dourado, é por aí que você tem certeza da geração dele.

Família de iPhones 6s - dourado, prateado, ouro rosé e cinza espacial

Mas isso não quer dizer que nadinha de nada mudou no design da carcaça. A Apple agora utiliza um alumínio de série 7000 nos iPhones, o mesmo da linha Apple Watch Sport. A estrutura como um todo do aparelho também está ligeiramente mais grossa, ou seja, com isso tudo a Apple matou o famoso #bendgate do ano passado. Os iPhones 6s/6s Plus estão bem mais resistentes e é praticamente impossível que eles entortem num uso normal.

A Apple também afirma que os novos iPhones utilizam o vidro “mais forte e mais durável” de qualquer smartphone no mercado. Pode até ser verdade, mas testes de resistência já mostraram que, assim como qualquer vidro, eles continuam relativamente fáceis de serem arranhados e fatalmente irão rachar se caírem de cara no chão.

Em termos de dimensões, os novos iPhones são 0,1-0,2mm maiores no geral. Há quem diga que isso é perceptível ao segurar o aparelho na mão; não foi o meu caso, é uma diferença muito pequena. O ganho em peso, sim, é mais perceptível: +10%, em média. A combinação disso tudo torna melhor o uso desses aparelhos sem uma capinha, mesmo com a traseira continuando toda lisa em alumínio. Eu cheguei a experimentar usá-lo sem por um dia, mas ainda prefiro com — especialmente para apoiá-lo em certos lugares sem que escorregue e pensando também na conservação do aparelho para uma possível troca futura.

Apenas para constar o óbvio, a Apple também não mudou os dois tamanhos oferecidos nesses iPhones: o 6s tem uma tela Retina HD de 4,7 polegadas com 1334×750 pixels (326 pontos por polegada), e o 6s Plus tem uma tela Retina HD de 5,5 polegadas com 1920×1080 pixels (401 pontos por polegada).

Touch ID

O sensor de impressões digitais foi talvez a melhor novidade do iPhone 5s e, no iPhone 6, eu torci para que a Apple tornasse-o muito melhor especialmente na detecção dos meus dedos enquanto um pouco úmidos (comum no uso do aparelho enquanto estou na academia). Isso não aconteceu e, pior, o Touch ID ficava pior com o tempo.

Dois meses antes de pegar o iPhone 6s, troquei o meu iPhone 6 nos Estados Unidos devido a um probleminha que estava tendo no GPS e à “meia-lua” da câmera frontal. Curiosamente, com esse novo aparelho a minha experiência com o Touch ID já havia melhorado significativamente e se tornou muito raro eu ter que repetir o processo de identificação do meu dedo.

Touch ID no iPhone 6s

No iPhone 6s a Apple não só manteve essa precisão na hora de detectar a impressão digital, como conseguiu tornar o processo todo absurdamente mais rápido. Agora basta clicar no botão Início para ligar a tela que a detecção é feita no mesmo instante e, numa fração de segundos, você já está vendo os seus ícones.

Teve um pessoal que, de maneira bem-humorada, tentou criar um novo #gate afirmando que o Touch ID dos novos iPhones ficou rápido até demais. Mas não é brincadeira: se você só quiser ver a hora ou a lista de notificações na Tela Bloqueada, não pode usar nenhum dedo cadastrado no Touch ID — ou, se for usar, opte pela pontinha dele (quase clicando com a unha). Eu já me acostumei aqui a usar o meu dedo médio nesses casos, que não está cadastrado no Touch ID, ou então o botão lateral (Ligar/Desligar ou Repousar/Despertar) do aparelho.

Essa melhoria certamente é fruto de uma combinação de um hardware do sensor atualizado com a própria performance oferecida pelo chip A9 na identificação da impressão digital.

Wireless

Para esses novos iPhones, a Apple promete velocidades tanto de Wi-Fi quanto de 4G até duas vezes maiores do que antes4Até 866Mbps e até 300Mbps, respectivamente. Eu de fato tenho achado tudo mais rápido, mas não consigo atribuir isso exatamente aos chips wireless; pode muito bem ser a própria sensação proporcionada pelo chip A9 e os 2GB de RAM, porque antes eu já atingia velocidades wireless muito boas.

A Apple também conseguiu incluir um número imenso de bandas LTE no mesmo chip wireless dos iPhones 6s/6s Plus, porém a má notícia é que continuam existindo alguns modelos diferentes. Aqui no Brasil, foram homologados os modelos comercializados pelas operadoras T-Mobile, Verizon e Sprint nos Estados Unidos, também à venda em toda a Europa. A versão desbloqueada (unlocked) pura dos EUA é diferente da nossa.

É importante salientar que qualquer modelo de iPhone 6s/6s Plus existente funcionará perfeitamente nas redes 3G/4G brasileiras, mas somente os modelos homologados pela Anatel contam com garantia em território nacional.

Capacidades

Eu estava convicto, no ano passado, que a Apple abandonaria a versão de 16GB como modelo de entrada para os iPhones 6/6 Plus. Mas ela optou por um caminho super-estranho: dobrou a capacidade dos outros dois modelos apenas, deixando a linha da seguinte forma: 16GB, 64GB e 128GB. E foi muito criticada por isso, é claro.

Qual não foi a surpresa de todos ao ver que ela manteve a mesmíssima coisa nos iPhones 6s/6s Plus? Não bastasse ser bizarro você pagar — nos EUA — US$100 para obter 4x mais capacidade do primeiro para o segundo modelo e US$100 para obter 2x mais capacidade do segundo pro terceiro, 16GB em 2015 chega a ser inaceitável. Que ainda existisse talvez nos modelos das gerações anteriores ainda à venda, mas num aparelho de última geração capaz de filmar em 4K? Não condiz com a proposta geral da Apple.

Entendo perfeitamente a estratégia mercadológica da empresa de estimular a venda dos modelos maiores dando a eles um custo/benefício muito superior em relação à versão de entrada, mas o problema nessa história toda é que tem muita gente que “acha” que 16GB serão, sim, suficientes. Ou muita gente que decide dar um iPhone de presente para alguém e, naturalmente, opta pelo modelo mais barato sem avaliar isso com calma.

Tenho consciência de que há gente no mundo que se satisfaz com 16GB; ora, certamente há donos de iPhones por aí que não usam nem a metade disso. Mas é uma parcela muito pequena de pessoas, e estas estariam da mesma forma bem atendidas se o modelo de entrada tivesse 32GB. Não importa que o usuário ocupa apenas uma parte do espaço disponível, o que não dá para aceitar é o seu espaço acabar bem fácil/rapidamente, sem muito esforço. Muitos de vocês estão aí para comprovar que compraram um modelo de 16GB “achando” que seria suficiente e se arrependeram amargamente depois.

A Apple pode afirmar o quanto quiser que hoje em dia os serviços de armazenamento na nuvem justificam a existência de um aparelho de 16GB, mas nesse caso não tem para onde correr: a escolha dela é única e exclusivamente comercial, seja para ter uma margem de lucro maior na venda dos modelos de 16GB, seja para estimular a venda dos modelos de 64GB. Bola fora, total.

iPhones 6s coloridos voando

Num outro extremo, o modelo topo-de-linha ter se mantido com 128GB está totalmente dentro dos padrões. O meu iPhone 6 já era de 128GB e confesso que fiquei até na dúvida em pegar de novo um de 128GB ou “fazer um downgrade” para o modelo de 64GB, porque só estava usando um pouquinho mais da metade da capacidade e poderia me adaptar de alguma forma. Acabei optando pelo de 128GB mesmo pensando em não ter preocupações com fotos/vídeos, mas o fato é que tanto 64GB quanto 128GB atendem às necessidades da grande maioria das pessoas e, atualmente, um modelo de 256GB seria para um nicho do nicho. Quem sabe em 2017?

Bateria

Indo na contramão do que a maioria dos usuários sonha em um iPhone (uma autonomia absurdamente melhor), a Apple nem tocou no assunto bateria desta vez. Isso porque, como falamos, fisicamente tanto a bateria do 6s quanto a do 6s Plus diminuíram um pouco.

Ainda assim, provavelmente devido a uma maior eficiência do chip A9 e às próprias otimizações de software do iOS 9, a Apple promete para ambos os modelos as mesmíssimas autonomias de antes: 14 horas de conversação em 3G no modelo de 4,7 polegadas e 24 horas no de 5,5 polegadas, 10 e 16 dias em modo de espera, 10 e 12 horas em navegação 3G/4G, 11 e 12 horas em navegação Wi-Fi, 11 e 14 horas de reprodução de vídeo, ou 50 e 80 horas de reprodução de áudio.

Na prática a experiência é bem por aí, mesmo. Não senti absolutamente nada de diferente na autonomia da bateria do meu iPhone 6s comparado com o iPhone 6. Claro, a do modelo maior faz uma diferença danada — mas já fazia na geração do ano passado. Isto, combinado com o estabilização óptica da câmera, tornam o modelo Plus uma ótima pedida para quem não se importa em carregar um trambolho para cima e para baixo.

iOS 9

Eu usei o iOS 9 por algumas semanas no iPhone 6 antes de pegar o 6s, e posso afirmar que em termos de sistema operacional em si não há diferença perceptível entre eles — descartando, obviamente, os ganhos de performance proporcionados pelo hardware novo.

São dois, os diferenciais de sistema entre o iPhone 6s e os anteriores. O primeiro é bastante óbvio: todas as camadas de interação relacionadas ao 3D Touch. O segundo é polêmico: o recurso “E aí Siri” (“Hey Siri”) agora funciona a todo momento, mesmo se o iPhone não estiver recarregando. A Apple alega que isso foi possível graças a otimizações no coprocessador M9, mas usuários do mundo jailbreak afirmam que em aparelhos antigos ele funciona bem sem afetar tanto a bateria.

iOS 9 em iPhones

Eu gostei do iOS 9 desde que fiz a atualização, mas confesso que a versão 9.1 o deixou como deveria ter chegado na 9.0. Agora eu posso realmente recomendá-lo para todos.

Entre as novidades da nova versão, as que mais gostei foram a nova a interface de multitarefa (acessá-la pelo 3D Touch, no iPhone 6s, é bem legal), os aprimoramentos em interface do app Fotos (especialmente a barra de navegação inferior) e as novidades do Notas (embora não seja um app que eu use diariamente).

Trata-se, certamente, de um update meramente evolucionário; mas nem por isso menos bem-vindo. Isso no caso dos iPhones, é claro, porque em iPads (especialmente os modelos de última geração) as mudanças foram drásticas.

Afinal, mudou tudo mesmo?

Pegando o slogan da Apple como base para a conclusão deste review, respondo o óbvio: não, claro que não mudou tudo. Mas também não mudou pouco. Aliás, eu diria que foi a geração “s” que mais trouxe melhorias até hoje.

iPhones 6s e 6s Plus de frente e de lado

Mas o termo correto é esse, mesmo: melhorias. O iPhone 6s está melhor em praticamente todos os sentidos, aprimorando a experiência de uso de um smartphone que já era considerado “perfeito” por muitos. Você não sente isso simplesmente pegando um iPhone 6s em mãos e talvez nem perceberá usando uma unidade de demonstração de loja; é no dia-a-dia, pela soma de tudo o que detalhei acima, que você percebe o quão mais bacana ele está.

Ainda assim, é difícil recomendar a compra do iPhone 6s para quem já tem um iPhone 6. Não é trocar seis por meia dúzia, mas também não é um investimento pequeno a se fazer por melhorias não tão notáveis assim — mesmo considerando que você “abate” desse investimento o valor de revenda do aparelho atual, se não for repassá-lo para algum parente por exemplo.

Mas para quem tem um iPhone 5s ou anterior o somatório de novidades/aprimoramentos das últimas duas gerações fica realmente gigantesco. Você terá um aparelho maior, mais rápido, mais resistente/durável e com câmeras bem melhores. As gerações “numéricas” trazem mais mudanças perceptíveis, mas as gerações “s” são normalmente bem mais redondinhas e bem resolvidas no geral. É um aparelho com o qual você dificilmente terá algum problema. E, por favor, nem considere o modelo de 16GB.

É bom ver que a Apple continua, ano a ano, conseguindo melhorar algo que já é excelente. A expectativa é que os iPhones 6s/6s Plus cheguem ao Brasil em novembro, com preços a partir de R$3.999.

Notas de rodapé

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