Muito tem se falado, nos últimos dias, sobre a taxa de devolução do Apple Vision Pro, a qual estaria bem alta (pelo menos em comparação à de outros produtos da Maçã).
Essa “tendência” começou a ser notada na semana passada — justamente quando o período de devolução do headset de realidade mista (AR/VR), de 14 dias, começou a expirar para os seus primeiros compradores.
Muitas dessas pessoas (a maior parte, YouTubers e blogueiros) foram às redes sociais compartilhar essa sua decisão e explicar os seus motivos, o que talvez tenha feito a situação parecer muito maior do que ela realmente é. Ontem, porém, o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, trouxe alguns dados mais concretos sobre a taxa de devolução do Vision Pro, as quais podem nos ajudar a entender como realmente andam as coisas.
Segundo ele, em seu boletim informativo “Power On”, em algumas lojas da Apple nos Estados Unidos, os números de devoluções está na média ou acima da média comparado aos de outros produtos da empresa. Enquanto lojas maiores estão registrando algo em torno de oito devoluções por dia, estabelecimentos menores estão recebendo uma ou duas (isso quando não passam mais de um dia sem receber nenhuma devolução).
De acordo com essas pessoas, problemas como o peso, o desconforto (seja por conta do encaixe ou enjoos/dores nos olhos), a falta de aplicativos e o isolamento provocado pelo dispositivo estão entre os principais motivos por trás de suas devoluções. O maior dealbreaker de todos, porém, é sem dúvidas o preço do headset (a partir de US$3.500), o qual pode ser um buraco e tanto na conta bancária.
Algumas pessoas, porém, apenas aproveitaram o período de devolução de 14 dias praticado pela Apple para testar o Vision Pro com mais calma, mesmo sabendo que não iriam ficar com ele. Outras até curtiram o dispositivo, mas preferiram embarcar na onda da computação especial apenas quando headset da Maçã estiver mais “maduro”.
Esses números de devoluções podem parecer baixos, mas isso, segundo Gurman, tem muito a ver com o fato de que o Vision Pro também teve uma produção bastante enxuta. Isso, no entanto, já era esperado pela Apple e não deve ser interpretado como um sinal de crise.
O jornalista também especula sobre o efeito das demonstrações do Vision Pro oferecidas pela Maçã nessas devoluções, isso porque a taxa de conversão desses test drives tem estado bastante alta (entre 10% e 15%), o que é considerado impressionante para um produto tão caro.
Gurman, vale notar, não foi o único a realizar um levamento do tipo. De acordo com fontes do AppleInsider, as devoluções do Vision Pro não estariam maiores que as de outros produtos da Apple, com a maior parte delas vindo de clientes que realizaram suas compras pela Apple Store Online.
Segundo o funcionário de uma Apple Store ouvido pelo site, a maior parte das pessoas que devolveram seus headsets relataram desconforto ao usá-lo, especialmente entre quem teve suas prescrições recusadas na hora de encomendar uma inserção ótica da ZEISS.
E o “Vision Pro 2”?
Quem decidiu devolver ou até mesmo não comprar o Vision Pro para esperar por uma segunda geração do produto vai ter que aguardar um tempo razoável para finalmente embarcar nessa onda, pelo menos de acordo com Gurman.
Segundo com o jornalista, a Apple deverá demorar pelo menos 18 meses para introduzir uma nova iteração do seu grande produto, a qual provavelmente corrigirá boa parte dos defeitos supracitados. Em outras palavras, no melhor dos cenários, poderemos ver um lançamento ocorrendo no segundo semestre de 2025.
Ainda segundo as informações, embora esteja tratando as devoluções do headset com naturalidade, a Apple está bastante interessada em saber as razões pelas quais os seus clientes resolveram tomar essa decisão. Funcionários teriam sido, inclusive, instruídos a relatar os motivos dados pelos clientes para os gerentes das Apple Stores de modo que eles possam repassar essas informações para a sede da empresa em Cupertino.
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