O melhor pedaço da Maçã.

Aparentemente, a Apple está guardando o registro de chamadas do seu iPhone na surdina — mesmo que você desligue o backup do iCloud

Esta semana eu fui ver o filme de Oliver Stone sobre Edward Snowden. Assisti também a alguns episódios de Black Mirror. Ontem já escrevi sobre questões relacionadas a privacidade. Se eu usasse o iPhone como meu celular do dia-a-dia, possivelmente esta notícia de agora seria o suficiente para que eu entrasse num colapso paranoico de espionagem distópica por todos os lados.

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O fato é que a Elcomsoft, empresa russa fornecedora de ferramentas forenses para analisar iPhones, divulgou hoje, via Forbes, uma descoberta que pode deixar muitos com um pé atrás: a Apple tem guardado um registro das chamadas dos iPhones até mesmo quando o backup do iCloud está desligado.

Recurso Continuidade

Segundo os russos, o registro destas chamadas ocorre praticamente em tempo real e elas ficam guardadas nos servidores da Apple por até quatro meses — contrariando inclusive uma informação da própria empresa, que afirma que registros de chamadas do FaceTime não ficam guardados por mais de 30 dias.

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Vão para a lista secreta da Maçã também chamadas do FaceTime e, a partir do iOS 10 e o seu CallKit, ligações perdidas do Skype e do WhatsApp, por exemplo. A única forma de desabilitar este registro indevido do histórico de chamadas é desligar totalmente o iCloud Drive no aparelho, o que dificultaria ou impediria o funcionamento de uma série de aplicativos e recursos.

Falando à Forbes, o especialista em análise forense do iOS Jonathan Zdziarski opinou que a questão provavelmente tem mais a ver com um deslize por parte da Apple que uma tentativa de esconder uma informação importante acerca da privacidade do usuário. Segundo ele, o comportamento possivelmente acontece para um melhor funcionamento das Ligações via iPhone, recurso que permite a realização de chamadas em qualquer dispositivo conectado à mesma conta Apple de um determinado iPhone.

A própria Apple emitiu uma nota falando sobre o assunto:

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Nós oferecemos sincronização do histórico de chamadas como uma conveniência para nossos usuários, para que eles possam retornar chamadas de qualquer um de seus aparelhos. A Apple está profundamente comprometida em guardar com segurança os dados dos nossos clientes. É por isso que nós damos a eles a possibilidade de manter seus dados privativos. Os dados de dispositivos são criptografados com a senha do usuário, e acesso aos dados do iCloud, incluindo backups, requer Apple ID e senha. A Apple recomenda que todos os usuários escolham senhas fortes e usem a autenticação em dois fatores.

Ainda assim, tal comportamento pode, compreensivelmente, depositar uma incômoda pulga atrás da orelha de muita gente. Não é que a Apple não possa guardar nosso registro de chamadas nos seus servidores — ao contrário, muita gente está, questionavelmente ou não, disposta a abrir mão de parte da sua privacidade para ter serviços melhores e mais personalizados.

O problema todo reside no fato de a Maçã não ter deixado bem clara a existência deste fato; numa gestão tão preocupada com o assunto privacidade como é a de Tim Cook, tal falha será particularmente destacada.

[via 9to5Mac]

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